quarta-feira, junho 26, 2013

Ainda não vi tudo (é ou não é admirável?)

Como escreveu o Barão de Itararé, 

"Os que se julgam espertos acham que a admiração é um alarmante sintoma de ignorância e, por isso, afirmam que só os tolos se admiram. Os que se maravilham de qualquer coisa, por sua vez, se surpreendem também da impassibilidade dos sabidos, aos quais consideram lamentáveis cegos e inconscientes.

O ladino se admira do tolo e não pode compreender como este se possa admirar de uma bobagem. O tolo, por seu turno, se admira de que o ladino não se admire de coisa alguma, quando ele acha tudo admirável.

O tolo se admira de tudo, porque vê em tudo uma verdade para admirar. O tolo, então, raciocina e tira uma conclusão. E, portanto, não é tolo.

O inteligente vê o fenômeno e não se admira, porque não vê nada de admirável no que vê. Mas o homem que não chega a ver o que até os tolos veem não pode ser um homem inteligente.

De tudo isto só se pode concluir que o tolo, afinal, é um inteligente e que o inteligente é um tolo.

É ou não é admirável?"

Eu continuo me admirando diuturnamente com o mundo e com as pessoas, para o bem e para o mal, lamentavelmente. E, por mais que eu tente, algumas coisas não consigo entender.

A Lei do Ato médico, por exemplo.

Tenho convicção de que a quase totalidade dos que criticam a lei é porque não leram ou, não sei o que é mais triste, não entenderam.

Quando à vinda de médicos estrangeiros trabalhar no Brasil, parece que a ideologia cega e embota o pensamento. A questão não é se são de Cuba, Espanha, Canadá ou mesmo de Marte. E não é medo de perder pacientes (tem argumento mais ridículo que esse? medo de perder pacientes? sério?). Primeiro que a tese que faltam médicos no Brasil é uma falácia. Segundo, o problema está na falta de condições de trabalho para o médico nessas regiões em que os "médicos não querem trabalhar". 

Existem poucos médicos estrangeiros trabalhando no Brasil, enquanto na Inglaterra, no Canadá tem bem mais? Pergunta para os médicos estrangeiros tiveram que fazer para poder trabalhar no exterior. O que queremos é que se cumpra a lei, que os médicos de Cuba, e mesmo os de Marte, façam a prova que vai revalidar seus diplomas, como em qualquer outra profissão em qualquer outro país. O resto que dizem é bobagem, quando não estupidez.

Até.

Nenhum comentário: