Eu tive COVID.
Sim, você já deve saber, afinal contei isso aqui neste espaço no início da semana. Já não é uma novidade e nem é (ou foi) um grande problema, afinal já completei o período de isolamento, e segunda-feira volto ao trabalho.
Fiquei pensando o que significou, para mim, ter me infectado, adoecido.
Lá atrás, no início da pandemia, há um ano e meio, passamos da ideia inicial de que todos se contaminariam em algum momento e tínhamos que “achatar a curva” (de infecções) para não sobrecarregar o sistema de saúde para o “fique em casa”, para que ninguém se infectasse, meta evidentemente irreal. Todos os cuidados que tínhamos e temos que tomar sempre foram para – sim – minimizar as infecções enquanto as vacinas eram desenvolvidas.
Elas foram, em tempo recorde, para a suspeita de vários (esquecendo que estamos em 2021, não em 1950). Fui voluntário da pesquisa da Coronavac, do Instituto Butantã, em setembro de 2020 e, quase onze meses depois, acabei tendo COVID. Tranquilo, posso dizer. Sempre soube que a vacina não evitava em 100% a infecção, mas era para evitar casos graves, internações, internações em UTI e, claro, morte. Por isso nunca me preocupei com essa ridícula discussão sobre qual vacina fazer. Vacina boa é vacina feita.
De qualquer forma, quando entrei na pesquisa e recebi o que poderia ser a vacina ou placebo, não quis saber qual eu tinha recebido, porque não ia mudar em nada minha vida caso eu soubesse. Os cuidados continuariam os mesmos. Depois que fiquei sabendo que havia sido vacina, de fato nada mudou.
Assim que fiquei sabendo que estava com COVID, ainda antes do teste, afinal eu era contato de caso e comecei com febre, mantive-me tranquilo. Alguém pode até dizer que irresponsavelmente calmo, pode ser, mas confesso que em nenhum momento me preocupei de verdade. Por estar me sentindo bem, com poucos sintomas. Era questão de seguir o protocolo e permanecer isolado pelo período recomendado. Se certo ou errado, não faz diferença, cada um reage de forma individual ao que acontece em sua vida.
Lembrei disso porque andei lendo relato de conhecidos que estavam passando pela mesma situação que eu, mais ou menos ao mesmo tempo, e que diziam que o diagnóstico foi motivo de muita preocupação por terem visto muitos pacientes, saber de ainda mais outros que haviam sofrido e mesmo morrido de COVID. Entendo a angústia e preocupação, mas – de novo – confesso – que não as tive.
Negação, você pode pensar, mecanismo de defesa para seguir em frente em meio a tudo isso. Pode ser, não importa mesmo.
Por enquanto, passei bem pelo COVID. Sem loucuras, sem tratamentos malucos, não fiz nada diferente daquilo que recomendo para pacientes. Estou bem.
Espero que continue assim.
Até.
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