quarta-feira, agosto 07, 2013

Sobre o tempo e o transito

Minha semana tem, em média, seiscentos quilômetros. Cerca de doze horas no trânsito em dias úteis, de segunda a sexta. Mais ou menos dois mil e quinhentos quilômetros por mês.

Estou acostumado, é também terapêutico esse tempo que passo ouvindo música ou, em boa parte desse tempo, ouvindo notícias e programas de debate. Mas, é claro, tudo tem limite (confesso que não imaginei que descobriria isso tão rápido - se é que foi rápida a descoberta).

Ontem, voltando de Santa Cruz do Sul, chegando em Porto Alegre pela BR-116 - que normalmente é complicada - resolvi entrar pelo aeroporto, mesmo sabendo que a Av. Farrapos, com bloqueios por obras, estava trancada. Justamente por isso, e porque estava indo para o Zona Norte de Porto Alegre, decidi ir por trás o aeroporto, passando em meio ao que sobrou daquilo que foi um dia a Vila Dique (acho que esse é o nome) e chegando na Av. Sertório quase no Jardim Lindoia, meu destino inicial em Porto Alegre.

Vinha tudo bem até chegar no acesso a rua que atravessa as ruínas da vila (onde vai passar a pista estendida do aeroporto, se é que um dia vão fazer a obra). O dito acesso é feito por uma ponte onde passa apenas um carro por vez, num sentindo ou outro, alternadamente, conforme manda um semáforo no local. Acontece que ninguém respeita o sinal, e isso só atrapalha o trânsito. Levei muito tempo nisso, esperando a minha vez e vendo o pessoal não respeitando a sinalização. Quase tanto tempo quando vir de Santa Cruz para Porto Alegre. Até que enchi o saco.

Confesso.

Perdi o humor, a tolerância e qualquer tipo de paciência.

Baixei o vidro do carro e, quando passava lentamente por mim o terceiro ou quarto carro que havia cruzado o sinal vermelho retardando que os carros que estavam esperando para atravessar assim como eu, olhei para o motorista  e disse "VAI PARA A PUTA QUE TE PARIU!!", assim, com dois pontos de exclamação, para não deixar dúvidas.

Foi um desabafo e, como tal, inútil.

Não me senti melhor: continuei sem humor e paciência, o que piorou quando, ao chegar na rua da escola da Marina, carros parados no meio da rua (mão única com carros estacionados dos dois lados) esperando que pessoas embarcassem. Olhei para cima, amaldiçoei o mundo, e fui adiante. Aparentemente, todos os carros do mundo estavam na rua e mais ou menos TODAS as ruas de Porto Alegre estavam ou estão em obras.

Está difícil circular por Porto Alegre e, a cada dia, surge uma obra e um desvio diferente.

Há de se ter paciência.

Muita.

Até.


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