domingo, abril 08, 2007

A Sopa 06/38

Após passar três meses e três dias sem comer doces, decorrentes de (1) uma dieta; e (2) compromisso caso o Inter fosse campeão do mundo – como já afirmei quase à exaustão -, tive como resultado: cinco, agora quatro quilos perdidos e o time referido acima desclassificado do campeonato gaúcho antes de sua fase semifinal. Valeu o peso perdido, certamente. Pois bem, estou de volta ao mercado das guloseimas, sobremesas e glicídios em geral.

O hospital em que trabalho a maior parte do meu tempo nos dias de hoje é o Hospital São Lucas da PUCRS, onde tenho o meu consultório. Como passo boa parte dos meus dias lá e como nem sempre estou atendendo pacientes no consultório ou vendo aqueles internados, passo também algum tempo de minhas manhãs (ou tardes, dependendo do dia) na AMHSL (Associação dos Médicos do Hospital São Lucas), da qual sou sócio. É um local para, médicos, termos um lugar para ficar, ler os jornais do dia, utilizar a Internet, acessar nossos e-mails e encontrar colegas. Além disso, há uma máquina de café expresso disponível, água gelada, sucos e biscoitos, desde aqueles ‘água e sal’ até as ‘bolachas recheadas’.

Durante o meu tempo de abstinência dos doces, sempre que entrava lá e olhava as bolachas recheadas (de chocolate, normalmente), eu pensava em como era bom eu estar fiel ao meu compromisso, caso contrário eu SEMPRE comeria aquelas bolachas, afinal são MUITO boas. Foi muito tranqüilo, até se aproximar o prazo final, na semana que passou. Comecei a sentir uma vontade LOUCA de comer bolacha recheada, mas sabia que era só porque eu “não podia” (na verdade não queria). Mesmo assim, os últimos dias foram de angústia.

Pois bem, quarta-feira passada, quatro de abril, encerrado o meu compromisso, entro no sala da AMHSL e me deparo com o pote cheio de bolachas. Um silêncio mortal cai sobre a Terra, e o tempo pára. Ouço um trabalhador, a milhares quilômetros de distância dali deixar cair uma chave inglesa no chão, tenso na expectativa do que vai acontecer naquele momento, pássaros cessam sua cantoria, nem as moscas voam, o silêncio é sepulcral. Caminho convicto até o pote das bolachas recheadas e abro-o. Olho em seu interior e lá estão elas, recheadas de chocolate, como que implorando para que eu as pegue. Ergo a mão e vacilo. Fecho o pote sem tocar em nenhuma bolacha. Pego um biscoito ‘água e sal’ e saio.

Malditas gorduras trans!

Até

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