domingo, fevereiro 24, 2019

Dormir

Sobre o dormir.

Há muitos anos (muitos, sim, na escala em que medimos a vida olhando os dias que passam em meio às atividades comezinhas - no sentido de caseiras, domésticas - que é o comum e normal, mas não muitos anos de olharmos em perspectiva, na escala de tempo do universo) acordo cedo. Desde os anos em que nos verões do litoral norte do Rio Grande do Sul eu acordava para caminhar na praia logo cedo, antes de ir jogar vôlei de praia para, só depois, encontrar os amigos no final da manhã.

Segui assim, dormindo tarde (nem sempre) e acordando cedo, independente da hora que dormisse, independente do que o dia seguinte fosse exigir de mim. Quando estava com um débito de sono muito grande, compensava com um descanso à tarde, quando possível, claro.

Ao longo do tempo descobri, ainda, que sete horas de sono era o ideal - para mim, caro - para uma ótima noite de sono. Se dormisse mais, melhor, mas esse era o alvo. Sete horas. Acordava recuperado, descansado. Como o horário de acordar era sempre o mesmo, a melhor forma de fazer isso era indo dormir para que conseguisse esse objetivo.

O que quase nunca era possível.

Principalmente nos últimos quase dois anos e meio, de viagens semanais, ou quase, a trabalho. A maioria dos eventos era à noite, aula e jantar após antes de voltar para o hotel. E o dia seguinte era de retorno para Porto Alegre, o mais cedo possível para poder trabalhar ainda. Ou acordava muito cedo par ir ao aeroporto, ou - como fiz algumas vezes - saía do evento para o aeroporto (ou rodoviária) para viajar durante a noite e estar em casa/consultório no dia seguinte logo cedo. Funcionava bem.

Mas o sono certamente ficava prejudicado.

Nem sempre, por exemplo, conseguia chegar de volta ao hotel de um evento e dormir direto. Adrenalina, pensamentos diversos, planos (e preocupações/"encucações") impediam de dormir logo. Virava uma potencial bola de neve de pouco sono e cansaço progressivo.

Claro, havia outros fatores que contribuíam para o deficit de sono (ou qualidade ruim do mesmo), como uso do celular e o tablet antes de dormir, que pioram tudo. Muitas vezes, como em viagens de avião noturnas, fiz uso de medicações indutoras do sono. Funcionava bem, confesso.

E a questão do sono não tinha necessariamente a ver com o trabalho, confesso.

Em férias, a rotina continuava igual.

E a certeza disso se dava pelo monitoramento do sono fornecido pelo relógio, que mostra as horas de sono dormidas, a qualidade do mesmo, frequências cardíaca, etc. O meu déficit de sono, se não era gigante, era maior bem que eu gostaria.

Pois isso mudou.

Desde as férias últimas, agora no início de fevereiro, e descontando a noite noite no avião na volta de Orlando, tenho dormido muito melhor, em termos de horas dormidas e qualidade do sono. Não tenho uma explicação clara e lógica para isso, mas é muito bom.

As mudanças profissionais, com toda a carga de - podemos dizer - incerteza sobre como serão as coisas ao longo desse ano, não tiveram nenhum efeito sobre a qualidade do sono. Pelo contrário, talvez. Quase posso dizer que tenho dormido ainda melhor a última semana.

Sei lá.

Até.

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