Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
segunda-feira, setembro 28, 2009
domingo, setembro 27, 2009
A Sopa 09/08
Primeiro domingo de férias.
Se tudo correu bem, a essa hora estamos em Paris.
Deixo vocês com um texto de dois anos atrás, ainda pertinente.
Até.
Último domingo antes das férias.
Serão duas semanas, alguns podem argumentar que é apenas um feriadão prolongado, mas são férias, afirmo com convicção. Sem preocupação com horários, com tarefas a realizar. Sem reuniões, exceto aquelas em volta de uma mesa de jantar, tomando o vinho da casa (ou não), sem pressa para terminar.
Sem televisão, também. Um que outro noticiário ao chegar no quarto no fim do dia, no máximo. A Internet será restrita, por isso essa Sopa também entra em férias ou, melhor, será publicada em intervalos que não posso precisar, como um diário de bordo que tranqüilizará aquele que vem saber de notícias minhas (nossas) por aqui.
Apesar da minha atual preferência pelos dias mais quentes, não será uma praia o nosso destino. Aliás, também será, ou serão, algumas praias, mas como será outono, não espero (e não pretendo) poder tomar banhos de mar. Conhecerei lugares novos e revisitarei outros já conhecidos. Caminharei por avenidas e bulevares, pararei para um café no final de tarde onde discutiremos o sentido da vida.
Ou não, não importa.
Flanarei, flanaremos.
#
Dois mil e sete, lamento dizer, já acabou.
Ao menos para mim.
Já não penso mais, não faço planos, para o ano em curso. Os meus objetivos estão em 2008. Penso grande, projeto longe. Como me disse uma vez um mestre: “Se pensares grande, podes até terminar pequeno. Se pensares pequeno, certamente terminarás pequeno”.
Até semana que vem.
Se tudo correu bem, a essa hora estamos em Paris.
Deixo vocês com um texto de dois anos atrás, ainda pertinente.
Até.
Último domingo antes das férias.
Serão duas semanas, alguns podem argumentar que é apenas um feriadão prolongado, mas são férias, afirmo com convicção. Sem preocupação com horários, com tarefas a realizar. Sem reuniões, exceto aquelas em volta de uma mesa de jantar, tomando o vinho da casa (ou não), sem pressa para terminar.
Sem televisão, também. Um que outro noticiário ao chegar no quarto no fim do dia, no máximo. A Internet será restrita, por isso essa Sopa também entra em férias ou, melhor, será publicada em intervalos que não posso precisar, como um diário de bordo que tranqüilizará aquele que vem saber de notícias minhas (nossas) por aqui.
Apesar da minha atual preferência pelos dias mais quentes, não será uma praia o nosso destino. Aliás, também será, ou serão, algumas praias, mas como será outono, não espero (e não pretendo) poder tomar banhos de mar. Conhecerei lugares novos e revisitarei outros já conhecidos. Caminharei por avenidas e bulevares, pararei para um café no final de tarde onde discutiremos o sentido da vida.
Ou não, não importa.
Flanarei, flanaremos.
#
Dois mil e sete, lamento dizer, já acabou.
Ao menos para mim.
Já não penso mais, não faço planos, para o ano em curso. Os meus objetivos estão em 2008. Penso grande, projeto longe. Como me disse uma vez um mestre: “Se pensares grande, podes até terminar pequeno. Se pensares pequeno, certamente terminarás pequeno”.
Até semana que vem.
sábado, setembro 26, 2009
terça-feira, setembro 22, 2009
Sol de Primavera
Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim é facil inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
domingo, setembro 20, 2009
A Sopa 09/07
Sexta-feira.
Conforme o planejamento inicial, o vôo LH506, um Boing 747-400 da Lufthansa proveniente de Frankfurt pousa suavemente às 5h30 no aeroporto internacional em Guarulhos. Com um intervalo de poucos minutos pousam, também sem intercorrências, outro 747-400 da mesma Lufthansa – vindo de Munique –, um Airbus A340 da TAP, proveniente de Lisboa e outro A340, só que esse da Swissair, vindo de Zurique, entre outros. Todos vêm lotados.
Ao descer do vôo LH506, os passageiros encontram uma longa fila antes ainda da escada que levará ao controle de passaporte pela Polícia Federal. Entre eles, está esse que vos escreve, vindo de volta ao Brasil proveniente de Viena, onde havia passado a última semana em um congresso médico. A longa fila não era tudo: além disso, não andava.
Por algum tempo, permanecemos parados aguardando que pudéssemos seguir em frente. O vôo da conexão para Porto Alegre que eu e vários colegas pegaríamos era às 7h50, embarque às 7h10, ou seja, tínhamos bastante tempo ainda. Cansado, após mais de onze horas de vôo apenas desde Frankfurt, sem contar o tempo desde que saíramos do hotel em Viena em direção ao aeroporto, só pensava que antes das 10h chegaria em casa.
A esperava continuou até que houve um princípio de tumulto, com passageiros reclamando da demora na fila (que era uma fila para chegar em outra fila). Foi nesse momento em que o funcionário liberou para os brasileiros passarem, deixando os estrangeiros na fila. Foi a primeira vez que pensei na Copa do Mundo de 2014. Seguindo, descemos uma escada e chegamos na (mais uma vez) longa fila para o controle de passaporte. A fila dava voltas e voltas e ali encontramos (quem vinha de Viena via Frankfurt) com colegas pneumologistas que vinham via Zurique e outros brasileiros que vinham de outros destinos.
Uma multidão confinada naquele saguão, separados por cordões de isolamento, andando sem parar fazendo o contorno da fila. Um colega gaúcho passa por mim e brinca: “Será que essa é a nossa fila, não tínhamos que estar na de estrangeiros?”. Olho o meu passaporte, que diz ‘MERCOSUL’ e o “tranqüilizo”: “Nosso passaporte é comunitário, está tudo certo”... Até que chego na polícia federal, mostro meu passaporte e passo para a próxima fase, em direção às esteiras de para pegar minha mala. Ainda dentro do horário, mas já um pouco apertado para a conexão.
Chego, então, no inferno.
Há outra multidão tentando pegar suas malas. Na esteira indicada para o meu vôo, estão vindo também as malas de quem vem de Munique e de Lisboa. Há malas em excesso na esteira, pessoas em excesso em volta da esteira, poucos funcionários. As pessoas se amontoam umas sobre as outras na tentativa de encontrar suas malas. A esteira para. Pessoas sobem na esteira atrás das malas. A esteira não anda porque há pessoas andando sobre ela. As pessoas reclamam com o funcionário, que – num primeiro momento – não fala nada. Logo após, ouço-o falando para outro funcionário que havia ligado para a INFRAERO solicitando que mudassem as esteiras dos vôos para evitar a confusão e que havia sido solicitado a ele que enviasse um e-mail fazendo a solicitação. Vejo que a coisa vai ficar feia mesmo. E penso uma segunda vez na Copa do Mundo de 2014.
Demora muito tempo até que recupere minha mala. Quando o faço, já está na hora de embarcar. Tento fazer o controle de alfândega e solicito prioridade porque meu vôo está embarcando e vou perder a conexão, e um funcionário (acho que da polícia federal) me manda entrar na fila. Para variar um pouco, longa fila. Penso em ameaçar o funcionário com violência física caso eu perca o vôo, mas a possibilidade de ser da polícia federal me faz mudar de idéia...
Entro na fila e, quando me libero, já são 7h25. Encontro a funcionária da empresa que nos deu assistência que diz que não há mais tempo para pegar o vôo. Um colega que vem logo atrás diz que – perdendo essa conexão – vai perder a seguinte, para Pelotas/RS. Digo que eu também, e que o vôo do meio-dia é o único do dia. A funcionária, então, sai correndo junto com a gente até o balcão de conexões da TAM, que diz que não pode fazer nada, o vôo já estava fechado, lamentavelmente. Teríamos que pegar o próximo, às 13h10, quase oito horas depois de aterrissarmos em São Paulo. Chego em casa às 16h.
Um saco.
Paciência...
