domingo, fevereiro 16, 2020

A Sopa

(Ano 19, Número 14)

O primeiro milagre.

Talvez esse não seja o melhor momento para falar disso, mas esse final de semana testemunhei um momento histórico, o primeiro feito daquele que um dia será reverenciado por todos, que será motivo de orações, bem além do que já é, pois em seu nicho, digamos assim, ele realmente é.

Começo falando do meu sogro, entretanto.

Do alto dos seus oitenta e um anos, está realmente bem. Algumas limitações físicas decorrentes da idade, alguma dificuldade (e dor) para caminhadas mais longas, mantém-se tranquilo. De uns tempos para cá, contudo, tem se queixado de um dor no ombro sempre ao acordar, o que causa uma maior limitação pela dor durante as manhãs.

Corta para o final de semana que ora termina.

Para passar os últimos dias de férias na praia, até porque eu teria uma corrida no sábado à noite, decidimos alugar, via Airbnb, um apartamento em um condomínio fechado no litoral norte do RS. Apartamento de três quartos térreo, com jardim à beira de um canal, deck com churrasqueira. Decoração de primeira, eletrodomésticos top de linha, conforto mesmo. Um quarto de casal (em que ficamos a Jacque e eu, apesar da insistência para que meus sogros ficassem nele) e dois quartos de solteiro com bi-camas. Um deles, em que meu sogro dormiu, decorado com motivos de futebol, mais especificamente do Inter, e um grande pôster do D’Alessandro, camisa 10 e um dos maiores jogadores da história do time. Assim como o banheiro, temático, com o a letra do hino do Inter no box do chuveiro.

Ele, gremista, não se importou. 

Após a primeira noite, comentou que havia acordado sem a dor no ombro que o incomodava há meses. Não demos atenção, afinal poderia ser coincidência.

Foi um final de semana de descanso, agradável. Fiz churrasco nas duas primeiras noites e só não fiz na terceira porque tinha a Summer Night Run 2020, motivo de ter ido para o litoral. Aliás, meu joelho que doía ininterruptamente nas duas últimas semanas melhorou muito após a corrida.

Hoje, quando voltávamos para Porto Alegre, meu sogro comentou novamente que não havia tido mais a dor do ombro. Queria, inclusive, saber qual era o travesseiro que havia utilizado. Foi quando caiu a ficha para mim. Que travesseiro, que nada.

Foi o primeiro milagre do São D’Alessandro.

Amém.

Até.

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