domingo, outubro 23, 2022

A Sopa

 

C’era um ragazzo

Che come me

Amava i Beatles e i Rolling Stones…

 

Foi Gianni Morandi quem gravou em 1966 essa música, cuja versão brasileira foi por sua vez gravada em 1967 pela banda Os Incríveis e depois em 1990 pelos Engenheiros do Hawaii, que conta a história de um jovem guitarrista americano que foi convocado para a Guerra do Vietnã, e que perdeu sua juventude, seu futuro como músico e, no final, sua própria vida na guerra. É um protesto contra a guerra. Uma outra versão dessa música foi gravada ao vivo pelo Jerry Adriani, que a cantou no italiano original. Todas as versões me agradam.

 

Eu também fui um garoto que amava os Beatles (mais) e os Rolling Stones e que em algum momento quis ser músico. Não fui para a guerra no sentido literal, mas da guitarra me separei porque contingências da vida me obrigaram, ou mais provavelmente porque eu tenha permitido, tanto faz. Não morri na guerra (quase, no trânsito, uma vez, mas não conta) mas estive separado da música por um tempo que – percebo agora – foi longo demais. 

 

Não que eu fosse ou me considerasse músico, que fique bem claro.

 

Sempre fui um entusiasta e, mesmo quando fiz parte de uma banda, eu tinha muito mais atitude do que talento ou mesmo dedicação ao ofício de tocar um instrumento e cantar, como diria o Milton Nascimento. Era – confesso – uma diversão que não me exigia muito esforço e dedicação (o resultado evidentemente sendo proporcional ao esforço e à dedicação). E estava tudo bem.

 

A mudança desse cenário, como já contei por aqui, se deu por causa, por inspiração da Marina, que descobriu que aqui perto de casa havia uma escola de música cujo foco era o rock, e quis embarcar nessa jornada de conhecimento musical. Se integrou perfeitamente na School of Rock Benjanmin POA desde o início, a ponto de passar a considerá-la sua “segunda casa”, conhecendo novas pessoas, fazendo amigos, e expandindo seu mundo mais ainda. Além de, como falei em entrevista que demos na rádio semana passada (!), sendo exposta, estudando, conhecendo e (sim!) gostando de bandas as quais não conheceria tão bem caso não estivesse na escola. Mas não só isso, pois acabou me afetando também.

 

Involuntariamente, me arrastou para o “furacão”.

 

Inspirado por ela, voltei a tocar, pela primeira vez na vida com disciplina e por um tempo mais continuamente. Voltei aos “bancos escolares” como aluno, a música como diversão, prazer, mas também como estudo, e está sendo muito legal como parte de um processo maior de vida, que os meus cinquenta anos completados em abril são o símbolo maior.

 

Como disse no início, eu era um garoto que amava mais os Beatles que os Rolling Stones, até por conhecer menos os últimos, o que tem mudado nos últimos meses, porque temos os estudado nos últimos meses, rigorosa e metodicamente, e tocado, evidentemente, e tem sido um grande prazer. O resultado desse “estudo” será apresentado hoje no Bar Opinião, templo da música no Rio Grande do Sul, em um “festival” dedicado aos Rolling Stones.

 

Vai ser muito legal!

 

Até.

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