segunda-feira, novembro 23, 2009

A Sopa 09/15

Semana passada, Porto Alegre – e praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul – foi palco de uma tempestade sem precedentes. Foi na quinta-feira, por volta da uma da tarde, que “anoiteceu”, ventou muito e choveu mais ainda. Ou choveu muito e ventou muito mais mesmo. Cidades do litoral foram atingidas com violência. Uma situação muito séria.

Exatamente na hora em que começava a escurecer e ventar, eu estava em deslocamento do meu consultório para o Centro de Porto Alegre. Ao entrar numa rua bem arborizada, vi folhas voando e galhos caindo. Com o vento, o carro balançava como se faltasse pouco para ser arremessado pelos ares. Uma coisa impressionante.

Sempre penso, nessas situações, que a culpa é minha.

Devo estar fazendo alguma coisa que não estava prevista no meu “karma”, o que acaba provocando esse tipo de reação dos deuses, como um aviso do tipo “O que é isso, estás louco? Tu não poderias estar fazendo isso, não foi o que pensamos para o teu destino”. Sabe como é?

Mas logo me dou conta que não acredito nessas bobagens.

E sigo o meu caminho.

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E então, do nada, a Internet parou de funcionar, na sexta-feira à noite. Achei que era algo com o computador aqui em casa. Reinicializei-o. Nada. Reinicializei o modem, e nada. Liguei para a empresa de cabo. Por incrível que pareça, fui bem atendido, mas – evidentemente – o problema não foi resolvido. “Problemas na região, nossos técnicos estão trabalhando”.

Sábado, duas da tarde.

Recém chegado do trabalho (viagem, trabalho, viagem), ligou para a operadora novamente. Prometem o conserto para o domingo às 12h30. Tudo bem, outras coisas me preocupam. Uma gastroenterite, por exemplo, que se abateu sobre mim logo nas primeira horas do sábado, justamente quando estava a caminho do trabalho, que fica a 150 km de casa. Primeira parada: banheiro decente, intestino não. Oitenta quilômetros mais tarde, uma segunda parada: o banheiro cai para o mesmo nível do intestino.

Chego ao destino bem. Trabalho e pego a estrada de volta para casa. Exatamente na metade do caminho, nova parada e o banheiro melhora muito. Do intestino, não se pode dizer o mesmo.

Em casa, sem internet e com dor de barriga.

Perco o aniversário infantil da tarde. Durmo um pouco, e tenho que trabalhar: preparar a terça-feira, que é longa e também longe de casa. O intestino melhora.

Domingo, meio-dia e meio.

Ligo para a empresa do cabo, e menina olha e vê que está na hora de voltar a minha conexão. Pede para eu reinicializar o cable modem, o que faço. Pede para eu esperar um pouco, o sistema está lento. Não consigo segurar o comentário: “Se a tua internet está lenta, a coisa está mesmo feio”. Ela não ri da minha ironia, mas me informa que – segundo o sistema – a minha conexão vai voltar às 12h30 da segunda-feira, mais de 60 horas após. “Brasil, Brasil”, é a última coisa que penso antes de ir brincar com a Marina.

Existem coisas bem mais importantes nesse mundo que a Internet.

Até.

(PS - A conexão só voltou agora, 72 horas após...)

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