A caminho do ano novo.
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
sábado, dezembro 29, 2007
sexta-feira, dezembro 28, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
terça-feira, dezembro 25, 2007
segunda-feira, dezembro 24, 2007
domingo, dezembro 23, 2007
A Sopa 07/21
Como parte da comemoração de Natal, publico um texto escrito originalmente no Natal de 2001.
Então é Natal
Novamente é chegada a véspera de Natal, a data que se convencionou ser a do nascimento de Jesus Cristo, o principal personagem da mais bela história já escrita pelo homem. Diz-se que é momento de fraternidade, de solidariedade, de paz entre os homens. A minha pergunta é: por que só no Natal? Se esta (“Paz entre os homens”) é a mensagem de Deus, Javé, Alah, o Pai, ou qualquer que seja o nome dado pelas pessoas a esta entidade superior que, de certa forma rege, fiscaliza ou controla nossas vidas, por que há tanta intolerância? Acho que porque a religião é feita por homens. Mas hoje não é dia deste tipo de indagações.
Também não é o momento para voltar às questões levantadas quando afirmei que Deus (a entidade superior...) rege e/ou controla as nossas vidas. Não, não vou entrar em questões filosóficas relacionadas ao livre-arbítrio, à liberdade do homem, etc. Isso fica para uma quarta-feira filosófica. Hoje é feriado e momento de reflexão. Por isso vou contar como foi o meu primeiro Natal. O primeiro que passei no frio, na neve.
Acordei cedo naquele vinte e quatro de dezembro, e abri a cortina para ver a rua. Branco, tudo branco. O céu, azul celeste, indicava que não haveria precipitação de neve, mas seu contraste com o branco que cobria as ruas e os campos dava a impressão de estarmos num dos contos dos irmãos Grimm. Avistava também casas com os telhados cobertos de branco e das chaminés saindo a fumaça de – quem sabe – fogões à lenha ou lareiras.
Coloquei as calças por sobre os cuecões, a camisa de lã por sobre uma camiseta, e por cima de tudo o meu casaco pronto para suportar temperaturas glaciais (-60°C, segundo quem tinha me vendido ainda em Porto Alegre) e desci para o café. Antes de entrar na sala do café, fui até a rua para olhar os carros, todos cobertos por uma camada de gelo. Ao entrar para o café, encontrei o Annes, filho do dono do hotel e o único que falava inglês, que me disse que a temperatura estava por volta de –18°C.
Após o café, o Magno, a Jacque e eu (parceiros de viagem) rumamos para Anterselva (Antholzertal) para nossa primeira e única aula de esqui da vida, até hoje. O Magno, que torce o pé até caminhando no plano, não quis. A Jacque e eu tivemos uma hora de aula de esqui fondo (o que não desce montanhas, só anda no plano) e depois ficamos andando por nossa conta. Falando em conta, se contarmos bem, caí mais ou menos uma quinze vezes durante a aula (e não estávamos descendo!). Foi legal.
Durante a tarde, após o almoço, passeamos pela região – norte da Itália, quase na Áustria – próxima à Brunico. Às dezoito horas, começou a ceia de Natal. No início, teve um coquetel acompanhado por músicos vestidos com trajes tiroleses. Sob o comando da dona do hotel (Andréas Hofer, em Oberassen, norte da Itália) cantamos juntos “Noite Feliz” (claro que quem cantou foi quem conhecia a letra em alemão), todos de mãos dadas. Foi uma longa ceia, com vários pratos, vinho. No final, todos os locais foram assistir à missa do galo. Nós, após ligar para o Brasil, fomos dormir. Na manhã de Natal, quando deixaríamos Oberassen para seguir em frente em nossa viagem, fomos brindados pelo belo e perigoso – para quem dirige - espetáculo da neve.
Bom Natal a todos.
Até.
Então é Natal
Novamente é chegada a véspera de Natal, a data que se convencionou ser a do nascimento de Jesus Cristo, o principal personagem da mais bela história já escrita pelo homem. Diz-se que é momento de fraternidade, de solidariedade, de paz entre os homens. A minha pergunta é: por que só no Natal? Se esta (“Paz entre os homens”) é a mensagem de Deus, Javé, Alah, o Pai, ou qualquer que seja o nome dado pelas pessoas a esta entidade superior que, de certa forma rege, fiscaliza ou controla nossas vidas, por que há tanta intolerância? Acho que porque a religião é feita por homens. Mas hoje não é dia deste tipo de indagações.
