domingo, março 02, 2008

A Sopa 07/30

A Viagem (15)

O Hotel Flots D’Azur, em Nice, onde ficamos hospedados, era – antes de se tornar hotel - uma entre as muitas mansões que ficavam frente ao Mediterrâneo e, imagino, deveria ser propriedade de alguma família rica de ingleses, fato muito comum no final do século dezenove e início do século vinte. Com o tempo, foi transformadas em hotel.

Por inicialmente ser uma casa de veraneio, não é surpresa que não possuísse banheiro em todos os seus quartos. Contudo, banheiro no quarto é um “conforto” que permite cobrar uma diária um pouco mais alta. O que fazem os proprietários desses hotéis, então? Colocam um banheiro dentro do quarto. Repare bem: eu não disse constroem, eu disse “colocam” o banheiro dentro do quarto. E isso não é uma coisa incomum, afinal, muitos hotéis na Europa eram inicialmente residências e que foram adaptadas posteriormente para se tornarem hotéis.

Lembro sempre de um em Munique, talvez de nome Dietl, que em 1999 foi o único que encontramos com três quartos livres às onze e meia da noite, e que nos inspirou a cunhar a expressão “dormir logo para acordar logo para ir embora logo”. Ele tinha uma banheiro colocado dentro do quarto, algo tipo uma cápsula com um vaso sanitário e um Box com chuveiro.

Em Nice, contudo, não foi assim. O hotel era simpático, de preço bom, com Internet wireless na recepção e em frente ao mar. Dos três quartos, definidos por sorteio, o da Jacque e meu era o único que tinha um banheiro inserido no quarto. Havia uma porta que antigamente muito provavelmente era de um armário embutido que dava para esse pequeníssimo banheiro, com chuveiro, pia e um vaso sanitário. Logo na entrada do banheiro havia um aviso em francês, alemão e inglês dizendo para não colocar papel no vaso porque era um WC elétrico.

Elétrico?!

Sim, o sistema de descarga era elétrico. Fazia-se o que era necessário e, ao dar a descarga, era acionado um motor elétrico e jogava água e drenava logo após. Certo que virou atração entre nós, imaginando como seria se desse choques ou se houvesse um curto-circuito... Após toda essa função de chegada, banho e descoberta da privada elétrica, decidimos sair para jantar. Terça-feira à noite, outubro, Cote D’Azur: impossível de encontrar lugar para estacionar.

Não gosto de imaginar como fica a cidade no auge do verão. Ficamos provavelmente mais de uma hora tentando encontrar um local para deixar o carro para poder jantar. Andamos, andamos, e nada. Não havia vaga disponível, os estacionamentos públicos já estavam fechados, só havia vaga em local proibido de parar. Após muito circular, paramos atrás de um carro em uma zona não permitida. Logo após pararmos, parou outro atrás de nós e outro atrás dele. Concluímos, então, que essa devia ser uma rotina e fomos jantar.

Restaurante ao ar livre, aqueles que comem frutos do mar comeram frutos do mar e os que na comem tiveram que encontrar alternativas (que sempre existem e são muito boas). Durante a janta já começamos a celebrar o aniversário da Jacque, que ocorreria no dia seguinte, em poucas horas.

Terminado o jantar, fomos caminhar pela noite de Nice. Seguimos até o cassino e entramos para conhecer. O Pedro, que usava uma daquelas bermudas mais longas, foi barrado pelos trajes inadequados. Apenas permitiram acesso a ele aos caça-níqueis. Os que entraram até o setor onde era a roleta e o black Jack ficaram meio decepcionados: o ambiente parecia meio decadente. Bom, talvez o que parecesse decadente fosse a idéia de estar num cassino em Nice, fora de temporada, numa terça-feira à noite. Pior ainda se estivesse sozinho e chovesse...

Ficamos um pouco por ali, voltamos à Promenade des Anglais para algumas fotos, já passada a meia-noite, e para começarmos as comemorações do aniversário da Jacque, que seguiriam na manhã seguinte com um café da manhã sentados no cascalho. Por ora, voltamos ao hotel para dormir.

Até.

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