O tempo todo, porém, pensei que – se numa sexta-feira normal, sem feriado ou nenhum evento em especial – o aeroporto de Guarulhos é esse inferno, não quero ver durante a Copa do Mundo de 2014. Se muita coisa não mudar, vamos passar vergonha.
O principal aeroporto do Brasil, porto de entrada da maioria dos vôos vindos do exterior, é mal conservado, acanhado, e administrado por incompetentes. O tratamento dado ao turista é – com exceções, claro – ruim.
Lamentável, lamentável.
Até.
Conforme o planejamento inicial, o vôo LH506, um Boing 747-400 da Lufthansa proveniente de Frankfurt pousa suavemente às 5h30 no aeroporto internacional em Guarulhos. Com um intervalo de poucos minutos pousam, também sem intercorrências, outro 747-400 da mesma Lufthansa – vindo de Munique –, um Airbus A340 da TAP, proveniente de Lisboa e outro A340, só que esse da Swissair, vindo de Zurique, entre outros. Todos vêm lotados.
Ao descer do vôo LH506, os passageiros encontram uma longa fila antes ainda da escada que levará ao controle de passaporte pela Polícia Federal. Entre eles, está esse que vos escreve, vindo de volta ao Brasil proveniente de Viena, onde havia passado a última semana em um congresso médico. A longa fila não era tudo: além disso, não andava.
Por algum tempo, permanecemos parados aguardando que pudéssemos seguir em frente. O vôo da conexão para Porto Alegre que eu e vários colegas pegaríamos era às 7h50, embarque às 7h10, ou seja, tínhamos bastante tempo ainda. Cansado, após mais de onze horas de vôo apenas desde Frankfurt, sem contar o tempo desde que saíramos do hotel em Viena em direção ao aeroporto, só pensava que antes das 10h chegaria em casa.
A esperava continuou até que houve um princípio de tumulto, com passageiros reclamando da demora na fila (que era uma fila para chegar em outra fila). Foi nesse momento em que o funcionário liberou para os brasileiros passarem, deixando os estrangeiros na fila. Foi a primeira vez que pensei na Copa do Mundo de 2014. Seguindo, descemos uma escada e chegamos na (mais uma vez) longa fila para o controle de passaporte. A fila dava voltas e voltas e ali encontramos (quem vinha de Viena via Frankfurt) com colegas pneumologistas que vinham via Zurique e outros brasileiros que vinham de outros destinos.
Uma multidão confinada naquele saguão, separados por cordões de isolamento, andando sem parar fazendo o contorno da fila. Um colega gaúcho passa por mim e brinca: “Será que essa é a nossa fila, não tínhamos que estar na de estrangeiros?”. Olho o meu passaporte, que diz ‘MERCOSUL’ e o “tranqüilizo”: “Nosso passaporte é comunitário, está tudo certo”... Até que chego na polícia federal, mostro meu passaporte e passo para a próxima fase, em direção às esteiras de para pegar minha mala. Ainda dentro do horário, mas já um pouco apertado para a conexão.
Chego, então, no inferno.
Há outra multidão tentando pegar suas malas. Na esteira indicada para o meu vôo, estão vindo também as malas de quem vem de Munique e de Lisboa. Há malas em excesso na esteira, pessoas em excesso em volta da esteira, poucos funcionários. As pessoas se amontoam umas sobre as outras na tentativa de encontrar suas malas. A esteira para. Pessoas sobem na esteira atrás das malas. A esteira não anda porque há pessoas andando sobre ela. As pessoas reclamam com o funcionário, que – num primeiro momento – não fala nada. Logo após, ouço-o falando para outro funcionário que havia ligado para a INFRAERO solicitando que mudassem as esteiras dos vôos para evitar a confusão e que havia sido solicitado a ele que enviasse um e-mail fazendo a solicitação. Vejo que a coisa vai ficar feia mesmo. E penso uma segunda vez na Copa do Mundo de 2014.
Demora muito tempo até que recupere minha mala. Quando o faço, já está na hora de embarcar. Tento fazer o controle de alfândega e solicito prioridade porque meu vôo está embarcando e vou perder a conexão, e um funcionário (acho que da polícia federal) me manda entrar na fila. Para variar um pouco, longa fila. Penso em ameaçar o funcionário com violência física caso eu perca o vôo, mas a possibilidade de ser da polícia federal me faz mudar de idéia...