Também não é o momento para voltar às questões levantadas quando afirmei que Deus (a entidade superior...) rege e/ou controla as nossas vidas. Não, não vou entrar em questões filosóficas relacionadas ao livre-arbítrio, à liberdade do homem, etc. Isso fica para uma quarta-feira filosófica. Hoje é feriado e momento de reflexão. Por isso vou contar como foi o meu primeiro Natal. O primeiro que passei no frio, na neve.
Acordei cedo naquele vinte e quatro de dezembro, e abri a cortina para ver a rua. Branco, tudo branco. O céu, azul celeste, indicava que não haveria precipitação de neve, mas seu contraste com o branco que cobria as ruas e os campos dava a impressão de estarmos num dos contos dos irmãos Grimm. Avistava também casas com os telhados cobertos de branco e das chaminés saindo a fumaça de – quem sabe – fogões à lenha ou lareiras.
Coloquei as calças por sobre os cuecões, a camisa de lã por sobre uma camiseta, e por cima de tudo o meu casaco pronto para suportar temperaturas glaciais (-60°C, segundo quem tinha me vendido ainda em Porto Alegre) e desci para o café. Antes de entrar na sala do café, fui até a rua para olhar os carros, todos cobertos por uma camada de gelo. Ao entrar para o café, encontrei o Annes, filho do dono do hotel e o único que falava inglês, que me disse que a temperatura estava por volta de –18°C.
Após o café, o Magno, a Jacque e eu (parceiros de viagem) rumamos para Anterselva (Antholzertal) para nossa primeira e única aula de esqui da vida, até hoje. O Magno, que torce o pé até caminhando no plano, não quis. A Jacque e eu tivemos uma hora de aula de esqui fondo (o que não desce montanhas, só anda no plano) e depois ficamos andando por nossa conta. Falando em conta, se contarmos bem, caí mais ou menos uma quinze vezes durante a aula (e não estávamos descendo!). Foi legal.
Durante a tarde, após o almoço, passeamos pela região – norte da Itália, quase na Áustria – próxima à Brunico. Às dezoito horas, começou a ceia de Natal. No início, teve um coquetel acompanhado por músicos vestidos com trajes tiroleses. Sob o comando da dona do hotel (Andréas Hofer, em Oberassen, norte da Itália) cantamos juntos “Noite Feliz” (claro que quem cantou foi quem conhecia a letra em alemão), todos de mãos dadas. Foi uma longa ceia, com vários pratos, vinho. No final, todos os locais foram assistir à missa do galo. Nós, após ligar para o Brasil, fomos dormir. Na manhã de Natal, quando deixaríamos Oberassen para seguir em frente em nossa viagem, fomos brindados pelo belo e perigoso – para quem dirige - espetáculo da neve.
Bom Natal a todos.
Até.
sábado, dezembro 22, 2007
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Campanha
Sempre me causou estranheza - para dizer o mínimo - o fato de haver pessoas que diziam preferir viajar de carro por medo de avião. Que diziam sentir-se mais seguras num carro do que num avião.
Estranhava, mas dava um desconto: fobias são sentimentos irracionais, incontroláveis. Sim, porque só mesmo um medo irracional poderia justificar sentir-se mais seguro num meio de transporte reconhecidamente MUITO mais perigoso, principalmente no Brasil.
E causava certo desconforto ver na capa de jornais fotos dos mortos em acidente aéreo e não de todos os mortos nas estradas. Da mesma forma que me revoltava com quem chamava os controladores eletrônicos de velocidade de "indústria da multa": se só multam quem está desobedecendo a lei de trânsito, como podiam ser chamados de "fúria arrecadatória"?
Pois bem, parece que isso começa a mudar.
O grupo de comunicação RBS está lançando hoje uma campanha para tentar conscientizar as pessoas do problema, que é maior ainda na época de verão. A capa do jornal Zero Hora de hoje é uma lista com os nomes dos 379 mortos no trânsito no Rio Grande do Sul no verão passado. O número é maior que dois acidentes aéreos como o da TAM em julho passado.
Acho louvável a idéia e a campanha.
Como vítima de um acidente que quase me matou há 17 anos, sei da importância e da gravidade do assunto.
Até.
Estranhava, mas dava um desconto: fobias são sentimentos irracionais, incontroláveis. Sim, porque só mesmo um medo irracional poderia justificar sentir-se mais seguro num meio de transporte reconhecidamente MUITO mais perigoso, principalmente no Brasil.
E causava certo desconforto ver na capa de jornais fotos dos mortos em acidente aéreo e não de todos os mortos nas estradas. Da mesma forma que me revoltava com quem chamava os controladores eletrônicos de velocidade de "indústria da multa": se só multam quem está desobedecendo a lei de trânsito, como podiam ser chamados de "fúria arrecadatória"?
