quinta-feira, janeiro 11, 2007

Estranho

Ontem, enquanto dava uma carona para a Jacque até o dentista, que é perto aqui de casa, ao cruzar a Avenida Independência, não pudemos deixar de notar um movimento diferente de pedestres: muitos, todos jovens (quase crianças, nos pareceu), andando em grupos, com os rostos e roupas sujos de tinta.

Primeiro pensamento foi: saiu o listão dos aprovados no vestibular da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Mas como, se a última prova fora naquela mesma manhã? Ou eles estão corrigindo redações em tempo recorde, ou alguma outra coisa estava acontecendo. Só um pouco mais tarde descobri o motivo da festa, das roupas e rostos pintados.

Estavam celebrando o FINAL do vestibular.

Ah, tá.

Não importa se passou ou não, o lance é celebrar o final das provas. Se não passou, azar, papai paga o cursinho pré-vestibular ano que vem. É isso, então?

Não deve ser, imagino.

Sou do tempo em que só quem comemorava, com tintas e muita festa, eram os aprovados, que depois circulavam pelo centro da cidade exibindo orgulhosamante sua "sujeira", que haviam conquistado depois de muito esforço. Aquilo era um prêmio. Se não passasse, sem festa, meu brother, só no ano seguinte. Agora tudo mudou e todo mundo faz festa.

Tem o lado positivo, claro. Todos devem comemorar, afinal se esforçaram (alguns nem tanto, mas não vem ao caso) e o resultado final é (quase) secundário. Festeja-se o final desse esforço. Me pergunto: o esforço, quem sabe até o passar no vestibular (assim como o passar de ano na escola) não é nada mais que a obrigação? Principalmente para aqueles que tem tempo de se preparar, sem precisar trabalhar de dia e estudar à noite, etc e tal?

Acho que é. No meu tempo, ao menos, era.

Mas talvez hoje seja diferente, sei lá.

Vai saber.

Até.

Nenhum comentário: