Tenho um primo que é dez anos mais velho que eu.
Está fazendo, portanto, sessenta anos em dois mil e vinte e dois. Sessenta. Anos. Meu primo. Que coisa, pensei quando me dei conta disso. É vida, foi o meu segundo pensamento.
Não somos próximos, e não há uma razão especial para isso, mas nas raras vezes em que nos encontramos é bem legal. Porém, esse lado da família nunca foi tão próximo assim, por razões que nem sei, e não importam. O que não diminui o afeto. Foram (fomos) natural e lentamente se afastando. Simples assim, acontece.
Mas não era disso que eu queria falar.
O momento seguinte à percepção de que meu primo está completando sessenta anos foi de reflexão. Em dez anos, serei eu a completar sessenta anos (ele estará com setenta!). Dez anos, tanto tempo e ao mesmo tempo tão pouco. Onde eu estava e quem eu era há dez anos? Onde estarei e quem serei em dez anos? Aliás, eu estarei ou serei em dez anos?
Pensamentos reflexivos de um domingo de quase inverno e temperatura baixa, daquele já falado sol que ilumina, mas pouco aquece. E já estamos chegando ao meio do ano de dois mil e vinte e dois, e a sensação de que o tempo tem passado mais rápido continua, ainda mais por esses dias, em que estamos todos tentando recuperar os encontros e afetos que estiveram afastados durante a fase ruim da pandemia e antes das vacinas.
Um dia de cada vez, sem pensar muito no que virá, procurando viver o mais intensamente possível (e esse é um conceito individual) o momento presente, o agora, porque não sabemos como será lá na frente. Sei com quem quero estar, o que já é bem importante, e o resto da história vamos escrevendo à medida em que caminhamos. E temos uma longa jornada pela frente.
Tem sido assim.
E vai continuar.
Até.
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