Vinha eu dirigindo a caminho do consultório, hoje mais cedo, e ouvindo um podcast em inglês, de nome ‘How To’. O episódio em questão, que eu ouvia em uma manhã de sol de terça-feira, era sobre como encarar o medo da morte, de morrer.
Diferente de alguns casos comentados no programa, de pessoas que tem sofrimento real relacionado ao medo de morrer e da morte de pessoas próximas, meu problema com o conceito de morrer é – já disse repetidas vezes – que acho um ‘desperdício’, desnecessário...
O que acontece é que não consigo imaginar o fim, o ‘não ser’, o nada. Aí chego a quase lamentar a minha falta de certezas com relação ao pós-vida. Gostaria de estar seguro, no sentido de fé, de que quando morrer haverá a chamada vida eterna em um local para onde vão os justos e os corretos. Mas minha relação com a religião, Deus e conceitos teológicos é de não saber.
Eu não sei.
Gostaria, sinceramente, de acreditar na existência ou na não-existência dessa entidade superior, ou energia, seja como for. Gostaria de saber que vou reencontrar em alguma dimensão diferente aqueles entes queridos que se foram, mas realmente, sinceramente, eu não sei.
Talvez eu acredite no Deus de Spinoza, como disse Einstein. Ele não estaria separado do mundo, pelo contrário, seria intimamente e necessariamente ligado a ele, formando apenas uma coisa, uma substância, ou seja, o mundo e Deus são a mesma coisa, já que o mundo é uma produção, e não uma criação.
Mas isso é conversa para outro momento.
Não em uma terça-feira de manhã de sol.
Até.
PS – Ontem, na Feira do Livro, foi muito legal. Obrigado a todos!
Abraço.