A primeira Sopa de 2008.
Aqui no sul do mundo, o calor é senegalesco. Como nunca estive no Senegal, vocês podem ter certeza de que o adjetivo associado a esse país é menos porque imagino ser quente assim lá e mais pelo efeito sonoro que a palavra ‘senegalesco’ tem. Porque eu sou assim, tenho um grande apreço pela língua portuguesa, me encanto com os sons das palavras e, claro, com seus significados. Aliás, como são significativas e poderosas as palavras. Quando escritas, então, muito mais.
Mais de uma vez já me vi envolvido em mal-entendidos devido a escritos meus, feitos de maneira pessoal – como cartas ou e-mails a alguém – ou simplesmente pela publicação de textos meus no blog. Aí tenho que explicar o que quis dizer e coisa e tal. Penso sempre se fui eu que não me expressei bem ou se quem leu (e não gostou) não entendeu bem o que quis dizer. No fundo, não importa e nem faz diferença.
Falava do calor, que é intenso e úmido. O ar-condicionado dos lugares muitas vezes não dá conta. O suor é uma constante por esses dias, e inevitável. Ao sair para a rua, somos quase que empurrados de volta para dentro pela “onda quente” que nos atinge quando colocamos o pé para fora de casa.
Não me queixo, contudo.
Devo confessar, ainda, que gosto muito mais do verão hoje em dia do que antes dos invernos canadenses. Mas certamente olho para o norte com uma ponta de inveja quando penso nos graus negativos e nos ventos que varrem Toronto nessa época do ano. Eterno insatisfeito, pensa o estimado leitor, e concordo: nós que moramos por um tempo em outra cidade, outro país, que já tivemos outra casa, estamos condenados a sentir saudades para sempre, não importa onde estejamos.
Dois mil e oito promete, em vários sentidos.
Tenho projetos, planos, idéias.
Por alguma razão, faz um tempo que relembrei um pensamento mágico que era recorrente num passado já distante: o de que os anos pares são os melhores. Continuo sabendo que é pensamento mágico, mas certamente não é ruim iniciar um ano mais otimista que o usual.
Sei o caminho a seguir – já tracei a rota no mapa – e que a caminhada é longa. Sei, contudo, que mais importante que o destino final é justamente o caminho que vou seguir.
Até.
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