domingo, setembro 04, 2011

A Sopa 11/01

Há pouco mais de um ano, essa Sopa deixou de ser escrita semanalmente. Por diversas razões, a principal delas é que os compromissos profissionais haviam se avolumado de tal forma que eu já não estava dando conta de todas as minhas atribuições, e me via obrigado a requentar velhas Sopas para manter a regularidade, o que certamente não era honesto nem com os (poucos) leitores fiéis e muito menos comigo. Havia um projeto de que pudesse ser mensal, o que também se mostrou inviável naquele momento.

O blog, contudo, consegui manter, utilizando do recurso das fotos de sábado, e alguns textos e comentários eventuais. Como era de se esperar, a audiência despencou vertiginosamente, acentuando uma tendência que começara com minha volta do Canadá. Paciência, nunca fui um “blogueiro” de multidões mesmo...

Por que, afinal, a volta, se é que isso é uma volta?

Porque escrever é preciso, assim como o é navegar.

O tempo ainda é escasso, tenho andado preocupado com assuntos que não me preocupavam antes – já não somos tão jovens, afinal de contas – continuo a assumir novas e desafiadoras responsabilidades, mas já vislumbro mudanças, tomada de importantes decisões para um futuro próximo que está ali dobrando a esquina.

Para melhor, sempre para melhor.

Por que voltar agora, porque em setembro?

Porque tem sido um longo e frio inverno (tanto meteorologicamente quanto sem escrever), e parece como se já não houvesse sol há mais de ano. E em setembro, a vida renasce. Nada melhor, então, que começar uma nova fase dessa Sopa justamente em setembro, pouco mais de dez anos da primeira, ainda por e-mail e ainda sem o blog, que só surgiu quando fui para o exílio.

Vamos à luta.

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Outra motivação para essa tentativa de recomeço é uma volta no tempo. Vinte e três anos passados, para ser mais preciso, e que me tem feito lembrar fatos, músicas e pessoas nos quais há muito eu não pensava.

Por uma dessas maravilhas da Internet, está sendo organizada a primeira reunião da turma do Operador de Computador Diurno da Escola Técnica de Comércio, formada no ano de 1988. Via Facebook, temos trocado mensagens, lembrado de estórias, apelidos e curiosidades daquele tempo em que (ainda) eram usados cartões perfurados para o processamento de dados, as telas do monitores eram em tons de verde, e tínhamos aula de COBOL. E está sendo muito legal.

Como fazem duas décadas que a maioria de nós perdeu contato uns com os outros, um dos tópicos do grupo foi “o que vocês fizeram desde então”, e foi um exercício interessante e, de certa forma, perturbador resumir vinte anos de vida em poucas linhas. Ao ler o que eu havia escrito, a impressão que fiquei foi de que minha vida assim parecia linear, um caminho esperado e óbvio. E pareceu um obituário. Por um instante pensei em apagar, mas vi que era bobagem. Linear e óbvia é tudo o que minha vida não foi e nem é. Mas foi um bom momento de reflexão sobre quem fui e quem sou.

Além disso, pessoas que na época não se relacionavam bem agora conversando e lembrando fatos comuns, o que me faz pensar e confirmar que o tempo realmente cura tudo ou, melhor, põe as coisas em perspectiva.

Até.

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