segunda-feira, dezembro 09, 2019

A Sopa

(Ano 19, Número 04)

Tenho algumas implicâncias.

Antes de mais nada, devo dizer que – sim – sou a favor de que cada um cuide de sua própria vida, que – desde que não cause prejuízo real a outras pessoas (a liberdade de um termina onde começa a do outro) – cada um viva sua vida da forma que achar melhor. Que trabalhe naquilo que quiser e puder, que se vista como der na telha, que case com quem se apaixonar, ou não se case, tanto faz, desde que seja sua escolha e esteja feliz com isso.

Sou a favor da liberdade individual. 

Não é o governo, nem a religião, e muito menos outras pessoas que vão determinar como cada um deve viver sua vida. Desde que, enfatizo, todos sejam respeitados, e ninguém cause prejuízo (e para isso existem regras de convivência) a outros.

Mas, confesso, tenho implicâncias. E não vou falar dos vegetarianos, muito menos dos veganos. Não dessa vez, não hoje.

Pessoas que tomam cerveja no supermercado, enquanto fazem compras.

Todo mundo já presenciou a cena. Meio da tarde de uma quarta-feira, ou sábado de manhã, por acaso estamos no supermercado fazendo algumas compras de última hora, ou mesmo as compras semanais, não importa, estamos lá abastecendo o carrinho com provimentos, leite, carne, pão, entre outros produtos, e passa por nós, tranquilamente, indivíduo (não é exclusivo de gênero) com uma long neck na mão, a outra empurrando o carrinho de compras, tomando cerveja durante as compras. Acho isso errado em muitos sentidos.

Não estamos em casa, ou em uma festa, ou mesmo na praia, para circularmos de forma tão informal. Ingerindo álcool no meio da tarde (ou de manhã, ou mesmo à noite, que seja) em pleno supermercado dá ideia da necessidade urgente de satisfação imediata, da incapacidade de esperar pelo momento mais adequado para consumir. Precisa ser aqui e agora. É infantil, como quando levamos uma criança pequena conosco e ela está com fome. Aí até justifica-se permitir que ela consuma algo ainda dentro do supermercado. Mas não um adulto com idade suficiente para comprar e ingerir álcool. Nada justifica isso.

E, ao sair do supermercado, como levará as compras para casa?

De táxi, Uber, Cabify ou outro transporte, mas esperamos que não dirigindo, porque seria pior ainda. Mas não duvido...

E não estou nem entrando no mérito daqueles que consomem algo (e aí não precisa ser cerveja) e deixam a embalagem em qualquer local, saindo sem pagar por ela. Porque aí é o fim da civilização.

Mas, como eu disse, cada um sabe de si.

E eu não tenho nada a ver com isso.

Até.

Nenhum comentário: