Tempo para
pensar.
Ando as
voltas com pensamentos a cerca dos meus quarenta anos, que completo no início
do segundo trimestre do ano vindouro. Já pensei em fazer um festão, em não
fazer nada, em viajar com a família, em viajar sozinho (quem sabe para o fim do
mundo?). Até em reunir novamente a Banda da Sopa (Magno?) para um show na hipotética
festa a qual me referi anteriormente. Mas não sei. Mesmo. Tem tempo, claro, mas
volta e meia me pego pensando nisso.
“Tempo
livre para pensar em uma festa que só aconteceria no ano que vem? Como assim?”,
você pode estar se perguntando. De onde surge tempo livre em meio à rotina, que
tantas vezes reclamo ser pesada e cansativa?
Explico,
explico.
A
explicação é simples. O tempo para pensar é o tempo que tenho quando estou
dirigindo sozinho. Se pensar que eu rodo 600 quilômetros semanais, e pelo menos
metade desses são às terças-feiras, quando viajo e volto para dar aulas em uma
cidade a 150 quilômetros de casa (duas horas na ida, três horas na volta), está
claro que tenho momentos em que posso pensar sobre a vida. Acostumado, gosto da
estrada ao nascer o dia, e muitas vezes a viagem é embalada por milongas que
fazem a trilha sonora do clarear nos campos. Se tivesse chimarrão, então, seria
perfeito.
E viajo
longe em meus pensamentos.
#
Ainda sobre
o passar do tempo, recorro no assunto.
Já falei
que até um determinado momento, acreditava que ainda não tinha alcançado o
ápice da forma física na vida, e que – caso decidisse e me esforçasse para isso
– poderia fazê-lo a qualquer momento. Um dia, então, percebi que isso já não
era verdade: por mais que eu quisesse, a chance de atingir o ápice havia passado
e eu não conseguiria mais. Confesso que foi, sob certo prisma, frustrante.
Quinta ou
sexta-feira passada, por acaso li um texto que estava num mural na Associação
de Médicos do Hospital da PUCRS (da qual estou deixando a diretoria para um
novo desafio) que falava alguma coisa sobre se aposentar em torno dos cinqüenta
anos (algo que não é nem uma possibilidade nem uma aspiração minha) e sobre
experiência de vida. Percebi, ao ler o texto, que – sim – ainda não atingi o ponto
máximo da vida intelectual, e claramente posso alcançá-lo nos próximos anos.
Ou, ao
menos, nutro a ilusão de ser capaz.
Até.
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