Sábado – ontem – à noite.
Jantamos, a Jacque e eu, na casa dos cunhados e parceiros de viagem Paulo e Karina, como tem sido um hábito desde o ano passado, poucos meses depois de eu ter voltado para o Brasil, de certa forma recuperando uma antiga tradição nossa. Além de jantar, resolvemos assistir o vídeo da nossa primeira viagem juntos, no já remoto ano de 1995.
Foi em junho daquele ano. Eu havia conhecido a Jacque logo no começo do ano, em janeiro, quando iniciamos a residência médica no mesmo hospital, começamos a namorar em março, e fui apresentado ao casal Karina – irmã da Jacque – e Paulo, o cunhado, em no mês seguinte. Desde o início, criou-se uma afinidade grande entre nós quatro, e não foi surpresa - para nós, ao menos – quando resolvemos viajar juntos de férias logo depois, já que a Jacque e eu tínhamos férias que seriam simultâneas por quinze dias. Foi tudo meio rápido. Decidimos que seria legal viajar, escolhemos um destino e um roteiro e um mês depois viajamos. Viajamos juntos por quinze dias, eu voltei para trabalhar, e eles seguiram passeando por mais dez dias.
O destino?
Fomos para Orlando e os parques da Disney, depois para Nova York, Filadélfia, Baltimore, Atlantic City e Washington. Dali, voltamos à Nova York, de onde embarquei de volta e eles seguiram para o norte, indo para o Canadá, visitando Montreal, Quebec, Ottawa, e depois desceram até Chicago, Nova York e de volta. Aquela foi a primeira viagem que fizemos juntos, as primeiras de muitas histórias que temos para contar. Bem legal, muitas fotos e um vídeo.
Pois bem, ontem resolvemos assistir ao vídeo, de doze anos atrás. Eu com 23 anos, bem mais magro e com muito mais cabelo. Apesar disso, de um modo geral gosto muito mais de mim agora do que antigamente. Sei lá, acho que não ficava tão bem assim com cabelo e muito magrinho... Aliás, isso não tem a menor importância.
E nem era disso que eu queria falar.
Em determinada altura da noite houve um problema com o vídeo-cassete (lembram disso, fitas VHS?) e de repente começou a avançar a fita rapidamente. Na hora, brinquei com a situação, dizendo que estavam passando as outras viagens e histórias registradas, como o nosso casamento, a viagem dos Perdidos pela Europa, o nascimento da minha afilhada, do meu sobrinho, a ida para Buenos Aires em setembro passado, “olha, nós já idosos, ops, isso é o meu funeral...”.
E veio a idéia de um filme de terror: alguém retira um vídeo numa locadora (pode ser DVD, para os moderninhos) e descobre que sua vida está registrada ali. Só que não consegue fazer parar o filme, e os eventos se desenrolam um atrás do outro até que aparece ele em casa vendo o filme em DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida.
Não dormi direito depois de pensar no roteiro.
Até.
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