terça-feira, dezembro 27, 2022

A Sopa (a Retrospectiva 2)

A vida é a arte do encontro. 

Vinícius de Moraes declarou isso em seu magistral ‘Samba da Benção’, que compôs em 1967 junto com Baden Powel, letra citada até pelo Papa Francisco em uma de suas encíclicas, de nome Fratelli Tutti.  Além disso, Vinícius acrescentou que, apesar de ser a arte do encontro, há muito desencontro pela vida. Acredito nisso, de verdade. Acho que a vida que vale a pena ser vivida é a que é compartilhada, vivida em grupo. Sou, definitivamente um ser social. 

 

Uma das ideias que não se realizou em 2022 foi a de um podcast que eu faria e que tinha relação com isso, com pessoas e suas histórias de vida. Quem sabe no próximo ano? Quem sabe...

 

Ao longo da vida, o acaso nos proporciona encontros com pessoas das mais diversas origens, com histórias únicas, que em grande parte das vezes acabamos não conhecendo, e circunstâncias na maior parte dos casos alheias à nossa vontade é que vão determinar se esses encontros ao acaso resultarão em algum tipo de relação além desse ponto.  

 

Sim, continuo falando de música, do meu ano musical e do que a volta (emocional) a esse ambiente me proporcionou. Conhecer novas pessoas, criar relações a partir da afinidade comum, viver a música. Tudo foi ganho, tudo tornou meu ano melhor.

 

Se tivesse que personificar, dar um nome que representasse tudo isso, essa nova perspectiva, esse novo mundo que se abriu diante dos meus olhos quando passei a frequentar o ambiente de uma escola de música cujo foco principal é o rock, se tivesse que homenagear uma pessoa (vou falar de duas, na verdade) seria, sem discussões, o de Luís Henrique Tchê Gomes.

 

Tchê Gomes.

 

Guitarrista e cantor, foi integrante do TNT, banda fundamental do rock gaúcho.  Atualmente, é parte da Gaby Ferreira e Banda Polainas, em que toca junto com sua esposa, a Gaby. O Tchê é o diretor musical da School of Rock Benjamin POA, local onde Marina e eu somos alunos. Além das aulas individuais de guitarra que tenho com ele, ele também é o responsável pelos ensaios das bandas. 

 

Além de um talento e uma dedicação gigantescos, é um cara de uma generosidade maior ainda. Um cara espetacular. Nossas aulas, além da parte técnica, dos aprendizados referentes à guitarra, ainda são terapêuticos, no sentido em que conversamos sobre a vida, contamos histórias, compartilhamos experiências.

 

Se tornou um amigo a quem quero muito bem.

 

Mas homenagear uma só pessoa seria de uma injustiça imensa, e eu disse que não iria fazer.

 

Tenho que falar da School of Rock Benjamin POA, e de seu mentor, o diretor, o empreendedor que trouxe a franquia ao Rio Grande do Sul, o agora também amigo Thiago Vitola. Ele é, junto com o Tchê, a alma da escola: é por ele, também que passa o ambiente familiar, onde quase todos se sentem em casa, se conhecem e convivem, também um local seguro, onde a Marina e os outros da idade dela até mais novos circulam como se realmente estivessem em casa. A parceria tem sido muito boa, e em crescimento. Nosso último churrasco, no dia do último ensaio do ano, terminou perto das duas da manhã. 

 

Comentei com o Thiago mais de uma vez, agradeci acima de tudo, do quão importante foi a School of Rock (as pessoas, evidentemente) em 2022. Eles estiveram junto ao longo do ano, inclusive no pior momento de todos.

 

A morte do meu pai.

 

Continua.

Até.   

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