Pois bem, parece que isso começa a mudar.
O grupo de comunicação RBS está lançando hoje uma campanha para tentar conscientizar as pessoas do problema, que é maior ainda na época de verão. A capa do jornal Zero Hora de hoje é uma lista com os nomes dos 379 mortos no trânsito no Rio Grande do Sul no verão passado. O número é maior que dois acidentes aéreos como o da TAM em julho passado.
Acho louvável a idéia e a campanha.
Como vítima de um acidente que quase me matou há 17 anos, sei da importância e da gravidade do assunto.
Até.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
A Sopa 07/20
A Viagem (8)
O terceiro dia de viagem – o segundo em solo europeu – iniciou em Annecy, onde tivéramos a noite conturbada pelo “problema” do barulho da tevê a partir das 5h30, mas que resultou numa diária cortesia no hotel Íbis Centreville, o que foi certamente uma boa “recepção” na França. Seguimos a partir daí.
Desde que iniciamos o planejamento da viagem, e excetuando-se Paris, nosso principal objetivo, o destino principal era a região da Provence e a Côte d’Azur. Annecy, próxima aos Alpes, era um tipo de bônus, que inicialmente seria uma parada na volta para Paris, e não o primeiro destino. Mudamos a ordem das coisas por uma sugestão de um colega, e certamente valeu a pena. O grande desafio, contudo, é resolver a equação “tempo de viagem X locais a serem visitados”. Havíamos decidido chegar no sábado de manhã em Paris e terminar a segunda-feira seguinte já no litoral. O primeiro dia, então, foi para chegar e ir até perto dos Alpes, para circular um pouco por ali antes de rumar para o sul.
Acordamos, fomos tomar café numa boulangerie, croissants e pan au chocolat, e passear um pouco pela cidade, já que havíamos chegado na noite anterior. Visitamos o centro antigo, e fomos para a beira do lago Annecy. O dia amanhecera nublado, e a temperatura estava cerca de 16ºC, agradável, não fria nem quente. Há todo um caminho a ser percorrido na beira do lago, onde as pessoas fazem suas caminhadas, passeiam com seus cachorros, andam de bicicleta, etc. O outono mostrava sua cores num cenário extremamente fotogênico.
Após passearmos pela cidade, voltamos ao hotel, fizemos o checkout e, após manobrar cuidadosamente a van, saímos em direção ao nosso próximo destino. Que foi decidido já com o carro em movimento. Como disse uma máxima, “se não sabes onde queres chegar, nenhum vento será favorável”, estávamos saindo da cidade pelo caminho por onde entráramos e discutindo (debatendo, não brigando...) nossa primeira parada. Resolvemos que seria Albertville, nos departamento de Savóia, nos Alpes Franceses, sede dos jogos Olímpicos de Inverno de 1992, na direção oposta a que estávamos indo. Retorno, e seguimos – nossa preferência – por uma rota indicada como cênica no nosso mapa rodoviário da Michelin, velho parceiro de viagens.
Falando em mapas, acho que já disse isso: sou fã incondicional da tecnologia, acho GPS uma coisa fantástica, mas confesso que ainda não me rendi a esse dispositivo. Acho muito mais legal olhar mapa, mudar direção, errar, até, do que ter uma máquina dizendo “dobre à esquerda, entre na saída A8 em 200m”, etc. Mas estou certo de que em breve vou ter um (ou ao menos alugar em viagens).
Como dizia, fomos à Albertville, deserta em pleno domingo de manhã fora de estação, sem neve. Circulamos por uma cidade vazia e decidimos subir por uma estrada para termos uma vista de cima da cidade. Parada relâmpago, óbvio, porque tínhamos dois objetivos claro naquele dia: primeiro, Chamonix, famosa estação de esqui aos pés do Mont Blanc, e terminaríamos o dia em Aosta, na Itália, do outro lado da montanha mais alta da Europa. Seria nossa escapada italiana em meio à viagem à França.
Devido à curta distância entre Albertville e Chamonix, chegamos rapidamente a esta, onde estacionamos o carro num estacionamento público e pudemos caminhar por suas ruas tranqüilas sob a proteção da montanha, majestosa com seu pico com neve eterna (até quando?). Em Chamonix, um desejo: subir a montanha.
Apesar de eu achar que nos tomaria muito tempo, o grupo decidiu que valia à pena subir a montanha, afinal não é todo dia que se pode subir no Mont Blanc. E certamente é uma experiência indescritível, mas que eu já havia tido em 1999, na primeira vez que estive lá. Por isso, que – de início – votei contra, mas, vencido, concordei com satisfação. Porém...
