(Crônicas de uma Pandemia – Duzentos e Noventa e Nove Dias)
Pensamentos.
Há tempos me ressinto – não no sentido de sentir novamente, mas de ressentimento mesmo - da ausência dos escritos ou, ao menos, das tentativas de escrever ficção. Parece que virei um comentarista (ou projeto de) do cotidiano, especialmente em tempos de pandemia.
O que deveria (poderia) ser uma forma de fuga da acachapante rotina dos dias acabou se tornando uma extensão dela, uma forma de – de tempos em tempos – desabafar sobre o que vejo e penso. E a pergunta retorna, num looping eterno: afinal, não era esse o objetivo desse espaço?
Sim e não.
Lá atrás, bem atrás mesmo, o objetivo era antes de tudo escrever, manter a escrita como uma rotina, dedicação, uma forma, como sempre digo, de artesanato. Para, com a prática, lapidá-la, aprimorá-la, torná-la cada vez melhor, mais fluida. Além de trabalhar a criatividade, a imaginação. Esse o papel da ficção.
Não tem acontecido, como todos percebemos.
Paciência.
Tudo isso para dizer que ainda estou, por estes dias, em – vamos dizer - férias mentais. Já trabalhando, claro, mas evitando ler, ver, discutir ou pensar em assuntos polêmicos.
Até.
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