Inverno.
Noite, frio, amigos reunidos tomando vinho, conversando, ouvindo música e tomando uma sopa, uma sopa de ervilhas. Simples assim. Essa foi a premissa, a partir de uma conversa informal com um grande amigo, para o surgimento, há vinte e cinco anos – um quarto de século – da Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo.
A partir daí, a Sopa simboliza quem sempre procurei ser: um agregador, um ‘botador de pilha’. Por mais que tenha passado o tempo, e eu tenha ficado por muitas vezes mais quieto, menos expansivo, essa é a minha essência. Mas, a Sopa...
O primeiro ano, 1997.
Fiz sopa de ervilhas – pela primeira vez – para oito pessoas, numa noite de junho. Não temos registro em foto e – honestamente – não lembro de todos os participantes. Foi o início, e já chamei de Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo. O segundo ano, em 1998, não foi em casa (usamos o salão de festas do edifício onde morava o amigo Jean Zanardo, que hoje vive em Erechim/RS) e foram 12 participantes. Foi quando fizemos as primeiras camisetas.
A 3ª Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo foi no Veleiros do Sul, do qual sou sócio, local que se tornou sede das sopas de maior público. Foi nesse ano em que alugamos um aparelho de karaokê. Foi um sucesso. Ato contínuo, para o ano seguinte, montamos a Banda da Sopa de Ervilhas do Marcelo, a Banda da Sopa, cuja formação original tinha nos vocais e baixo o amigo e colega de faculdade Alexandre Magno, no violão/guitarra solo o Márcio Neves, amigo desde o segundo grau/ensino médio nos anos 80, e eu como violão base, segunda (bem distante da primeira) voz e “dono da bola”... Ao longo dos anos seguintes tivemos participações dos amigos Sylvester, na bateria, e Dani Laks, no baixo.
Paralelamente aos eventos, uni a Sopa com minha vontade de escrever, e criei “A Sopa”, um semanário enviado a “assinantes” por e-mail, que durou até eu ir para o Canadá. Pouco antes de ir, criei o blog (esse blog) chamado “A Sopa no Exílio”, que serviu como forma de me manter escrevendo, me comunicando com as pessoas, e uma forma de contar como era a minha vida no Canadá.
O blog acabou servindo como “porta” para conhecer outros blogs de brasileiros que viviam em Toronto, e os personagens por trás desses blogs. Acabamos nos reunindo, a primeira vez em um restaurante. Daí para surgir a ideia de fazer uma Sopa em Toronto, foi um “pulinho”. Fizemos, então, A Sopa de Ervilhas do Marcelo no Canadá, em maio/2005.
Antes disso, nos últimos dias de dezembro de 2004, eu havia feito uma sopa no Estados Unidos, apenas para a família, na casa do meu irmão em Nova York. Essas, Toronto e Nova York, as duas “experiências” internacionais da Sopa do Marcelo.
Voltando um pouco no tempo, ainda antes de ir para o Canadá, a Sopa – o evento – acabou tomando proporções maiores: chegamos a ter mais de cinquenta pessoas numa das edições. Cheguei a utilizar uma cozinha de restaurante para preparar a Sopa. Quase perdi o controle criativo da Sopa... A edição de 2003, um ano antes de ir para o Canadá, foi a chamada “Última Sopa de Ervilhas de do Marcelo”.
Não seria a última, claro.
De volta ao Brasil, continuei fazendo a Sopa, mas agora em casa, para a família e eventualmente alguns poucos amigos, com exceção do ano de 2012, quando fizemos novamente um evento grande no Veleiros do Sul. Aí já com a presença da Marina, e outros filhos de amigos.
A pandemia, evidentemente, tornou temporariamente inviável a realização do evento, mas não de fazer a Sopa. Esse final de semana, quando se completam vinte e cinco anos desde que fiz a primeira vez, fiz Sopa mais uma vez. E está/estava boa. Sempre digo que a sopa, por melhor que esteja, não será melhor que a do ano que vem.
Que esperamos que não seja em tempos de distanciamento social.
Até.