Quando chegamos na bilheteria do teleférico do Aiguille du Midi, que sobe a 3842m, a última viagem do dia já havia ocorrido e – se quiséssemos mesmo subir – só no dia seguinte. Lamentamos, mas não podíamos, agora sim, perder esse tempo, afinal nosso objetivo era o sul, o mar.
Antes de seguir viagem, paramos num restaurante, cerca de 17h, e fizemos um lanche: a maioria comeu crepes e a Zeca tomou uma sopa de cebola. O sol ainda brilhava, o céu era azul, a temperatura agradável e o nosso destino estava do outro lado da montanha, em outro país.
Aosta.
Até.
O terceiro dia de viagem – o segundo em solo europeu – iniciou em Annecy, onde tivéramos a noite conturbada pelo “problema” do barulho da tevê a partir das 5h30, mas que resultou numa diária cortesia no hotel Íbis Centreville, o que foi certamente uma boa “recepção” na França. Seguimos a partir daí.
Desde que iniciamos o planejamento da viagem, e excetuando-se Paris, nosso principal objetivo, o destino principal era a região da Provence e a Côte d’Azur. Annecy, próxima aos Alpes, era um tipo de bônus, que inicialmente seria uma parada na volta para Paris, e não o primeiro destino. Mudamos a ordem das coisas por uma sugestão de um colega, e certamente valeu a pena. O grande desafio, contudo, é resolver a equação “tempo de viagem X locais a serem visitados”. Havíamos decidido chegar no sábado de manhã em Paris e terminar a segunda-feira seguinte já no litoral. O primeiro dia, então, foi para chegar e ir até perto dos Alpes, para circular um pouco por ali antes de rumar para o sul.
Acordamos, fomos tomar café numa boulangerie, croissants e pan au chocolat, e passear um pouco pela cidade, já que havíamos chegado na noite anterior. Visitamos o centro antigo, e fomos para a beira do lago Annecy. O dia amanhecera nublado, e a temperatura estava cerca de 16ºC, agradável, não fria nem quente. Há todo um caminho a ser percorrido na beira do lago, onde as pessoas fazem suas caminhadas, passeiam com seus cachorros, andam de bicicleta, etc. O outono mostrava sua cores num cenário extremamente fotogênico.
Após passearmos pela cidade, voltamos ao hotel, fizemos o checkout e, após manobrar cuidadosamente a van, saímos em direção ao nosso próximo destino. Que foi decidido já com o carro em movimento. Como disse uma máxima, “se não sabes onde queres chegar, nenhum vento será favorável”, estávamos saindo da cidade pelo caminho por onde entráramos e discutindo (debatendo, não brigando...) nossa primeira parada. Resolvemos que seria Albertville, nos departamento de Savóia, nos Alpes Franceses, sede dos jogos Olímpicos de Inverno de 1992, na direção oposta a que estávamos indo. Retorno, e seguimos – nossa preferência – por uma rota indicada como cênica no nosso mapa rodoviário da Michelin, velho parceiro de viagens.
Falando em mapas, acho que já disse isso: sou fã incondicional da tecnologia, acho GPS uma coisa fantástica, mas confesso que ainda não me rendi a esse dispositivo. Acho muito mais legal olhar mapa, mudar direção, errar, até, do que ter uma máquina dizendo “dobre à esquerda, entre na saída A8 em 200m”, etc. Mas estou certo de que em breve vou ter um (ou ao menos alugar em viagens).
Como dizia, fomos à Albertville, deserta em pleno domingo de manhã fora de estação, sem neve. Circulamos por uma cidade vazia e decidimos subir por uma estrada para termos uma vista de cima da cidade. Parada relâmpago, óbvio, porque tínhamos dois objetivos claro naquele dia: primeiro, Chamonix, famosa estação de esqui aos pés do Mont Blanc, e terminaríamos o dia em Aosta, na Itália, do outro lado da montanha mais alta da Europa. Seria nossa escapada italiana em meio à viagem à França.
Devido à curta distância entre Albertville e Chamonix, chegamos rapidamente a esta, onde estacionamos o carro num estacionamento público e pudemos caminhar por suas ruas tranqüilas sob a proteção da montanha, majestosa com seu pico com neve eterna (até quando?). Em Chamonix, um desejo: subir a montanha.
Apesar de eu achar que nos tomaria muito tempo, o grupo decidiu que valia à pena subir a montanha, afinal não é todo dia que se pode subir no Mont Blanc. E certamente é uma experiência indescritível, mas que eu já havia tido em 1999, na primeira vez que estive lá. Por isso, que – de início – votei contra, mas, vencido, concordei com satisfação. Porém...
Quando chegamos na bilheteria do teleférico do Aiguille du Midi, que sobe a 3842m, a última viagem do dia já havia ocorrido e – se quiséssemos mesmo subir – só no dia seguinte. Lamentamos, mas não podíamos, agora sim, perder esse tempo, afinal nosso objetivo era o sul, o mar.
Antes de seguir viagem, paramos num restaurante, cerca de 17h, e fizemos um lanche: a maioria comeu crepes e a Zeca tomou uma sopa de cebola. O sol ainda brilhava, o céu era azul, a temperatura agradável e o nosso destino estava do outro lado da montanha, em outro país.
Aosta.
Até.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
quarta-feira, dezembro 12, 2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
domingo, dezembro 09, 2007
A Sopa 07/19
A Viagem (7)
Chegáramos à França e percorrêramos mais de 500km entre Paris e Annecy, onde estávamos hospedados no Hotel Ibis Annecy Centreville, muito bem localizado, próximo à área do lago, do Palais d'Isle e de muitos restaurantes. Jantamos no Jardin d’Auberge, e logo após acompanhamos a festa nas ruas pela vitória da França sobre a Nova Zelândia na Copa do Mundo de Rugby.
Cansados pelos dois longos dias desde a saída de São Paulo, voltamos ao hotel para uma boa e necessária noite de sono. Havíamos sido colocados em quartos contíguos e, aleatoriamente, distribuídos assim: primeiro o Paulo e a Karina, depois o Pedro e a Zeca e, no terceiro quarto, a Jacque e eu. Mal chegamos de volta ao quarto, deitei e imagino que tenha dormido instantaneamente.
Até às 5h30 da manhã.
Exatamente nesta hora, pois olhei o relógio, foi ligada uma televisão em volume exageradamente elevado em algum lugar qualquer, mas praticamente dentro do quarto. Primeiro pensei que o Pedro - no quarto ao lado - havia decidido ver televisão àquela hora da manhã. “Vai ser uma longa viagem”, foi o que me ocorreu, mas logo concluí que não deveria ser ele, no que a Jacque – que também acordara com a gritaria da tevê – concordou comigo. Tentei ignorar e voltar a dormir, sem sucesso. Pior, perto das 6h toca o telefone do quarto. Atendo, e uma voz feminina diz algo em francês. “Je ne parle français”, respondo, no que ela pede, em inglês, para eu baixar o volume da televisão.
What?!
Digo para ela que estava prestes a ligar para reclamar do ruído que a maldita televisão estava fazendo, e ela liga para EU desligar? Devia estar brincando comigo. Ela pede desculpas e diz que vai resolver a situação. O tempo passa, e o barulho continua.
Seis horas e trinta minutos. A situação não mudou. Ainda acordado, ligo para a recepção e pergunto quando é que ela vai resolver o problema e, se ela quiser, posso ir de quarto em quarto para descobrir o causador de tudo (e cometer algum ato de violência, penso, mas não falo). Me informa que não tem como resolver a situação porque o ruído vem do andar superior, que não faz parte do hotel, que só ocupa os dois primeiros pavimentos do prédio. Resmungo algo e durmo, vencido pelo cansaço.
Oito horas e trinta minutos, conforme combinado, o grupo se encontra na recepção para sair para tomar café da manhã e visitar a cidade antes de seguir viagem. Enquanto se aprontam, converso com o gerente sobre o incidente da noite. Pede desculpas e pergunta se vamos tomar café no hotel. Digo que não, e ele me informa que, em virtude do problema que tive (os outros quartos não ouviram nada), a nossa estada seria cortesia.
Saímos do hotel para caminhar pela cidade com uma certeza.
Como tinha sido boa aquela noite…
E era só a primeira da viagem.
Até.
Chegáramos à França e percorrêramos mais de 500km entre Paris e Annecy, onde estávamos hospedados no Hotel Ibis Annecy Centreville, muito bem localizado, próximo à área do lago, do Palais d'Isle e de muitos restaurantes. Jantamos no Jardin d’Auberge, e logo após acompanhamos a festa nas ruas pela vitória da França sobre a Nova Zelândia na Copa do Mundo de Rugby.
Cansados pelos dois longos dias desde a saída de São Paulo, voltamos ao hotel para uma boa e necessária noite de sono. Havíamos sido colocados em quartos contíguos e, aleatoriamente, distribuídos assim: primeiro o Paulo e a Karina, depois o Pedro e a Zeca e, no terceiro quarto, a Jacque e eu. Mal chegamos de volta ao quarto, deitei e imagino que tenha dormido instantaneamente.
Até às 5h30 da manhã.
