domingo, janeiro 03, 2010

A Sopa 09/21

Dois mil e dez.

Todo início de ano, quando faço – de alguma forma – a retrospectiva do ano que recém terminou, invariavelmente digo que o ano terminado não foi um ano fácil. Parece uma forma de dizer que, apesar de todas as dificuldades, imaginárias ou não, nadamos até o fim, e – melhor – não morremos (morri) na praia.

Pois é.

Dois mil e nove não foi um ano fácil.

Por outro lado, poucos anos foram tão bons quanto 2009. Isso me leva a perguntar o que seria um ano fácil, se é que existe isso. Indo mais além, posso perguntar qual o sentido de se classificar um ano como fácil ou difícil, se isso não vai mudar nada a forma que vejo o mundo. Mas como estou aqui olhando para trás, para o que passou, vale o exercício (e sei que até aqui não disse nada...).

Ao terminar dois mil e oito, na última Sopa daquele ano, eu havia escrito que o ano havia sido intenso, e que a palavra que definia o ano era epiphany, a súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo, que eu tinha esperado demais de algumas pessoas que não tinham mostrado a mesma dedicação comigo como eu havia dedicado a elas. Mas que estava tudo bem, afinal havia coisas mais importantes na vida. Pedira, ainda no final de 2008, que o ano novo fosse mais leve, que as amizades fossem mais leves, que as grandes amizades não necessitam de força para serem mantidas, e - sob esse aspecto - dois mil e nove foi como o esperado: mais leve e tranquilo.

Profissionalmente, o ano foi desafiador, e (mais um) início de uma nova fase, o que resultou em viagens semanais e amanheceres na estrada. Tudo pela oportunidade de ser professor, algo para o qual fiz toda minha longa formação, o que – finalmente – rendeu frutos em termos acadêmicos. Imaginem, então, o meu grau de satisfação.

Para o ano novo, como não poderia deixar de ser, novos desafios virão, e espero continuar no caminho que venho trilhando ao longo do tempo e que me trouxe até aqui. Quero continuar – nesse último ano da primeira década do século vinte e um – próximo às pessoas que valem à pena, que possamos nos reunir em torno de uma mesa e como bons companheiros – aqueles que dividem o pão – falarmos da vida e tomarmos bons vinhos.

Se pudermos viajar, melhor ainda.

Bom 2010.

Até.

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