domingo, fevereiro 07, 2010

A Sopa 09/26

Clima e catástrofes naturais.

O verão segue inclemente aqui no sul do mundo. A última semana, em especial, foi de temperaturas acima de 40ºC e sensação térmica ainda mais alta. Fora do ar condicionado, a vida tem sido difícil.

A conta de luz, esse mês, vai às alturas.

Dizem que é o aquecimento global, que o clima está como está devido à mão do homem, que vem destruindo muito mais que preservando. Que seria uma reposta da natureza à agressão que já ocorre há muitos anos, e que a vida na Terra vai acabar cedo ou mais tarde.

Pode ser.

Mas penso – leigamente falando e não justificando nada – que também isso pode ser parte de alterações cíclicas que ocorrem no planeta em eras, gelo e degelo. Que não é (ainda) o fim do mundo. Mesmo assim, estaríamos contribuindo com esse ciclo através da poluição e do consumo desenfreado de elementos não-renováveis da natureza, como a água. O que, na prática, dá no mesmo. Ou seja, a preservação e o cuidado são importantíssimos para o bem do planeta.

Eu ia escrever que isso era chover no molhado, mas poderia parecer comentário de mau gosto para os amigos que moram em São Paulo, que vem experimentando um ano de 2010 de chuvas diárias e grande inconvenientes. Sei lá. Por outro lado, e ainda mantendo-me no mesmo assunto, eventos naturais, climáticos ou não, tem uma coisa que me intriga.

Existem situações que ocorrem sempre, e mesmo assim parecem surpresa cada vez que acontecem. Penso isso toda vez que vejo notícias a respeito das chuvas e seus estragos nos verões no Rio de Janeiro.

Todos os anos, próximo à virada de ano e nos primeiros dias do ano novo, chove muito no Rio de Janeiro. Lembro de assistir ao noticiário e sempre ver que a região Sudeste, e o Rio em especial, são atingidos por chuvas intensas e duradouras. Sempre. Esse ano de 2010 começou marcado pela tragédia em Angra dos Reis, com o deslizamento de terra e muito mortos em Ilha Grande. Foi uma fatalidade que nos deixou a todos tristes e solidários. Mas não foi uma total surpresa. Em Angra, no verão, chove, e muito. Todos sabem, e sabem do risco.

Lembro que – há uns bons anos – fomos passar uma semana de férias no Club Med Rio das Pedras, em Mangaratiba, litoral fluminense. O Club Med, rede francesa de resorts, presente em vários países do mundo, classifica os seus resorts em “destinos”, basicamente praia ou neve. O Rio das Pedras, em Mangaratiba, era chamado informalmente de “Destino Chuva”, porque chovia todos os dias. Aproveitamos ao máximo, mas estava sempre nublado e, em algum momento do dia, chovia. Porque todos sabem que lá chove, principalmente no verão.

Assim como todos sabem que o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, está sobre uma falha geológica, e se espera o dia em que virá o Big One, o terremoto que devastará a região. Quando ocorrer será uma tragédia, mas não uma surpresa. Faz diferença?

Se há preparação para quando acontecer, sim, faz (fará) muita diferença.

Até.

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