domingo, abril 10, 2022

A Sopa

Sobre a idade. 

 

Conversávamos, essa semana, alguns colegas de hospital, num momento de pausa para um café na Associação dos Médicos do Hospital São Lucas da PUCRS, sobre as gerações. Mais especificamente sobre como, atualmente, existe uma certa fluidez e trânsito entre as gerações.

 

Dito de forma mais clara, antigamente – quando fomos estudantes de medicina – a diferença entra as gerações, professores e alunos, por exemplo, era mais clara, definida. Os professores eram MUITO mais velhos que nós, ou pareciam ser, e se portavam e se vestiam de maneira diversa aos alunos. Mesmo que a diferença de idade não fosse tão grande assim, havia essa diferença que era bem estabelecida.

 

Hoje, isso mudou, e sou exemplo disso.

 

Aos cinquenta anos recém completos, vivo esse novo momento de fluidez geracional. Sim, sou bem mais velho que alunos e residentes com quem convivo, mas não me sinto tão diferente assim. Já pensei que o problema pudesse ser eu, mas em conversas com colegas percebi que esse fenômeno é bem mais amplo, para um certo alívio meu. Sempre tive a preocupação de não dar a impressão de estar querendo parecer mais novo do que realmente eu era.

 

 O que, para ser bem honesto, é uma bobagem.

 

Lembro, contudo, de um livro que li nos anos 80 chamado a Síndrome de Peter Pan, que deu origem à síndrome de mesmo nome, que se caracterizava por comportamentos infantis e inseguros que impediriam o homem de amadurecer normalmente. Sendo assim, acabaria falhando em diversos assuntos da vida adulta. Seriam como o personagem da história, que não queria crescer nunca.

 

Nada a ver comigo mesmo. Ao contrário, aliás.

 

Lido/lidei bem com o me tornar adulto, casado e pai de família. É um papel com o qual me adaptei bem, modestamente falando... Já são quase vinte e seis anos de casamento, e tudo vai bem. A vida vai bem, na medida do possível.

 

O chegar aos cinquenta anos foi simbólico, e ainda comemoro e comemorarei mais ao longo do ano, muito mais porque gosto de festejar do que qualquer outra coisa. Por outro lado, me fez refletir sobre vários assuntos, sobre a vida. Sobre limites, sobre relações, sobre pessoas. E planos.

 

Projetos.

 

Tenho vários. A vida ainda parece um livro em branco a ser escrito. A estrada ainda está para ser percorrida. Isso pode ser o que me faz sentir ainda jovem. O futuro não está traçado, vai sendo escrito à medida que andamos e as portas vão se abrindo (ou nós as abrimos). Pode ser que antes as pessoas (ou a maioria delas) aos cinquenta anos já tivesse o seu caminho traçado, não sei. Mesmo que minha cervical não tenha a mesma opinião que eu, ainda me sinto bem jovem e disposto...

 

O que não é nada mal...

 

Até.

 

 

2 comentários:

Maria disse...

la bom diaa

Maria disse...

ola bom diaaa