domingo, junho 06, 2004

A Sopa 03/46

Denúncia.
Vou parar de falar mal do governo do PT. Não que eu ache que tenha melhorado, ou que ele não tenha graves problemas como tiveram também os do FHC. Vou parar de falar mal – criticar, mesmo que construtivamente, ao contrário da maioria das pessoas com quem converso, que critica apenas por ser do PT – porque recebi um aviso de que eu deveria parar de falar sobre o assunto. É a lei da mordaça agindo sobre mim.
Obviamente se vocês forem perguntar para o governo se eles fizeram isso mesmo – bem claro, me censurar – eles vão negar. Assim como vão negar que têm agentes infiltrados controlando todos os nossos passos, mas que têm, isso tem. E vou contar para vocês o que aconteceu, para todos saberem. Não ficarei calado!
Estávamos, Jacque, eu, e os seus pais (meus sogros, óbvio) jantando despreocupadamente no Restaurante Copacabana, sexta à noite, quando aconteceu: discutíamos outro assunto qualquer quando, do nada, surgiram agentes da Polícia Federal por todos os lados do restaurante, fechando todas as saídas. Estávamos cercados, sem possibilidade de fuga. Aí, então, entrou o primeiro, o José Dirceu, cercado de colaboradores, sorrindo. Cumprimentou um e outro e, de relance, deu uma olhadinha para mim, como quem diz “Eu sei quem você é e estou de olho, fique atento”. Nem me perturbei.
Foi quando entrou – também cercado de seguranças – o José Genoíno. Sorridente e simpático como sempre, cumprimentava todos e, ao olhar para mim e abanou, como quem diz “É melhor levar a sério o aviso, estamos te cuidando”. Foi o suficiente para eu saber que com esse pessoal não se brinca...
Pode ser que eu esteja sendo paranóico, mas é melhor não arriscar.

§

Como já falei anteriormente, eu acho que cinema, além de arte, é pura diversão. Os critérios que eu uso para escolher o filme que eu quero ver são noventa por cento a possibilidade de me divertir e dez por cento a qualidade “arte” do filme. Admito isso sem culpa.
Já assisti a filmes maravilhosos, verdadeiras obras de arte, com trilhas sonoras belíssimas, roteiros inteligentes, fotografias sublimes, mas também já vi – e gostei – de filmes que os críticos considerariam lixos. Não estou nem aí para quem acha que cinema deve ser só arte, e sou mais feliz assim. Por exemplo, o mais novo filme do Tarantino – do qual só saiu no Brasil a primeira parte e de que já falei – Kill Bill, é pura diversão, mas também é arte, digam os puristas o que disserem.
Por outro lado, um filme que é pura diversão, e diversão de qualidade, é o novo filme da série Harry Potter. Fui ver e gostei. Mas como eu gosto de me divertir e não fico apenas atrás de “arte” (cada um julgue o que é arte da sua forma), não vou recomendar para ninguém. Mas que é bom, ah isso é.

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