A Viagem (13)
A chegada à Sanremo, no final do dia, havia sido estressante: depois do longo dia de viagem, havíamos demorado até escolher o hotel. Exatamente em frente a um cinco estrelas que estava lotado (nem falo no valor da diária) havia esse simpático hotel três estrelas chamado Villa Maria. Quando me disse que o cinco estrelas estava lotado, pedi uma indicação ao funcionário do hotel, e este me sugeriu o hotel em frente. Tínhamos, portanto, um indicação.
Dessa forma, fui solicitar informações.
O hotel era formado por três mansões antigas, uma ao lado da outra, e conectadas por corredores. A recepção era justamente na conexão entre a mais à esquerda e a do meio. Conversei com o funcionário, que revelou o valor da diária – bem em conta - e me disse que, não, eu não poderia visitar o quarto porque não havia outro funcionário para ficar no lugar dele enquanto me acompanhasse na visita. Fizemos uma rápida reunião no lado de fora do prédio e decidimos que ficaríamos. No estacionamento, que era no jardim da casa, várias Mercedes Benz e outros carros do tipo.
Apesar dos carros estacionados, aparentemente não havia nenhum movimento no hotel. Enquanto descarregávamos o carro, o Paulo me chamou e disse que provavelmente nos roubariam os rins durante a noite, porque aquilo só poderia ser uma armadilha. Sorri, mas nisso o funcionário que havia nos atendido “encerrou seu turno” e saiu numa vespa, passando por nós em alta velocidade. Olhei para o Paulo e disse “Foi avisar o cirurgião que há carne nova no pedaço...”. Foi o que bastou para criarmos a lenda.
Contribuiu para isso o fato de terem nos colocado em apartamentos muito distantes um do outro. Para ser mais exato, cada quarto era em uma das casas, e para irmos de um a outro era necessário circular por corredores escuros, escadas mal iluminadas. Nas paredes, alguns retratos pintados há muito tempo, além de outros com motivos religiosos. O andar em que estávamos a Jacque e eu tinha três quartos, o nosso e mais dois: um estava fechado e o outro estava com a porta aberta e víamos parte da cama. O odor era de que estava fechado desde os anos cinqüenta.
Após nos instalarmos, saímos para passear e jantar. Circulamos um pouco de carro na região do cassino e fomos até perto do porto, onde jantamos num restaurante e pizzaria de nome “Bella Napoli”, onde pude comer um espaguete ao Vongole, outros comeram peixe-espada e o Paulo foi de massa com polvos.
Após a janta, mais um passeio a pé antes de voltar ao hotel e dormir.
Na manhã seguinte, todos com seus rins para o café, que é servido no andar térreo num tipo de jardim de inverno que é aberto para o jardim da propriedade. Durante o café, do nada, entra um padre e vai direto ao banheiro. Nos olhamos, terminamos o café, e fomos logo embora.
Vai saber...
O dia prometia. Voltaríamos à França, visitaríamos Menton – a primeira praia do lado francês -, Mônaco e, se tudo corresse bem e não decidíssemos ficar ali, terminaríamos o dia em Nice.
Até.
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