domingo, junho 27, 2010

A Sopa 09/46

Pode ser que eu esteja ficando velho.

Por favor, não culpem o Dunga por isso, mas a verdade é que seleção brasileira não me empolga mais. Sabe aquela coisa de torcer, vestir-se de amarelo para assistir o jogo pela televisão, estender bandeira na janela ou andar com uma bandeira presa ao caro, ou ainda ir a locais públicos onde há torcedores para assistir e comemorar, tudo aquilo que torcedores mais ou menos extremados fazem ou gostariam de fazer, nada disso me anima. Assistir jogos da seleção é algo que quero fazer na sala de minha casa, tranquilamente. Só não digo que prefiro assistir sozinho e no escuro porque seria uma confissão de depressão maior. Ou não, não importa.

O que quero dizer, em resumo, é que tenho coisas mais importantes a fazer do que desperdiçar energia torcendo por uma seleção de futebol. Assisto, obviamente, e vou ficar feliz se o Brasil for campeão (mais feliz ainda pelo Dunga), mas não vou sair às ruas para celebrar e muito menos para beber por isso. De novo, não pensem que estou deprimido, I just don´t care... Tenho interesse em assistir, só.

Por outro lado, se o Inter passar pelo São Paulo e for à final da Libertadores da América e por aí em diante, bom, tudo aquilo que eu não faria pela seleção eu farei pelo Inter. É isso, torço muito mais pelo Inter do que pela seleção brasileira (não importa o técnico). Mas se o Inter não vencer o São Paulo, bom, também minha vida não vai mudar com isso.

Será que tem a ver com idade, essa postura?

Não sei. Mesmo.

Mas existem outros indícios, sinais indiretos do avançar da minha idade. Os percebo claramente.

Um exemplo é o iPhone.

Há tempos queria um iPhone. Como admirador da empresa de Steve Jobs e suas máquinas, desde o lançamento do mesmo, em primeira geração, já namorava esse telefone celular. E tinha, até ali, um telefone normal, que até tinha câmera fotográfica, e podia tocar música, mas nunca aproveitei seus recursos. Telefone para mim era para telefonar. Mas a canto da sereia da maçã me enfeitiçou e, depois de muito relutar, encomendei meu aparelho que, por incompetência da operadora levou dois meses para chegar.

Outros donos de iPhone me diziam que minha vida ia mudar quando eu tivesse um, que eu ia esquecer o resto do mundo por uns tempos, que seria escravo do aparelho. Chegaram a me deixar preocupado, até que o próprio chegou. É muito legal, muito mesmo.

Mas não mudou minha vida. Não assim, de maneira instantânea.

Só pode ser porque estou ficando velho.

Só pode ser.

Até.