Exatamente nesta hora, pois olhei o relógio, foi ligada uma televisão em volume exageradamente elevado em algum lugar qualquer, mas praticamente dentro do quarto. Primeiro pensei que o Pedro - no quarto ao lado - havia decidido ver televisão àquela hora da manhã. “Vai ser uma longa viagem”, foi o que me ocorreu, mas logo concluí que não deveria ser ele, no que a Jacque – que também acordara com a gritaria da tevê – concordou comigo. Tentei ignorar e voltar a dormir, sem sucesso. Pior, perto das 6h toca o telefone do quarto. Atendo, e uma voz feminina diz algo em francês. “Je ne parle français”, respondo, no que ela pede, em inglês, para eu baixar o volume da televisão.
What?!
Digo para ela que estava prestes a ligar para reclamar do ruído que a maldita televisão estava fazendo, e ela liga para EU desligar? Devia estar brincando comigo. Ela pede desculpas e diz que vai resolver a situação. O tempo passa, e o barulho continua.
Seis horas e trinta minutos. A situação não mudou. Ainda acordado, ligo para a recepção e pergunto quando é que ela vai resolver o problema e, se ela quiser, posso ir de quarto em quarto para descobrir o causador de tudo (e cometer algum ato de violência, penso, mas não falo). Me informa que não tem como resolver a situação porque o ruído vem do andar superior, que não faz parte do hotel, que só ocupa os dois primeiros pavimentos do prédio. Resmungo algo e durmo, vencido pelo cansaço.
Oito horas e trinta minutos, conforme combinado, o grupo se encontra na recepção para sair para tomar café da manhã e visitar a cidade antes de seguir viagem. Enquanto se aprontam, converso com o gerente sobre o incidente da noite. Pede desculpas e pergunta se vamos tomar café no hotel. Digo que não, e ele me informa que, em virtude do problema que tive (os outros quartos não ouviram nada), a nossa estada seria cortesia.
Saímos do hotel para caminhar pela cidade com uma certeza.
Como tinha sido boa aquela noite…
E era só a primeira da viagem.
Até.
sábado, dezembro 08, 2007
Araxá
Com conexão, mas sem o cabo para baixar as fotos.
Uso uma da internet, então.
O Ouro Minas Grand Hotel e Thermas Araxá foi inaugurado nos anos 50 por Getúlio Vargas, e tenho certeza de que o vi andando pelos longos corredores do segundo andar, onde fica o meu quarto. Ou não, não importa. O "banho pérola", meia hora numa banheira de hidromassagem é relaxante, mas não tanto quanto a massagem - uma hora inteira! - no final da tarde.
Sol e sombra fresca, então?
Quem dera!
O evento começou às oito da manhã e terminou - quase sem intervalo - às 14h, quando tive tempo de almoçar e correr para uma reunião às 15h, que deveria terminar às 16h30. Quando eram 17h15 e eu ia perder o banho medicinal, a futura presidente da sociedade me dispensou para o tratamento, afinal há de se ter prioridades...
Continua nesse sábado até às 13h.
À noite, janta de encerramento.
Domingo, seis da manhã, começa a maratona ônibus - avião - avião.
Chego cedo, ao menos.
Até.
Uso uma da internet, então.
O Ouro Minas Grand Hotel e Thermas Araxá foi inaugurado nos anos 50 por Getúlio Vargas, e tenho certeza de que o vi andando pelos longos corredores do segundo andar, onde fica o meu quarto. Ou não, não importa. O "banho pérola", meia hora numa banheira de hidromassagem é relaxante, mas não tanto quanto a massagem - uma hora inteira! - no final da tarde.
Sol e sombra fresca, então?
Quem dera!
O evento começou às oito da manhã e terminou - quase sem intervalo - às 14h, quando tive tempo de almoçar e correr para uma reunião às 15h, que deveria terminar às 16h30. Quando eram 17h15 e eu ia perder o banho medicinal, a futura presidente da sociedade me dispensou para o tratamento, afinal há de se ter prioridades...
Continua nesse sábado até às 13h.
À noite, janta de encerramento.
Domingo, seis da manhã, começa a maratona ônibus - avião - avião.
Chego cedo, ao menos.
Até.
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Em trânsito
Estou indo agora para o aeroporto para uma longa jornada que começa com uma parada em Congonhas, de onde para vôo Uberlândia e - por terra - até Araxá/MG, onde fico até a manhã de domingo. Trabalho, mas também descanso.
Se houver conexão, mando fotos de lá.
Até.
Se houver conexão, mando fotos de lá.
