Buenos Aires.
Conhecida como a mais européia das capitais latino-americanas, a “Paris do sul”, Buenos Aires havia perdido muito do seu encanto durante a grave crise econômica do início da década. A pobreza - fruto de anos de ilusão de uma política econômica que determinava a paridade da moeda argentina (austral, peso) com o dólar americano - havia tomado conta das ruas, e pedintes mendigavam em locais onde antes só se via a alta sociedade portenha.
O Brasil passou por problemas semelhantes, mas a falsa paridade do real com o dólar só durou até ter garantido a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Isso é passado, claro, e águas passadas não movem moinhos. Eu falava de Buenos Aires, e dizia que Buenos Aires havia perdido seu viço, sua aura européia, quando da crise que teve seus momentos mais intensos a partir de dezembro de 2001. Mas tal qual a mítica Fênix, ave que renascia de suas próprias cinzas, Buenos Aires ressucitou.
Ressucitou e vive de novo, com seus cafés cheios, como o lendário Café Tortoni, onde Jorge Luís Borges passava muitas de suas tardes, onde o tango e o jazz são ouvidos todos (ou quase todos) os dias. O Puerto Madero é uma jóia brilhando todas as noites, com seus restaurantes onde é servida a melhor carne do mundo (e isso dito por um gaúcho, o que não é pouco). Buenos Aires voltou a ser uma dama elegante que devemos cortejar com o que temos de melhor, pois pode ser uma amante inesquecível.
Nem tudo são flores, contudo. Ainda há pobreza, ainda vemos crianças e adultos pedindo esmolas nas ruas, mas não há sombra de dúvida de que a cidade está se refazendo, se transformando. Luta para recuperar o seu status e sua aura européia, e parece que está conseguindo. E nós, brasileiros, a invadimos.
É do falo que em breve.
Até.
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