(Ano 19, Número 06)
Retrospectiva.
Tradicionalmente, ao final do ano, e como essa Sopa é sobre mim, o que vejo, sinto, penso e repenso, além – é claro – de uma ficção ocasional, todo final de ano eu fazia uma retrospectiva pessoal do ano que terminava, compartilhava com os (poucos) leitores o que tinha se passado comigo, e como eu tinha visto/sentido o que se passara comigo. Nesse momento de (tentativa de) retomada desses escritos regulares que eu havia perdido enquanto corria em perseguição à cenoura (como a história do burro que puxa a carroça cujo dono está balançando uma cenoura em frente ao seu nariz, o dono podendo saber onde está indo, mas o burro perseguindo uma ilusão).
Não faço aqui crítica (ou julgamento) a ninguém, pessoas ou locais de trabalho.
Falo de mim, do meu umbigo, e de como nos últimos anos acumulei diversas atividades e funções de trabalho, associativas e – de certa forma – políticas. É a teoria da porta que se abre: seguia o caminho e – à medida em que andava – ia entrando nas portas (possibilidades) que se abriam (surgiam). Foi muito bom, profissionalmente falando. E também em termos financeiros, claro. Mas todo bônus tem um ônus. E a corrida do dia-a-dia, trabalho e trabalho, cobra um preço que não pode ser mensurado, e não pode ser recuperado.
Tempo.
Por uma questão de prioridades temporárias, de urgências da rotina, houve a necessidade de deixar de lado algumas atividades, digamos assim, que me eram caras. Normal, parte da vida. Sabemos que existem momentos em que devemos priorizar determinadas ações/atividades em detrimento de outras em função da situação de vida em que estamos.
Como quando voltei do Canadá.
Voltar foi uma retomada da vida, um reinício profissional, hora de “agarrar” todas as oportunidades, entrar em todas as portas que se abrissem. Consultório, Santa Casa, Centro Clínico Gaúcho, depois a Universidade, o concurso para Prefeitura de Porto Alegre, além das atividades associativas, primeiro como Diretor e depois Presidente da Sociedade de Pneumologia do RS. Fui acumulando atividades, que traziam algum retorno financeiro e algum reconhecimento profissional.
Nessa corrida, deixei de escrever.
E continuei correndo, a cenoura ali na frente mas que não chegava nunca.
E fui assumindo mais funções.
A melhor de todas, evidentemente, de pai da Marina. Mas ainda outras.
Mas falo disso mais adiante.
Até.
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