Até.
terça-feira, dezembro 04, 2007
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Futebol
Já quase no final de uma segunda-feira cheia de trabalho, joguinho de futebol no começo da noite e logo após uma reunião com janta que terminou há pouco, não poderia de me abster da falar sobre os acontecimentos esportivos do final de semana.
Um confissão, em primeiro lugar.
Por mais que eu saiba que não passa de pensamento mágico, existem certos momentos em que é quase irresistível acreditar em justiça divina.
O final de semana foi assim, com a queda do Corinthians para a segunda divisão, com a derrota do Inter sendo a pá de cal que acabou de enterrar os paulistas, apenas dois anos após aquele campeonato em que jogos foram anulados e os beneficiaram, um pênalti legítimo no Tinga não marcado por um árbitro em sua última partida antes da aposentadoria (e com a expulsão da vítima por suposta simulação), o Zveiter dando uma força bem grande para o curíntia, tudo o que aconteceu pareceu - sem dúvida nenhuma - justiça divina, acerto de contas com a história, "aqui se faz, aqui se paga".
Lamento, honesta e sinceramente, pelos torcedores legítimos, que não têm culpa de dirigentes corruptos e incompetentes, além de arrogantes, mas não posso esconder uma certa satisfação com o ocorrido.
Ontem, vendo as entrevistas dos dirigentes, principalmente o atual presidente Andres Sanches, o mesmo da história da Mercedes X ônibus, e insinuando que os jogadores do Inter fizeram "corpo mole", quando nem conseguiram vencer o Grêmio - que não fez nenhuma força para não perder, só pude me regozijar de que não há nada como um dia depois do outro e que a empáfia e a soberba (que também fizeram o Grêmio cair duas vezes para a segunda divisão) são males que realmente destroem qualquer ambiente em que apareçam.
Corintianos, torçam para que mude esse pensamento, caso contrário vocês permanecerão mais tempo ainda na segundona.
Até.
Um confissão, em primeiro lugar.
Por mais que eu saiba que não passa de pensamento mágico, existem certos momentos em que é quase irresistível acreditar em justiça divina.
O final de semana foi assim, com a queda do Corinthians para a segunda divisão, com a derrota do Inter sendo a pá de cal que acabou de enterrar os paulistas, apenas dois anos após aquele campeonato em que jogos foram anulados e os beneficiaram, um pênalti legítimo no Tinga não marcado por um árbitro em sua última partida antes da aposentadoria (e com a expulsão da vítima por suposta simulação), o Zveiter dando uma força bem grande para o curíntia, tudo o que aconteceu pareceu - sem dúvida nenhuma - justiça divina, acerto de contas com a história, "aqui se faz, aqui se paga".
Lamento, honesta e sinceramente, pelos torcedores legítimos, que não têm culpa de dirigentes corruptos e incompetentes, além de arrogantes, mas não posso esconder uma certa satisfação com o ocorrido.
Ontem, vendo as entrevistas dos dirigentes, principalmente o atual presidente Andres Sanches, o mesmo da história da Mercedes X ônibus, e insinuando que os jogadores do Inter fizeram "corpo mole", quando nem conseguiram vencer o Grêmio - que não fez nenhuma força para não perder, só pude me regozijar de que não há nada como um dia depois do outro e que a empáfia e a soberba (que também fizeram o Grêmio cair duas vezes para a segunda divisão) são males que realmente destroem qualquer ambiente em que apareçam.
Corintianos, torçam para que mude esse pensamento, caso contrário vocês permanecerão mais tempo ainda na segundona.
Até.
domingo, dezembro 02, 2007
A Sopa 07/18
A Viagem (6)
Até o momento em que chegáramos na França e, mais especificamente à simpática cidade de Annecy, não ouvíramos falar na Copa do Mundo de Rugby. Foi somente lá, após fazermos o checkin no Hotel Íbis Centreville e – após deixarmos as malas no carro e banho para “tirar o avião do corpo” – sairmos para jantar, que nos deparamos com o rugby. Havia, já no lobby do hotel, os jornais do dia que exaltavam o jogo daquela noite, entre o time francês – donos da casa – e os temidos neo-zelandeses, os “All Blacks”.
Para quem não sabe, o rugby é o esporte nacional da Nova Zelândia, e o time nacional é a seleção nacional mais vitoriosa da história do rugby. E o jogo daquela noite, França X Nova Zelândia, parecia uma digna final de campeonato: os melhores contra os donos da casa. Em todos os bares, grandes televisores e muita gente assistindo. Em meio a essa expectativa toda, fomos jantar num restaurante em que não havia essa confusão, para podermos conversar e, claro, rir de todos os acontecimentos das trinta e seis horas anteriores, desde a confusa saída de Porto Alegre até o acidente de trânsito da periphérique.
