domingo, outubro 16, 2011

A Sopa 11/06


Já não sou mais o cara que vai morrer.

Nada a ver com isso, mas estava pensando na “polêmica” que envolve uma piada feita pelo Rafinha Bastos no programa CQC, em que afirmou – em resposta ao comentário de que a cantora Wanessa Camargo continuava “muito bem” ainda que grávida – que “comeria ela e até o bebê”. Piada de gosto duvidoso, ou, menos que isso, um comentário sem graça. Que iria terminar aí, no esquecimento. Uma piada que não funcionou. Ponto.

Mas as partes envolvidas – a cantora, seu marido e o sócio do marido – ficaram revoltadas com o fato e pressionaram a direção da emissora a punir de alguma forma o autor do comentário sob pena de retirarem patrocínio e tal e coisa. E o caso tomou proporções muito maiores que tomaria se tivessem ignorado a história, deixando ela no lugar que merecia, uma piada que não funcionou. Tiro no pé.

Eu, que raramente assisto ao programa, estava assistindo justamente na hora em que o comentário/piada foi feito. Ouvi, achei sem graça (inadequado, se quiserem) e esqueci. Só fui lembrar quando da polêmica. Ou seja, os envolvidos – que agora querem processar o autor do comentário – fizeram questão que todo o Brasil (inclusive eu, agora) comentasse e repercutisse o ocorrido. Tenho certeza que a maioria das pessoas nem teria ouvido falar na história se não fosse esse escândalo bobo que eles criaram.

Eu não teria feito a piada por achar de mau gosto, mas não vejo nada demais nela. E defendo o direito dele de fazê-la (como se alguém precisasse da minha autorização...). Existem coisas muito mais graves que são ditas e feitas na televisão e que passam em branco, sem repercussão. Mas como a piada foi feita com pessoas que tem dinheiro, poder e – na minha opinião – pouca tolerância, fizeram todo esse barulho. E esqueceram um detalhe importante.

Destino de piada fraca é o esquecimento.   

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Ainda no plano das polêmicas (bobas ou não), um pouco sobre a Copa do Mundo e Porto Alegre.

Estão dizendo por esses dias que Porto Alegre vai ficar fora da disputa da Copa das Confederações de 2013, evento-teste para a Copa do Mundo em 2014, porque - entre razões políticas – o estádio Beira-Rio está com obras atrasadas devido à falta de assinatura do contrato com a empresa Andrade Gutierrez, que vai fazer as obras em troca de exploração de espaços do estádio durante o período de cerca de vinte anos.

Inicialmente, digo que só fui/sou a favor (e, de novo, quem sou eu para ser a favor ou contra?) da Copa no Brasil pelos potenciais investimentos, obras de infra-estrutura e melhorias que as cidades (e falo de Porto Alegre, em especial) terão devido ao evento. De resto, achava que o Brasil tinha e tem coisas muito mais importantes a resolver. De qualquer maneira, noves a fora a roubalheira que está e vai acontecer com o dinheiro público, acho que o resultado vai ser positivo (as melhorias de que falei).

E o caso de Porto Alegre?

Quando o Inter tinha a intenção de fazer as reformas no seu estádio com dinheiro próprio, a FIFA pressionou porque queria garantias bancárias de que o Inter seria capaz de fazer as obras. E acho que o Inter fez bem em decidir associar-se a uma construtora para isso, caso contrário acabaria desviando recursos de sua atividade-fim, o futebol, para as obras e não seria bom. Agora, a FIFA pode tirar a Copa das Confederações de Porto Alegre porque o contrato ainda não foi assinado (apesar de sabermos que essa é uma decisão política, que nada tem a ver com isso, mas alguns por aí – não sei com que intenções – tentam passar essa idéia). Bom, nesse caso, que Porto Alegre fique de fora.

O que não pode é atropelar as coisas e fazer um contrato ruim que possa comprometer o clube por duas décadas. Afinal, o Beira-Rio é um dos poucos estádios da Copa que não vai receber dinheiro público (excetuando-se as isenções fiscais).

É isso.

Até. 

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