quinta-feira, junho 22, 2006

Memória Musical

Sou da geração que cresceu ouvindo Legião Urbana.

Eu tinha doze anos quando do lançamento do primeiro disco, no início de 1985 (foi gravado entre outubro e dezembro de 1984). Lembro daquele verão, o mesmo do primeiro Rock in Rio, que foi o começo do “estouro” do rock nacional. Barão Vermelho, Paralamas, Titãs, alguns exemplos dos hoje considerados dinassauros do rock brasileiro estavam lançando ou recém haviam lançados seus primeiros trabalhos.

Como eu dizia, crescemos ouvindo Legião Urbana e seus dois primeiros discos, chamados exatamente ‘Legião Urbana’ e ‘Dois’, este um dos seus melhores trabalhos. Praticamente todas as músicas desse disco têm algum significado que se encaixe nos diferentes momentos da minha adolescência. Só para exemplificar, cito duas, ‘Andrea Doria’ e ‘Tempo Perdido’, como memoráveis e cheias de significados e lembranças. Mas é do primeiro disco que quero falar, e de uma música em especial, que representa muito, e cujo significado transcende aquela fase e pode se encaixar no presente facilmente.

Lembrando o passado, quase vinte anos atrás, foi tocada numa noite de dezembro de 1988, quando celebrávamos uma conquista e simbolicamente encerrávamos um ciclo. Não sabíamos que aquela seria a última vez em que estaríamos todos reunidos, que logo após nossas vidas tomariam rumos tão diversos que tornariam impossível o reecontro. Foi tocada no violão pelo cara que não ligou e foi cantada por todos. Era madrugada.

Falando do presente, ela continua sendo verdadeira em muitos sentidos, e lembrei dela agora que estou quase indo.

Por Enquanto*

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba?

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí então estamos bem

Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
E nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz

Estamos indo de volta
Pra casa.

* Renato Russo


Até.

Um comentário:

Queila disse...

"Vem depressa pra mim
Que eu não sei esperar
Já fizemos promessas demais
E já me acostumei com a tua voz:
Quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui,
Meu espírito se perde, voa longe "

Para mim, essa é a mais marcante.
Apesar de ser um pouco mais nova, também posso dizer que Legião Urbana marcou parte da minha adolescencia.;)

Q