Entro na fila e, quando me libero, já são 7h25. Encontro a funcionária da empresa que nos deu assistência que diz que não há mais tempo para pegar o vôo. Um colega que vem logo atrás diz que – perdendo essa conexão – vai perder a seguinte, para Pelotas/RS. Digo que eu também, e que o vôo do meio-dia é o único do dia. A funcionária, então, sai correndo junto com a gente até o balcão de conexões da TAM, que diz que não pode fazer nada, o vôo já estava fechado, lamentavelmente. Teríamos que pegar o próximo, às 13h10, quase oito horas depois de aterrissarmos em São Paulo. Chego em casa às 16h.
Um saco.
Paciência...
O tempo todo, porém, pensei que – se numa sexta-feira normal, sem feriado ou nenhum evento em especial – o aeroporto de Guarulhos é esse inferno, não quero ver durante a Copa do Mundo de 2014. Se muita coisa não mudar, vamos passar vergonha.
O principal aeroporto do Brasil, porto de entrada da maioria dos vôos vindos do exterior, é mal conservado, acanhado, e administrado por incompetentes. O tratamento dado ao turista é – com exceções, claro – ruim.
Lamentável, lamentável.
Até.
sábado, setembro 19, 2009
segunda-feira, setembro 14, 2009
Em Vienna num teclado sem acento
Com muita dor nas pernas de tanto caminhar pela cidade e, principalmente, pelo centro de convencoes.
O congresso comecou ontem meio fraquinho, mas hoje melhorou muito.
O tempo, nublado e quente.
Viena eh - sem duvida nenhuma - uma das cidades mais lindas do mundo.
Ate.
O congresso comecou ontem meio fraquinho, mas hoje melhorou muito.
O tempo, nublado e quente.
Viena eh - sem duvida nenhuma - uma das cidades mais lindas do mundo.
Ate.
sexta-feira, setembro 11, 2009
terça-feira, setembro 08, 2009
segunda-feira, setembro 07, 2009
domingo, setembro 06, 2009
A Sopa 09/06
Confesso que não tenho as mínimas condições para escrever a respeito de toda a obra literária e mitologia criados pelo filólogo e escritor inglês J. R. R. Tolkien, autor do já transformado em filme “O Senhor dos Anéis” e o ainda em produção “O Hobbit”, ambos livros da primeira metade do século XX. Apenas li os livros – dos quais fiquei fã incondicional – e depois vi os filmes.
Um dos principais personagens da história é Gandalf, o feiticeiro, que no decorrer da história se torna o “comandante” da ‘Sociedade do Anel’ (Fellowship of the Ring) na busca pelo “Um Anel” e depois comanda junto com Aragorn o exército do oeste na batalha contra as forças de Saruman. Mas não é da biografia de Gandalf que quero falar. Aliás, não é desse Gandalf que quero falar.
O episódio 9 da quarta temporada do seriado americano ‘Friends’ mostra a expectativa dos personagens Chandler e Ross com a chegada à cidade do amigo do tempo da faculdade Mike “Gandalf” Ganderson. O início da sequencia mostra Chandler perguntando a Ross “are you ready to party?”, e posteriormente explicando aos outros amigos que tudo poderia acontecer quando “Mike Gandalf” vinha à cidade. Poderiam acabar nos lugares mais bizarros e diferentes. Passaporte, meias sobressalentes e soro antiofídico seriam úteis numa saída com Gandalf, apesar da probabilidade de acontecer o mesmo da saída anterior ser remota. O episódio se desenrola a partir daí.
Gandalf esteve aqui nesse final de semana.
Não, não estou escrevendo isso de um barco pesqueiro diretamente do meio do mar (o que poderia acontecer se fosse o personagem do seriado). Estou em casa, mas ontem nos reunimos, o Márcio, o Radica e eu, uma vez mais, após dois anos.