Jantamos com calma, todos optando por um Menu, que incluía entrada, prato principal e sobremesa, com vinho da casa (piada fraca, pois a “casa” era francesa) e café para encerrar, além da confirmação do garçom de que o jogo que se realizava naquele instante era mesmo a final da copa do mundo.
Ao sair do restaurante, o jogo recém terminara e, para delírio geral, a França havia batido os All Blacks! Campeões, então. O centro da cidade era uma festa só, pessoas nas ruas comemorando, gritos de Allez France!, uma grande reunião de pessoas em frente à prefeitura, muitos tomando banho na fonte em frente, uma grande festa.
“Que momento!”, pensamos, “chegamos na França no dia da vitória na copa do mundo!”. Compraríamos camisetas para lembrar a data e coisa e tal. Mal sabíamos nós que não era bem assim... O que só fomos descobrir dias depois, já na Provence.
Mas isso não vem ao caso neste momento.
Após a janta e a festa da vitória sobre a Nova Zelândia, caminhamos um pouco pela noite de Annecy e voltamos para o hotel, afinal passáramos a noite anterior no avião e viajáramos mais de 500km de carro naquele mesmo dia. Tudo o que precisávamos, então, era de uma boa noite de sono para seguir viagem no dia seguinte, quando planejávamos terminar o dia na Itália.
Acontece que a noite não foi exatamente tranqüila, ao menos para um dos casais, a Jacque e eu...
O que houve?
Respostas na seqüência musical...
#
Futebol.
Eu não ia falar nada, mas não resisto: eu gostaria MUITO que o Corinthians caísse para a segunda divisão. Algo como justiça tardia, “aqui se faz, aqui se paga”, por 2005.
Vamos ver.
Até.
Até o momento em que chegáramos na França e, mais especificamente à simpática cidade de Annecy, não ouvíramos falar na Copa do Mundo de Rugby. Foi somente lá, após fazermos o checkin no Hotel Íbis Centreville e – após deixarmos as malas no carro e banho para “tirar o avião do corpo” – sairmos para jantar, que nos deparamos com o rugby. Havia, já no lobby do hotel, os jornais do dia que exaltavam o jogo daquela noite, entre o time francês – donos da casa – e os temidos neo-zelandeses, os “All Blacks”.
Para quem não sabe, o rugby é o esporte nacional da Nova Zelândia, e o time nacional é a seleção nacional mais vitoriosa da história do rugby. E o jogo daquela noite, França X Nova Zelândia, parecia uma digna final de campeonato: os melhores contra os donos da casa. Em todos os bares, grandes televisores e muita gente assistindo. Em meio a essa expectativa toda, fomos jantar num restaurante em que não havia essa confusão, para podermos conversar e, claro, rir de todos os acontecimentos das trinta e seis horas anteriores, desde a confusa saída de Porto Alegre até o acidente de trânsito da periphérique.
Jantamos com calma, todos optando por um Menu, que incluía entrada, prato principal e sobremesa, com vinho da casa (piada fraca, pois a “casa” era francesa) e café para encerrar, além da confirmação do garçom de que o jogo que se realizava naquele instante era mesmo a final da copa do mundo.
Ao sair do restaurante, o jogo recém terminara e, para delírio geral, a França havia batido os All Blacks! Campeões, então. O centro da cidade era uma festa só, pessoas nas ruas comemorando, gritos de Allez France!, uma grande reunião de pessoas em frente à prefeitura, muitos tomando banho na fonte em frente, uma grande festa.
“Que momento!”, pensamos, “chegamos na França no dia da vitória na copa do mundo!”. Compraríamos camisetas para lembrar a data e coisa e tal. Mal sabíamos nós que não era bem assim... O que só fomos descobrir dias depois, já na Provence.
Mas isso não vem ao caso neste momento.
Após a janta e a festa da vitória sobre a Nova Zelândia, caminhamos um pouco pela noite de Annecy e voltamos para o hotel, afinal passáramos a noite anterior no avião e viajáramos mais de 500km de carro naquele mesmo dia. Tudo o que precisávamos, então, era de uma boa noite de sono para seguir viagem no dia seguinte, quando planejávamos terminar o dia na Itália.
Acontece que a noite não foi exatamente tranqüila, ao menos para um dos casais, a Jacque e eu...
O que houve?
Respostas na seqüência musical...
#
Futebol.
Eu não ia falar nada, mas não resisto: eu gostaria MUITO que o Corinthians caísse para a segunda divisão. Algo como justiça tardia, “aqui se faz, aqui se paga”, por 2005.
Vamos ver.
Até.
sábado, dezembro 01, 2007
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