domingo, junho 19, 2022

A Sopa

Tenho um primo que é dez anos mais velho que eu.

 

Está fazendo, portanto, sessenta anos em dois mil e vinte e dois. Sessenta. Anos. Meu primo. Que coisa, pensei quando me dei conta disso. É vida, foi o meu segundo pensamento.

 

Não somos próximos, e não há uma razão especial para isso, mas nas raras vezes em que nos encontramos é bem legal. Porém, esse lado da família nunca foi tão próximo assim, por razões que nem sei, e não importam. O que não diminui o afeto. Foram (fomos) natural e lentamente se afastando. Simples assim, acontece. 

 

Mas não era disso que eu queria falar.

 

O momento seguinte à percepção de que meu primo está completando sessenta anos foi de reflexão. Em dez anos, serei eu a completar sessenta anos (ele estará com setenta!). Dez anos, tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco. Onde eu estava e quem eu era há dez anos? Onde estarei e quem serei em dez anos? Aliás, eu estarei ou serei em dez anos?

 

Pensamentos reflexivos de um domingo de quase inverno e temperatura baixa, daquele já falado sol que ilumina, mas pouco aquece. E já estamos chegando ao meio do ano de dois mil e vinte e dois, e a sensação de que o tempo tem passado mais rápido continua, ainda mais por esses dias, em que estamos todos tentando recuperar os encontros e afetos que estiveram afastados durante a fase ruim da pandemia e antes das vacinas.

 

Um dia de cada vez, sem pensar muito no que virá, procurando viver o mais intensamente possível (e esse é um conceito individual) o momento presente, o agora, porque não sabemos como será lá na frente. Sei com quem quero estar, o que já é bem importante, e o resto da história vamos escrevendo à medida em que caminhamos. E temos uma longa jornada pela frente.

 

Tem sido assim.

 

E vai continuar.

 

Até. 

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