Somos amigos, os três, desde o tempo do segundo grau técnico na Escola Técnica de Comércio da UFRGS, há mais de vinte anos. De todos os colegas da turma, permanecemos amigos e nos falando sempre apenas nós três. E é como há vinte e três anos. Tomamos rumos diferentes, profissões diferentes, até cidades diferentes (o Radica mora em São Paulo há nove anos), por isso os encontros dos três são tão raros. O último havia sido na Bienal do Mercosul de 2007.
A passagem do tempo não altera em nada a sintonia e proximidade que temos, a relação de confiança que surgiu entre nós durante esse tempo, e cada vez que nos encontramos isso é reafirmado. Já havia sido assim em junho desse ano, quando fui à São Paulo e saímos, o Radica e eu, nas duas noites em que passei lá.
São poucas as amizades que duram tanto tempo e que permanecem intensas da mesma forma que no início ou, melhor, tornam-se mais fortes com a passagem do tempo. Aqueles amigos que me dizem o que eu preciso ouvir e para quem posso (devo) dizer o que eles precisam ouvir (mesmo que nem sempre seja o que gostaria/gostariam de ouvir ou dizer). Eu valorizo muito isso. E é por isso que os dias que antecederam o encontro foram de grande expectativa, justamente como se Gandalf, o feiticeiro, o mágico, estivesse para chegar.
Só que a mágica somos nós.
Até.
Um dos principais personagens da história é Gandalf, o feiticeiro, que no decorrer da história se torna o “comandante” da ‘Sociedade do Anel’ (Fellowship of the Ring) na busca pelo “Um Anel” e depois comanda junto com Aragorn o exército do oeste na batalha contra as forças de Saruman. Mas não é da biografia de Gandalf que quero falar. Aliás, não é desse Gandalf que quero falar.
O episódio 9 da quarta temporada do seriado americano ‘Friends’ mostra a expectativa dos personagens Chandler e Ross com a chegada à cidade do amigo do tempo da faculdade Mike “Gandalf” Ganderson. O início da sequencia mostra Chandler perguntando a Ross “are you ready to party?”, e posteriormente explicando aos outros amigos que tudo poderia acontecer quando “Mike Gandalf” vinha à cidade. Poderiam acabar nos lugares mais bizarros e diferentes. Passaporte, meias sobressalentes e soro antiofídico seriam úteis numa saída com Gandalf, apesar da probabilidade de acontecer o mesmo da saída anterior ser remota. O episódio se desenrola a partir daí.
Gandalf esteve aqui nesse final de semana.
Não, não estou escrevendo isso de um barco pesqueiro diretamente do meio do mar (o que poderia acontecer se fosse o personagem do seriado). Estou em casa, mas ontem nos reunimos, o Márcio, o Radica e eu, uma vez mais, após dois anos.
Somos amigos, os três, desde o tempo do segundo grau técnico na Escola Técnica de Comércio da UFRGS, há mais de vinte anos. De todos os colegas da turma, permanecemos amigos e nos falando sempre apenas nós três. E é como há vinte e três anos. Tomamos rumos diferentes, profissões diferentes, até cidades diferentes (o Radica mora em São Paulo há nove anos), por isso os encontros dos três são tão raros. O último havia sido na Bienal do Mercosul de 2007.
A passagem do tempo não altera em nada a sintonia e proximidade que temos, a relação de confiança que surgiu entre nós durante esse tempo, e cada vez que nos encontramos isso é reafirmado. Já havia sido assim em junho desse ano, quando fui à São Paulo e saímos, o Radica e eu, nas duas noites em que passei lá.
São poucas as amizades que duram tanto tempo e que permanecem intensas da mesma forma que no início ou, melhor, tornam-se mais fortes com a passagem do tempo. Aqueles amigos que me dizem o que eu preciso ouvir e para quem posso (devo) dizer o que eles precisam ouvir (mesmo que nem sempre seja o que gostaria/gostariam de ouvir ou dizer). Eu valorizo muito isso. E é por isso que os dias que antecederam o encontro foram de grande expectativa, justamente como se Gandalf, o feiticeiro, o mágico, estivesse para chegar.
Só que a mágica somos nós.
Até.
sábado, setembro 05, 2009
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