Semana passada, eu não estive em Brasília.
Eu estive em um congresso em Brasília, o que é bem diferente, principalmente quando o tempo está nublado e chuvoso todo o tempo. Todos os dias acordando às seis e meia da manhã para estar as oito no centro de convenções e ficando todo o dia lá, assistindo conferências, encontro colegas, fazendo contatos. Congressos são também para isso, reforçar e ampliar nossa rede de contatos.
Então a Brasília que em que estive no final de semana passado não foi a mesma que encontramos, meu irmão e eu, em maio de 2002, quando chegamos na capital federal num final de tarde de céu azul, vindos de Porto Alegre, cerca de dois mil quilômetros percorridos num Corsa 1.0 carregado com as coisas dele, que se mudava para lá, onde ficou um alguns meses antes da mudança definitiva para o norte do mundo, da América. Não era a mesma Brasília, certamente.
A Brasília que vem da janela do ônibus e dos táxis que me levaram do hotel para o centro de convenções e de volta ao hotel, estava cinza e chuvosa – como já falei – e compunha-se do eixo monumental, que pegávamos saindo do centro de convenções e seguia passando pela Catedral de Brasília, Esplanada dos Ministérios, passando ao lado do congresso nacional e chegando à praça dos três poderes, onde o ônibus entrava primeiro à esquerda, para contornar a praça e depois à direita para passar exatamente em frente ao palácio do planalto, com sua rampa sempre guardada por um oficial, e íamos em direção ao outro palácio presidencial, o alvorada, próximo ao lago, onde ficava o hotel, vizinho ao palácio.
Vi pouco de Brasília, dessa vez, mas estava a trabalho. Houve ainda a oportunidade de encontrar a família que mora lá, e comer numa galeteria gaúcho, o galeto temperado com uma receita exportada diretamente de Santa Maria, região central do rio grande. O que mais valeu, além do galeto gaúcho, foram os contatos e os projetos, assunto para outras instâncias, em outras estâncias.
A volta foi antecipada em vinte e quatro horas pela mesma razão pela qual quase desisti de viajar: a pequena Marina.
E é também por causa dela que me sinto obrigado a começar a rever algumas das minhas teorias sobre o mundo. Ou, de outra forma, posso ter encontrado a exceção que confirma a regra de uma das minhas teorias, a de que o que muda a vida são os pequenos, aparentemente insignificantes, eventos.
O nascimento de um filho é o grande evento que muda a vida de uma maneira que jamais imaginei. E para melhor, claro.
Até.
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