Durante a semana que passou, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu as câmaras de bronzeamento artificial com finalidades estéticas devido a estudos que comprovam um risco aumentado de câncer de pele em quem se utiliza desse método. Isso, evidentemente, causou revolta e indignação entre os donos de clínicas estéticas – que investiram altas quantias para adquirir essas máquinas – e também entre clientes. Uma delas chegou a perguntar: “Que mais falta? Vão dizer que o cigarro dá câncer? Álcool e direção não combinam? É o fim do mundo”. Dizem que as clientes temem ficar sem seu “bronzeado perfeito”.
Admito, fui irônico com o “bronzeado perfeito”.
Sempre achei, devo dizer, essa coisa de bronzeamento artificial uma frescura sem tamanho. Coisa de perua. Homem que é homem jamais faria isso. Sei, contudo, que essas afirmações estão carregadas de preconceito, no que me desculpo com aqueles que têm por hábito dourarem sua pele com os raios ultravioleta vindos de uma máquina. Não tenham um chilique nem sapateiem de raiva, é só preconceito meu, e não faço mal a ninguém. E quanto às mulheres que fazem (ou faziam) isso, apenas digo que ficam muito melhor quando a fonte dos raios UV é o sol, sem custos e com um resultado bem mais natural. Tudo vai ficar bem, desde que caprichem no protetor solar e nos horários adequados.
Dados da literatura médica indicam que a chance de melanoma aumenta em 75% (!) em quem se submete à prática do bronzeamento até os 35 anos de idade. Não existem benefícios que sejam maiores que os riscos envolvidos no procedimento. Como em medicina sempre trabalhamos com essa perspectiva, de que o potencial benefício (de uma cirurgia, por exemplo) de ser superior ao risco envolvido no tratamento. Simples assim.
Mas entendo a revolta de quem investiu em equipamentos de bronzeamento para suas clínicas estéticas e agora está diante de um grande prejuízo. Não minimiza o problema, mas devem saber que essa possibilidade já era discutida há alguns meses. Quem acabou de comprar deve estar duplamente “puto da cara”, então. Uma opção para essas clínicas que não poderão utilizar suas máquinas de bronzeamento – e aqui vou dar uma grande dica de negócio, e de graça – é um sistema mais antigo, que pode aproveitar o terraço da clínica, requer um pequeno investimento, e cujo risco de câncer, apesar de existir, não vai fazer a ANVISA proibi-lo. O único porém é que não pode ser utilizado em dias de chuva.
Podem chamá-lo de “Sistema BS”.
Banho de sol.
Até.
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