domingo, novembro 02, 2008

A Sopa 08/14

Sou um egocêntrico, narcisista e megalomaníaco.

Acima disso, contudo, simpático.

Conhecedores dessas minhas características, vocês podem imaginar que eu gosto MUITO de falar de mim. Bom, eu tenho um blog só para isso, então nem precisava dizer o que estou dizendo. Mas a verdade é que eu gosto de contar histórias.

Talvez seja esta a razão fundamental de eu gostar de escrever: eu sou um contador de histórias. Até a minha definição de vida está relacionada a esse fato. Para mim, a vida não passa de histórias para contar. O que faço é estar sempre as procurando, indo atrás delas.

Talvez eu tenha ido para o Canadá por causa disso, eu estava pensando por esses dias. Tudo o que me aconteceu nos dois anos da minha estada em Toronto, são histórias que vou contar depois. Em conversas ou através de textos, não importa. E sempre vou ter essa carta na manga: “Quando morei no Canadá...” e se quiser posso até inventar, apesar de não ser esse o meu estilo, o meu jeito de fazer.

Até porque tenho histórias boas para contar.

Então, quando vou contar histórias que vivi, nunca invento. Pode ser um viés de quando planejava ser jornalista, mas sempre procuro me restringir aos fatos e interpretações dos mesmos. O mais comum é eu me prender a alguns detalhes, para criar um certo drama. Mentir, jamais. A vida de verdade já tem acontecimentos absurdos o bastante, por que eu iria inventar?

Quando escrevo ficção, por outro lado, é evidente que vou inventar, até porque isso é pré-requisito para que possamos chamá-la assim. Confesso que tenho escrito pouca ficção nos últimos tempos, e que os temas dos meus escritos têm girado em torno do meu umbigo.

Mas o que esperar de um simpático egocêntrico, narcisista e megalomaníaco?

Até.

(versão de texto publicado em novembro de 2005)

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