Agora sem nenhuma ordem, apenas canções significativas. De novo, a primeira de muitas. Vitor Ramil.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
segunda-feira, outubro 31, 2011
domingo, outubro 30, 2011
A Sopa 11/07
Houve
um tempo, num passado agora distante, que essa Sopa - que já foi semanal e
publicada às segundas-feiras – era dedicada à ficção. Não consegui manter os
textos ficcionais por diversas razões e, ao poucos, passei a falar (opinar)
sobre assuntos diversos e muito sobre mim. Espero que, em algum momento, eu
seja capaz de fazer ficção novamente.
Enquanto
isso não ocorre, falemos de um assunto que está nas manchetes de todos os sites
de notícias e jornais do Brasil. O Ex-Presidente Lula foi diagnosticado com
câncer de laringe, e vai iniciar tratamento. Li as mais variadas manifestações,
desde as de apoio (#ForçaLula) até as cretinas, tipo “Campanha para o Lula se
tratar no SUS”. Sim, cretinas e hipócritas, e explico adiante.
Como
ser humano (e, felizmente, não consigo não sê-lo), fiquei tocado pela notícia
de alguém conhecido (não um amigo nem parente, mas um personagem presente em
nossas vidas desde, no mínimo, 1989, quando votei nele a primeira vez no
segundo turno contra o Collor). Não desejamos um câncer para ninguém. Como
médico, é um diagnóstico de uma doença tratável e com possibilidade de cura
(não sei se o melhor tratamento não seria o cirúrgico, o que poderia resultar na
perda da fala, mas isso é outra história). Como brasileiro, vejo um ex-presidente
que teve um papel importante na história do Brasil, quer gostemos dele ou não.
Lamento
que muitas pessoas não consigam separar divergências políticas com assuntos
muito mais importantes, como saúde e vida. Talvez seja por isso que as coisas
estejam assim, mas deixa para lá.
O
mais engraçado, aliás, triste, são as manifestações como a campanha para que
ele se trate pelo SUS. Vindas, inclusive, por pessoas que conhecem e trabalham
no SUS. Eu conheço e trabalho (por enquanto, mas isso é outra história) no SUS,
e digo que se querem dar a entender que se tratar pelo SUS é algo ruim, mostram
desconhecimento ou má intenção.
Muitas
pessoas tratam câncer pelo SUS, e são muito bem tratadas. Aliás, conheço casos
de pessoas que – mesmo com convênio, que as deixaram na mão na hora em que
precisaram – se trataram pelo SUS e estão muito bem. Dizer que o ex-presidente
deveria se tratar pelo SUS como forma de punição é, desculpem a expressão,
estupidez. Tratamento da AIDS, câncer os mais variados, tuberculose, tudo se
faz bem no SUS.
Que
o SUS tem problemas (e rapidez no acesso é o maior deles) todos sabemos. Mas
que ele, apesar dos problemas e muito a custo da dedicação (mesmo mal remunerados)
dos médicos (a maioria, sempre há os maus profissionais) funciona, todos
deveriam saber. E sem nenhum viés político no que digo, por favor.
#
Definitivamente,
não sou o cara que vai morrer.
Sim,
eu sei que um dia, espero que ainda bem distante, é possível que eu venha a
encontrar de novo a matungona num descampado, numa manhã de sol, e que dessa
vez não vá escapar, pois dizem que é inevitável. Como eu disse, estou ciente
dessa possibilidade. O que quis dizer no início dessa Sopa dominical agora com
frequência incerta é que saí da frente da fila, já olho para frente e não a
vejo (a matungona, a morte) me espreitando.
Ainda
esclarecendo, não estava com uma doença e me curei. Melhor, talvez estivesse,
mas não importa. Eu me referia a fatores de risco, possibilidades de desfecho.
Meia
idade, sedentário, com sobrepeso, estressado.
Eu
era uma bomba relógio.
Não
sou mais.
O
que fiz?
Decidi
tomar uma atitude. Marquei férias (há dois anos não tirava) e, exatamente seis
meses antes de completar quarenta anos, voltei a praticar atividade física,
religiosamente três vezes por semana (o mínimo que gostaria). Fazem poucas
semanas, eu sei, não dá para cantar vitória (ainda me considero um sedentário
em tratamento), mas foi uma atitude, uma tomada de iniciativa, um vencer a
inércia.
O
que mudou o meu humor e auto-estima. Para melhor, claro.
Agora
penso nas férias, que serão dias de descanso, de leituras (tenho muito o que
colocar em dia) de arrumar a casa (em todos os sentidos) e planejar o 2012, que
vem cheio de expectativas. Alguns ajustes serão feitos e a rotina sofrerá
mudanças em prol da qualidade de vida (assim espero).
Eu
gosto muito de anos pares.
Até.
sábado, outubro 29, 2011
Sábado (e é tempo de livro em Porto Alegre)
sexta-feira, outubro 28, 2011
quinta-feira, outubro 27, 2011
quarta-feira, outubro 26, 2011
terça-feira, outubro 25, 2011
Músicas que marcaram (2)
Ainda anos 80 e a primeira - de muitas - da Legião Urbana que foram marcantes. Essa, a mais antiga deles que lembro, tocava no "Mingau" da SAPI (Sociedade de Amigos da Praia do Imbé).
segunda-feira, outubro 24, 2011
Músicas que marcaram (1)
Inicio agora uma série com as músicas que marcaram minha vida ao longo do tempo, pelas mais diferentes razões. Começa, claro, pelos anos 80.
sábado, outubro 22, 2011
terça-feira, outubro 18, 2011
Manuel Flores va a morir
Manuel Flores va a morir,
eso es moneda corriente;
morir es una costumbre
que sabe tener la gente.
Y sin embargo me duele
decirle adiós a la vida,
esa cosa tan de siempre,
tan dulce y tan conocida.
Miro en el alba mis manos,
miro en las manos las venas;
con estrañeza las miro
como si fueran ajenas.
Vendrán los cuatro balazos
y con los cuatro el olvido;
lo dijo el sabio Merlín:
morir es haber nacido.
¡Cuánto cosa en su camino
estos ojos habrán visto!
Quién sabe lo que verán
después que me juzgue Cristo.
Manuel Flores va a morir,
eso es moneda corriente:
morir es una costumbre
que sabe tener la gente.
eso es moneda corriente;
morir es una costumbre
que sabe tener la gente.
Y sin embargo me duele
decirle adiós a la vida,
esa cosa tan de siempre,
tan dulce y tan conocida.
Miro en el alba mis manos,
miro en las manos las venas;
con estrañeza las miro
como si fueran ajenas.
Vendrán los cuatro balazos
y con los cuatro el olvido;
lo dijo el sabio Merlín:
morir es haber nacido.
¡Cuánto cosa en su camino
estos ojos habrán visto!
Quién sabe lo que verán
después que me juzgue Cristo.
Manuel Flores va a morir,
eso es moneda corriente:
morir es una costumbre
que sabe tener la gente.
domingo, outubro 16, 2011
A Sopa 11/06
Já
não sou mais o cara que vai morrer.
Nada
a ver com isso, mas estava pensando na “polêmica” que envolve uma piada feita pelo
Rafinha Bastos no programa CQC, em que afirmou – em resposta ao comentário de
que a cantora Wanessa Camargo continuava “muito bem” ainda que grávida – que “comeria
ela e até o bebê”. Piada de gosto duvidoso, ou, menos que isso, um comentário
sem graça. Que iria terminar aí, no esquecimento. Uma piada que não funcionou.
Ponto.
Mas
as partes envolvidas – a cantora, seu marido e o sócio do marido – ficaram revoltadas
com o fato e pressionaram a direção da emissora a punir de alguma forma o autor
do comentário sob pena de retirarem patrocínio e tal e coisa. E o caso tomou proporções
muito maiores que tomaria se tivessem ignorado a história, deixando ela no
lugar que merecia, uma piada que não funcionou. Tiro no pé.
Eu,
que raramente assisto ao programa, estava assistindo justamente na hora em que o
comentário/piada foi feito. Ouvi, achei sem graça (inadequado, se quiserem) e
esqueci. Só fui lembrar quando da polêmica. Ou seja, os envolvidos – que agora
querem processar o autor do comentário – fizeram questão que todo o Brasil
(inclusive eu, agora) comentasse e repercutisse o ocorrido. Tenho certeza que a
maioria das pessoas nem teria ouvido falar na história se não fosse esse
escândalo bobo que eles criaram.
Eu
não teria feito a piada por achar de mau gosto, mas não vejo nada demais nela. E
defendo o direito dele de fazê-la (como se alguém precisasse da minha
autorização...). Existem coisas muito mais graves que são ditas e feitas na
televisão e que passam em branco, sem repercussão. Mas como a piada foi feita
com pessoas que tem dinheiro, poder e – na minha opinião – pouca tolerância,
fizeram todo esse barulho. E esqueceram um detalhe importante.
Destino
de piada fraca é o esquecimento.
#
Ainda no
plano das polêmicas (bobas ou não), um pouco sobre a Copa do Mundo e Porto
Alegre.
Estão
dizendo por esses dias que Porto Alegre vai ficar fora da disputa da Copa das
Confederações de 2013, evento-teste para a Copa do Mundo em 2014, porque -
entre razões políticas – o estádio Beira-Rio está com obras atrasadas devido à
falta de assinatura do contrato com a empresa Andrade Gutierrez, que vai fazer
as obras em troca de exploração de espaços do estádio durante o período de
cerca de vinte anos.
Inicialmente,
digo que só fui/sou a favor (e, de novo, quem sou eu para ser a favor ou contra?)
da Copa no Brasil pelos potenciais investimentos, obras de infra-estrutura e
melhorias que as cidades (e falo de Porto Alegre, em especial) terão devido ao
evento. De resto, achava que o Brasil tinha e tem coisas muito mais importantes
a resolver. De qualquer maneira, noves a fora a roubalheira que está e vai
acontecer com o dinheiro público, acho que o resultado vai ser positivo (as
melhorias de que falei).
E o caso de
Porto Alegre?
Quando o
Inter tinha a intenção de fazer as reformas no seu estádio com dinheiro
próprio, a FIFA pressionou porque queria garantias bancárias de que o Inter
seria capaz de fazer as obras. E acho que o Inter fez bem em decidir
associar-se a uma construtora para isso, caso contrário acabaria desviando
recursos de sua atividade-fim, o futebol, para as obras e não seria bom. Agora,
a FIFA pode tirar a Copa das Confederações de Porto Alegre porque o contrato
ainda não foi assinado (apesar de sabermos que essa é uma decisão política, que
nada tem a ver com isso, mas alguns por aí – não sei com que intenções – tentam
passar essa idéia). Bom, nesse caso, que Porto Alegre fique de fora.
O que não
pode é atropelar as coisas e fazer um contrato ruim que possa comprometer o
clube por duas décadas. Afinal, o Beira-Rio é um dos poucos estádios da Copa que
não vai receber dinheiro público (excetuando-se as isenções fiscais).
É isso.
Até.
sábado, outubro 15, 2011
quinta-feira, outubro 13, 2011
terça-feira, outubro 11, 2011
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
E lá se vão quinze anos...
Foi cedo demais.
Até.
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