Já
não sou mais o cara que vai morrer.
Nada
a ver com isso, mas estava pensando na “polêmica” que envolve uma piada feita pelo
Rafinha Bastos no programa CQC, em que afirmou – em resposta ao comentário de
que a cantora Wanessa Camargo continuava “muito bem” ainda que grávida – que “comeria
ela e até o bebê”. Piada de gosto duvidoso, ou, menos que isso, um comentário
sem graça. Que iria terminar aí, no esquecimento. Uma piada que não funcionou.
Ponto.
Mas
as partes envolvidas – a cantora, seu marido e o sócio do marido – ficaram revoltadas
com o fato e pressionaram a direção da emissora a punir de alguma forma o autor
do comentário sob pena de retirarem patrocínio e tal e coisa. E o caso tomou proporções
muito maiores que tomaria se tivessem ignorado a história, deixando ela no
lugar que merecia, uma piada que não funcionou. Tiro no pé.
Eu,
que raramente assisto ao programa, estava assistindo justamente na hora em que o
comentário/piada foi feito. Ouvi, achei sem graça (inadequado, se quiserem) e
esqueci. Só fui lembrar quando da polêmica. Ou seja, os envolvidos – que agora
querem processar o autor do comentário – fizeram questão que todo o Brasil
(inclusive eu, agora) comentasse e repercutisse o ocorrido. Tenho certeza que a
maioria das pessoas nem teria ouvido falar na história se não fosse esse
escândalo bobo que eles criaram.
Eu
não teria feito a piada por achar de mau gosto, mas não vejo nada demais nela. E
defendo o direito dele de fazê-la (como se alguém precisasse da minha
autorização...). Existem coisas muito mais graves que são ditas e feitas na
televisão e que passam em branco, sem repercussão. Mas como a piada foi feita
com pessoas que tem dinheiro, poder e – na minha opinião – pouca tolerância,
fizeram todo esse barulho. E esqueceram um detalhe importante.
Destino
de piada fraca é o esquecimento.
#
Ainda no
plano das polêmicas (bobas ou não), um pouco sobre a Copa do Mundo e Porto
Alegre.
Estão
dizendo por esses dias que Porto Alegre vai ficar fora da disputa da Copa das
Confederações de 2013, evento-teste para a Copa do Mundo em 2014, porque -
entre razões políticas – o estádio Beira-Rio está com obras atrasadas devido à
falta de assinatura do contrato com a empresa Andrade Gutierrez, que vai fazer
as obras em troca de exploração de espaços do estádio durante o período de
cerca de vinte anos.
Inicialmente,
digo que só fui/sou a favor (e, de novo, quem sou eu para ser a favor ou contra?)
da Copa no Brasil pelos potenciais investimentos, obras de infra-estrutura e
melhorias que as cidades (e falo de Porto Alegre, em especial) terão devido ao
evento. De resto, achava que o Brasil tinha e tem coisas muito mais importantes
a resolver. De qualquer maneira, noves a fora a roubalheira que está e vai
acontecer com o dinheiro público, acho que o resultado vai ser positivo (as
melhorias de que falei).
E o caso de
Porto Alegre?
Quando o
Inter tinha a intenção de fazer as reformas no seu estádio com dinheiro
próprio, a FIFA pressionou porque queria garantias bancárias de que o Inter
seria capaz de fazer as obras. E acho que o Inter fez bem em decidir
associar-se a uma construtora para isso, caso contrário acabaria desviando
recursos de sua atividade-fim, o futebol, para as obras e não seria bom. Agora,
a FIFA pode tirar a Copa das Confederações de Porto Alegre porque o contrato
ainda não foi assinado (apesar de sabermos que essa é uma decisão política, que
nada tem a ver com isso, mas alguns por aí – não sei com que intenções – tentam
passar essa idéia). Bom, nesse caso, que Porto Alegre fique de fora.
O que não
pode é atropelar as coisas e fazer um contrato ruim que possa comprometer o
clube por duas décadas. Afinal, o Beira-Rio é um dos poucos estádios da Copa que
não vai receber dinheiro público (excetuando-se as isenções fiscais).
É isso.
Até.
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