Claro que o livre raramente o é de verdade.
Sempre surge algo a fazer, pequenas (ou não) tarefas cotidianas, esperar pelo técnico de seja lá o que for que só pode ir "à tarde", o que significa algum momento indefinido entre o meio-dia e às dezoito horas, colocar tarefas burocráticas em dia, praticar atividade física. Essa última, desde que o meu joelho não operado decidiu que eu não podia mais correr, deixada em suspenso até segunda ordem, o que significa até eu conseguir ajustar tudo isso, a vida, a rotina, com uma ida à piscina para atividades que ele - o joelho temperamental - aceite. De qualquer forma, a segunda-feira que antecipa a terça de estrada ao nascer do sol é - ao menos - um pouco mais lenta que será o resto da semana, ou até sexta, quando o ritmo diminuiu a partir do improvável mas rotineiro churrasco do almoço de sexta, que também é momento de encontro e conversa e - por que não? - planos.
Hoje, segunda-feira.
Consultório pela manhã cheio e cheio de urgência de quem precisa consultar agora ou, melhor, ontem, porque o tempo mudou, e o frio e a umidade cobram seu preço. A tarde, por compromisso de manutenção do carro, foi de mandar revelar fotos - sou fã dos álbuns físicos, dos registros de viagem - da viagem ao Canadá, de onde voltamos há mais de mês e não tinha conseguido fazer, e de ir ao supermercado, com lista e tudo.
Só que, não mais que de repente, tudo havia sido feito e ainda havia um tempo livre antes de voltar à rotina com a Marina, de escola, hospital, casa, banho, jantar, brincar, dormir. Assim, um momento sem compromisso, em que abstraí dos prazos e cartas e provas e projetos. Resoluto, entrei em uma livraria e circulei lentamente por entre os livros, fazendo minha lista mental de próximos a serem lidos, encontrando títulos curiosos que talvez nunca leia, pensando e lembrando que escrever é artesanato, é trabalho braçal, é dedicação.
Mas que também é como andar de bicicleta...
Até.
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