Punta del Este, Uruguai
Abril/2015
Mas até quando?
Bom sábado a todos.
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
sábado, julho 18, 2015
quinta-feira, julho 16, 2015
Histórias Aleatórias
Macondo,
às vezes, é ali em casa.
Uma
antiga ideia, de que a literatura está em todo o lado, com o que etérea,
esperando que a reconheçamos e decidamos escrevê-la, tem sido recorrente nos
últimos dias. Talvez porque eu esteja mais sensível ao mundo, voltando a
conviver com o ofício e tentando recuperar o hábito de escrever. Ou não. Sei
lá. Não importa.
O
fato é que lembrei do final de Cem Anos de Solidão, do Gabriel Garcia Marquez,
que termina de forma sensacional, tanto é que não esqueço, mesmo fazendo mais
de vinte anos que li, ainda no início dos anos noventa. Termina dizendo “que as estirpes condenadas a cem anos de
solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra”. Nos trechos
finais do livro, ainda escreve sobre Aureliano Buendia: “... Não porque estivesse
paralisado pelo horror, mas porque naquele instante prodigioso revelaram-se as
chaves definitivas de Melquíades e viu a epígrafe dos pergaminhos
perfeitamente ordenada no tempo e no espaço dos homens: O primeiro da estirpe
está amarrado a uma árvore e o último está sendo comido pelas formigas...”.
Formigas.
Pois é.
Lembrei
do livro ontem enquanto esperava ser chamado para atendimento numa assistência
da Apple aqui em Porto Alegre. Quando o número da senha que eu tinha foi
anunciado, fui até o atendente e, quando ele perguntou qual era o motivo da
visita ao local, comentei – entre constrangido e divertido – “formigas saem da
minha Apple TV...”. Ele me olhou, incrédulo, e eu entreguei a ele o aparelho da
Apple, de onde ainda saiam algumas daquelas formigas diminutas, clarinhas, que
parecem pequenas aranhas. Como assim?, perguntou.
Respondi
a ele que – não tenho a menor ideia de como nem por quê – ocorrera uma
infestação desses pequenos animais justamente junto ao DVD e ao aparelho da
Apple. Isso que eu moro no sétimo andar! Eliminei-as da cozinha, foram se
vingar na sala...
Foi
conversar com os técnicos e após alguns minutos voltou com o veredito: não há o
que fazer. “Nada?”, perguntei eu. Não... nada, respondeu. Não tem como abrir o aparelho. As formigas
devem ter feito um ninho dentro... Talvez com aqueles venenos em fumaça... O
aparelho funciona? Sim, respondi. Então é isso.
Voltei
para casa entre frustrado e conformado.
Ao
chegar, as formigas ainda saíam da minha Apple TV. Peguei um jornal, estendi no
chão da área de serviço do apartamento, depositei o aparelho ali e – com um
spray de inseticida – dei um banho de veneno nele. Horas depois, testei:
continuava funcionando (mas não sei até quando será assim). Poucos cadáveres de
formiga eventualmente ainda aparecem em sua volta, mas estou em vigília quase
permanente para o aparecimento de novas.
Ou
que elas ataquem em outro local da casa.
Até.
segunda-feira, julho 13, 2015
Segunda-feira e chove
Começo de semana com chuva e pacientes faltando às consultas...
Treze de julho, dia do rock.
Led Zeppelin.
Treze de julho, dia do rock.
Led Zeppelin.
domingo, julho 12, 2015
A Sopa – Edição Inverno 2015
Uma
história antiga.
No
já longínquo ano de 1978, ano da Copa no Mundo na Argentina, eu estava na 1ª
série do naquela época chamado de 1º grau. Estudava numa Escola Estadual no
Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, e morava no Menino Deus, bairro próximo.
Entrei
no primeiro ano de escola pós-educação infantil com cinco anos, cerca de um mês
antes de completar seis anos. Para se ter uma ideia, mais novo do que a Marina
é agora. Até aí, tudo bem. Minha mãe – evidentemente – sempre me levava para a
escola. Levava e buscava, como deve ser. Normal. Tranquilo. Até que...
Um
dia, após ela me deixar na escola e sair, ao chegar na sala, ficamos – os
colegas e eu – sabendo que por algum problema com a professora (havia faltado
não sei por quê), aqueles alunos a quem o pai ou a mãe estivesse ali poderiam voltar para casa. Os outros, ficariam.
Houve
revolta.
Junto
com outros dois ou três colegas – que os nomes ficaram esquecidos no tempo –
decidimos que não era justo conosco, e resolvemos sair da escola. E saímos!
Deixamos a escola, fomos até a casa de um dos colegas, que ficou lá, e fui
caminhando até a minha casa, que ficava a 1,5km da escola, atravessando
inclusive uma avenida de grande movimento que corta a cidade, a Av. Ipiranga. Sozinho,
seis anos de idade, em Porto Alegre.
Cheguei
são e salvo em casa, mas minha mãe não estava. Ato contínuo, voltei para
escola! Mais 1,5km a pé, sozinho por Porto Alegre, cruzando os bairros Menino
Deus e Cidade Baixa até a escola. Como não podia entrar, fiquei esperando no
posto de gasolina em frente à escola. Quando minha mãe chegou, ela já sabia da
minha “aventura”, pois uma vizinha havia contado que eu estivera em casa.
Evidentemente
fiquei um bom tempo de castigo...
Lembramos
disso, minha mãe e eu, quando almoçávamos ontem. E, ao perceber que havia feito
isso com a mesma idade que a Marina tem agora, pela primeira vez percebi o quão
grave foi o que fiz. Consegui me colocar no lugar da minha mãe e entender o
potencial desespero dela com relação ao que poderia ter me acontecido.
Eram
outros tempos, claro, mas não consigo deixar de pensar na inconsequência do que
eu fiz. Em como eu me sentiria se acontecesse com a Marina.
Quase
me coloquei de castigo de novo só por isso...
Até.
##
Mais
memória.
Cazuza.
Terça-feira
passada, sete de julho, completaram-se vinte e cinco anos da morte do Cazuza.
Lembro exatamente do dia, de como fiquei sabendo, de como me senti. Relembrei
diversas histórias daquele tempo, de quem eu era e de quem me tornei.
Eu
era muito fã do Barão Vermelho e depois da carreira solo do Cazuza. Acompanhei
– como todos naquela época – a evolução da sua doença e o amadurecimento de sua
poesia, até hoje relevante.
Cazuza
foi a trilha sonora de parte da minha vida, sua música esteve presente em
momentos marcantes daquele período e mesmo depois dele. Lembrar faz bem, quando se está resolvido com
o passado.
sábado, julho 11, 2015
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