Dois mil e dezenove.
Sempre me foi simpática a simbologia do novo ano que inicia como momento de renovação e de dar início a novos projetos e ideias. Sempre objetivo ser um novo eu. Aperfeiçoado, melhorado. Nada mais natural, óbvio.
Além disso, o verão - começo de ano no hemisfério sul - é época mais tranquila em termos de trabalho, que reduzo também para dar conta de compromissos familiares. Torna-se o verão - portanto - um tipo de "pré-temporada" preparatória para o ano de trabalho que se desenha à frente. Sem falar nas curtas férias de verão, dez dias, para curtir a família 100% do tempo.
Esse ano foi um pouco diferente.
Fizemos férias em grupo, três famílias cuja ligação inicial foram as filhas, melhores amigas da escola. Foram dez dias de muitas caminhadas, muitos parques, muita diversão. Valeu muito à pena, principalmente pelos laços reforçados e as relações consolidadas.
A volta foi lenta, um início gradual de retorno às atividades que culminou no final da semana passada por um fechamento de ciclo: em virtude de uma restruturação, comum no mundo corporativo, encerrei/foi encerrado o meu vínculo com a empresa multinacional do ramo farmacêutico para qual eu desempenhava a função de Internal Expert, especialista contratado para apoio a atividades científicas e promocionais do laboratório.
Foram dois anos e meio muito produtivos, em termos de crescimento profissional, atualização científica, exposição perante aos pares, convívio com colegas de fora do país, e - acima de tudo - criação e fortalecimento de relações muito legais com colegas com quem tive a chance de conviver. Saí - tenho convicção - deixando pontes e amigos.
Bola para frente, então.
Confesso que já vislumbrava no horizonte essa possibilidade, esse caminho. Imaginava, ainda antes da virada do ano, que era bem possível que dois mil e dezenove terminasse comigo não mais nessa função que exercia. O plano era me preparar para isso. Veio um pouco antes do esperado, mas "vida é o que acontece enquanto fazemos planos", não?
Por isso, também, não foi um choque o que ocorreu.
Lamentei (e lamento) a perda da convivência frequente com pessoas que aprendi a admirar e que viraram bons amigos, mas sei que vez que outra vamos nos encontrar por congressos e eventos e que vai ser legal. Que as relações pessoais não se encerram com o final de um contrato de trabalho.
Por outro lado, confesso - também - uma certa sensação de liberdade, que é muito interessante.
E muitos caminhos em frente, muitas possibilidades.
O ano novo promete.
Até.
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