Aqui, o frio é assim: úmido e penetrante.
A grande diferença entre o inverno sul do mundo e o de Toronto é que ele é onipresente, te segue onde quer que vás, dentro de casa, onde se encosta na parede e se torna líquido e penetra e o percebes resfriando até o osso, e parece que nada vai esquentar de novo, nunca irás te aquecer. Não importa a temperatura nominal, aqui o frio pega mais, e não existe o olhar o frio lá fora: ele entra em casa contigo, sem cerimônia.
Toronto, inverno, temperatura de quatorze graus negativos: de calção e camiseta, olhava para a rua e via a neve. Aqui, temperatura positiva, chove uma chuva final e tomo o chimarrão para esquentar, não como ritual ou lembrança de casa. Sinto falta do fogão à lenha que tinha na casa da minha avó, no interior do estado.
Entendo - porque vivo isso - definitivamente a milonga, os sons do pampa, as minhas origens (por mais diversas e obscuras que possam ser), assim como entendi um dia o que significava a expectativa e a felicidade da chegada do sol depois de um long, cold and lonely winter...
Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário