Ainda no litoral norte do Rio Grande do Sul.
Ontem choveu o dia todo.
Manhã de leituras, siesta depois do almoço seguida de filme em DVD, café preto, chimarrão e ainda visita dos amigos Pedro e Maria José. À noite, já sem chuva, fomos comer um peixe e ver o movimento na rua central de Tramandaí.
Hoje, domingo, o céu está plúmbeo e a temperatura agradável.
Confissão: gosto muito mais de verão hoje em dia, depois de dois invernos canadenses, mas finais de semana como esse, que termina hoje, são MUITO bons também.
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No ritmo de férias de verão no hemisfério sul, um texto antigo, publicado há exatos quatro anos atrás.
Muito mais do que ser, hoje em dia é importante parecer ser. São tempos de uma grande influência da televisão, que até parece estar diminuindo (ou será que são as pessoas com quem convivo?). Não podemos deixar a tirania das aparências dominar nossas vidas. Devemos marcar posição, é isso.
As pessoas precisam saber claramente quem somos e quais são nossas opiniões nos mais variados assuntos do mundo que nos cerca. À direita, à esquerda, em frente ou para baixo, temos que ter uma clara opção. Isso vai tornar tudo mais seguro e claro, voltaremos a saber em que chão estamos pisando. E temos que ter atitude perante o mundo. Posição e atitude, as chaves para o sucesso no novo milênio. Parênteses. Milênio é aquele garoto que nasceu no primeiro minuto de 2001, filho da Milene e do Ênio. Fecho parênteses e paro de escrever bobagens.
Eu, por exemplo, parei para refletir há um tempo atrás e estabeleci minhas posições ideológicas, que devem ficar claras para todos. São as bases nas quais estão assentados todos os meus atos. Dessa forma, as pessoas vão sempre saber como reagirei frente à determinada situação. Porque sou coerente, normalmente. Após esse concílio, que não foi em Trento, tracei algumas diretrizes que regem a minha conduta perante a vida.
A melhor sobremesa. Foi uma das escolhas mais difíceis, frente a uma gama enorme de opções fantásticas, mas cheguei lá: a melhor sobremesa do mundo é o sagu. E ponto final. Mais bonita canção em língua portuguesa: Oceano, do Djavan. Sim, eu sei que existem bilhões de canções maravilhosas, que deveria ser uma das do Chico Buarque e etc, mas é essa, lamento. Tinha que definir uma, e assim o fiz.
Arroz de leite: não existe. É um erro que tem se perpetuado ao longo de gerações, desde que um débil mental misturou arroz e leite e disse que era bom. É o típico caso de mentira dita mil vezes que vira verdade, segundo a cartilha de Goebbels, oficial nazista da informação. Não sei se tão grave quanto o arroz de leite é o caso do leite de soja. Por favor! Leite de soja não existe. Acordem! Imaginem o fazendeiro, de manhã cedo, ordenhando uma plantinha e coletando o leite numa vasilha. Convenhamos...
É o que digo, posições perante os fatos. O que fazer numa encruzilhada, quando não se sabe qual caminho seguir? Vá à esquerda. Funciona sempre? Não, mas o importante é ter posição e atitude. Pena de morte? Contra. Pirâmides e correntes: distância. O que fazer com pedófilos e estupradores? Olho por olho, dente por dente. Simples. Feijão? Preto, os outros são apenas vagens.
Nada disso significa simplificação ou evitar a reflexão ou o debate filosófico. Pelo contrário, tendo resolvido estes pequenos dilemas diários que normalmente tomam tempo das pessoas, sobra mais chance de captar no ar a filosofia que está por aí, etérea, e trazê-la para o mundo dos vivos.
Até.
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