Ele estufa o peito cantando o hino nacional.
Chora na copa do mundo.
Grita na olímpiadas.
Range os dentes até na disputa do oscar de melhor filme estrangeiro.
Diz que esse país é do caralho.
Estaciona em fila dupla.
Joga papel no chão.
Fura fila em banco/supermercado.
Dá dinheiro pro guarda liberar o carro com documento vencido.
Vota no deputado que prometeu uma vaga na secretaria municipal de obras.
Diz que num país atrasado assim não dá mais pra viver.
Tá tirando o passaporte pra ir morar no Canadá.
Obs: Na polícia federal pagou uma taxa de propina pra receber o passaporte mais rápido.
Nota desse blogueiro: e reclama que não pode beber e dirigir...
FONTE: a casa do zander
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
segunda-feira, junho 30, 2008
domingo, junho 29, 2008
A Sopa 07/43
A Viagem (26)
O nosso planejamento do que visitar em Paris durante nossa estada incluía uma visita à Disneyland Paris, situada em Marne-la-Vallée, subúrbio de Paris, e tinha a Karina como a mais entusiasta com o programa. O Pedro e a Zeca toparam a idéia, apesar de eu imaginar uma possível relutância deles em deixar de passear mais em Paris – era sua primeira vez, afinal de contas – para ir à Disney. Nós, os outros, já havíamos estado em Paris e também lá (a Jacque e eu duas vezes, aliás). De qualquer forma, fomos todos, e decidimos ir na terça-feira porque se avizinhava uma greve dos transportes públicos na quinta-feira seguinte, e a falta de metrô em Paris tornar-se-ia uma agradável obrigação de caminhar, ou – se preferirem – flanar, muito.
Após o café, entramos na gigantesca estação de Chatellet, que serve o metrô e os trens do RER, que levam para os subúrbios. Pegamos a linha A, que nos deixa exatamente em frente à entrada dos parques, que são dois, a Disneyland e o Walt Disney Studio`s Park, além do Disney Village, com restaurantes e lojas. Entramos todos e fomos atrás das atrações mais conhecidas, como a Haunted Mansion, e as montanhas-russas da mina e a do Indiana Jones. Há também a Space Mountain 2, montanha-russa no escuro, que apenas o Paulo e eu enfrentamos.
Não sei se já falei disso, mas não sou favorável a esses brinquedos em que andamos para passar mal. Pagar para ficar enjoado e tonto é algo impensável para mim, principalmente depois da lendária vez em que – lá em 1995 – andamos nas xícaras, no Magic Kingdom na Flórida e passei muito mal, porém um desafio desses eu não poderia recusar. As outras montanhas-russas da Disney não são assim tão violentas, mas a Space Mountain, quase toda percorrida na escuridão total, é bem mais forte, digamos assim. Andamos, e não passei mal, apesar de ter me obrigado a ficar mais quieto e meio “estranho” depois. Circulamos pelo parque e depois visitamos o Walt Disney Studio`s Park, baseado nos filmes dos estúdios Disney e MGM, com atrações como o Cars e Ratatouille.
O Pedro e a Zeca decidiram, então, voltar para Paris para aproveitarem mais a cidade (e ficarem um pouco só os dois, imagino), e acabaram assistindo ao pôr-do-sol nos altos da Sacre-Couer, tendo a seus pés os telhados de Paris, antes de ir terem um jantar a dois próximo ao nosso hotel. O restante do grupo, que havia permanecido na Disney por mais tempo, voltou para Paris mais tarde e acabou jantando num restaurante italiano na beira do Sena, bem na esquina do Boulevard St-Michel.
Dormimos não muito tarde, esperando o dia seguinte, que começaria com uma visita aos impressionistas, Van Gogh, Monet e companhia, no Museu D`Orsay.
Até.
O nosso planejamento do que visitar em Paris durante nossa estada incluía uma visita à Disneyland Paris, situada em Marne-la-Vallée, subúrbio de Paris, e tinha a Karina como a mais entusiasta com o programa. O Pedro e a Zeca toparam a idéia, apesar de eu imaginar uma possível relutância deles em deixar de passear mais em Paris – era sua primeira vez, afinal de contas – para ir à Disney. Nós, os outros, já havíamos estado em Paris e também lá (a Jacque e eu duas vezes, aliás). De qualquer forma, fomos todos, e decidimos ir na terça-feira porque se avizinhava uma greve dos transportes públicos na quinta-feira seguinte, e a falta de metrô em Paris tornar-se-ia uma agradável obrigação de caminhar, ou – se preferirem – flanar, muito.
Após o café, entramos na gigantesca estação de Chatellet, que serve o metrô e os trens do RER, que levam para os subúrbios. Pegamos a linha A, que nos deixa exatamente em frente à entrada dos parques, que são dois, a Disneyland e o Walt Disney Studio`s Park, além do Disney Village, com restaurantes e lojas. Entramos todos e fomos atrás das atrações mais conhecidas, como a Haunted Mansion, e as montanhas-russas da mina e a do Indiana Jones. Há também a Space Mountain 2, montanha-russa no escuro, que apenas o Paulo e eu enfrentamos.
Não sei se já falei disso, mas não sou favorável a esses brinquedos em que andamos para passar mal. Pagar para ficar enjoado e tonto é algo impensável para mim, principalmente depois da lendária vez em que – lá em 1995 – andamos nas xícaras, no Magic Kingdom na Flórida e passei muito mal, porém um desafio desses eu não poderia recusar. As outras montanhas-russas da Disney não são assim tão violentas, mas a Space Mountain, quase toda percorrida na escuridão total, é bem mais forte, digamos assim. Andamos, e não passei mal, apesar de ter me obrigado a ficar mais quieto e meio “estranho” depois. Circulamos pelo parque e depois visitamos o Walt Disney Studio`s Park, baseado nos filmes dos estúdios Disney e MGM, com atrações como o Cars e Ratatouille.
O Pedro e a Zeca decidiram, então, voltar para Paris para aproveitarem mais a cidade (e ficarem um pouco só os dois, imagino), e acabaram assistindo ao pôr-do-sol nos altos da Sacre-Couer, tendo a seus pés os telhados de Paris, antes de ir terem um jantar a dois próximo ao nosso hotel. O restante do grupo, que havia permanecido na Disney por mais tempo, voltou para Paris mais tarde e acabou jantando num restaurante italiano na beira do Sena, bem na esquina do Boulevard St-Michel.
Dormimos não muito tarde, esperando o dia seguinte, que começaria com uma visita aos impressionistas, Van Gogh, Monet e companhia, no Museu D`Orsay.
Até.
sábado, junho 28, 2008
quinta-feira, junho 26, 2008
Sem Preconceitos
Mulher no volante...
Falando sério, é evidente que homens e mulheres têm a mesma capacidade de serem bons (ou maus) motoristas. O que tenho reparado, cada vez mais, e aí não se pode chamar isso de preconceito - afinal é uma impressão baseada na observação - é que mulheres são muito mais agressivas no trânsito do que os homens em geral. Ou, melhor, menos civilizadas.
Sabe aquela coisa de - educadamente - dar passagem, deixar que o motorista da faixa ao lado entre porque precisa passar, esse tipo de atitude, é MUITO menos comum em mulheres do que com homens. Talvez por terem sido vítimas de preconceito e piadas machistas com relação ao trânsito por tanto tempo, agora querem passar por cima e não estão nem aí. Sei lá.
E vocês, o que acham?
Até.
Falando sério, é evidente que homens e mulheres têm a mesma capacidade de serem bons (ou maus) motoristas. O que tenho reparado, cada vez mais, e aí não se pode chamar isso de preconceito - afinal é uma impressão baseada na observação - é que mulheres são muito mais agressivas no trânsito do que os homens em geral. Ou, melhor, menos civilizadas.
Sabe aquela coisa de - educadamente - dar passagem, deixar que o motorista da faixa ao lado entre porque precisa passar, esse tipo de atitude, é MUITO menos comum em mulheres do que com homens. Talvez por terem sido vítimas de preconceito e piadas machistas com relação ao trânsito por tanto tempo, agora querem passar por cima e não estão nem aí. Sei lá.
E vocês, o que acham?
Até.
quarta-feira, junho 25, 2008
Os Dias Antes da Paternidade (12)
Teorias.
A melhor coisa de ainda não ser pai (ainda não nasceu) é que podemos dar palpites sobre como criar e educar filhos o tempo todo. Temos, afinal de contas, a autoridade de quem vai ser pai, mas ainda não temos as experiências e os “insucessos” desse “desafio”. Ou seja, sabemos tudo em teoria e ainda ninguém pode nos dizer “viu… achou que seria fácil… e então, Senhor Sabe-Tudo?”. Logo que nascer, contudo, estaremos a mercê das críticas e dos deboches.
Por isso é que é bom aproveitar enquanto não nasce o(a) herdeiro(a) para dizer – impunemente – como você acha que as coisas devem ser feitas. Depois que nascer, será tarde demais. Estará (estaremos), então, tendo que provar que as teorias estavam certas ou não. E vai ter um mundo de gente esperando para cobrar e ver como será o teu comportamento nas infinitas situações em que as tais teorias serão postas à prova. Prepare-se, porque não há nada mais chato do que ter que por em prática as perfeitas teorias que sempre fazemos, e não há turma mais sedenta de sangue que os teus parentes que tiveram que ouvir, às vezes por vários anos, essas tuas malditas teorias.
Relaxe, contudo. Enquanto não nascer, ainda há chance de apatifar um pouco.
Como quando entrei esses dias na sala do café numa clínica em que atendo, e uma das gerentes estava lendo um catálogo de vendas e, simpática, perguntou como estava a Marina.
- Ótima – disse eu – com quase trinta e uma semanas.
- Estou vendo aqui uma coisa que vai te interessar…
- É mesmo, o quê?
- Um bolsa térmica para aquecer e colocar na barriguinha dela quando tiver cólicas.
- Como assim?
- Para aliviar as cólicas!
- Não, cólicas são para serem sentidas, tem que sofrer um pouco…
- Que horror!
- Não, ela tem que aprender desde cedo que a vida não é justa e o mundo é cruel, não podemos criar a ilusão de um mundo perfeito.
- …
(diante do olhar de horror dela, esclareci que estava só brincando e que, sim, vou sofrer junto quando a minha menina tiver cólicas…)
Até.
A melhor coisa de ainda não ser pai (ainda não nasceu) é que podemos dar palpites sobre como criar e educar filhos o tempo todo. Temos, afinal de contas, a autoridade de quem vai ser pai, mas ainda não temos as experiências e os “insucessos” desse “desafio”. Ou seja, sabemos tudo em teoria e ainda ninguém pode nos dizer “viu… achou que seria fácil… e então, Senhor Sabe-Tudo?”. Logo que nascer, contudo, estaremos a mercê das críticas e dos deboches.
Por isso é que é bom aproveitar enquanto não nasce o(a) herdeiro(a) para dizer – impunemente – como você acha que as coisas devem ser feitas. Depois que nascer, será tarde demais. Estará (estaremos), então, tendo que provar que as teorias estavam certas ou não. E vai ter um mundo de gente esperando para cobrar e ver como será o teu comportamento nas infinitas situações em que as tais teorias serão postas à prova. Prepare-se, porque não há nada mais chato do que ter que por em prática as perfeitas teorias que sempre fazemos, e não há turma mais sedenta de sangue que os teus parentes que tiveram que ouvir, às vezes por vários anos, essas tuas malditas teorias.
Relaxe, contudo. Enquanto não nascer, ainda há chance de apatifar um pouco.
Como quando entrei esses dias na sala do café numa clínica em que atendo, e uma das gerentes estava lendo um catálogo de vendas e, simpática, perguntou como estava a Marina.
- Ótima – disse eu – com quase trinta e uma semanas.
- Estou vendo aqui uma coisa que vai te interessar…
- É mesmo, o quê?
- Um bolsa térmica para aquecer e colocar na barriguinha dela quando tiver cólicas.
- Como assim?
- Para aliviar as cólicas!
- Não, cólicas são para serem sentidas, tem que sofrer um pouco…
- Que horror!
- Não, ela tem que aprender desde cedo que a vida não é justa e o mundo é cruel, não podemos criar a ilusão de um mundo perfeito.
- …
(diante do olhar de horror dela, esclareci que estava só brincando e que, sim, vou sofrer junto quando a minha menina tiver cólicas…)
Até.
terça-feira, junho 24, 2008
São João
Noite de São João
Noite de São João
Para além do muro do meu quintal
Noite de São João
Noite de São João
Para além do muro do meu quintal
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Sem noite de São João
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Do lado de cá, eu
Sem noite de São João
Porque há São João
Onde o festejam
Para mim há uma sombra de luz
De fogueiras na noite
De fogueiras na noite
De fogueiras na noite
Um ruído de gargalhadas
Os baques dos saltos
E um grito casual
De quem não sabe que eu
De quem não sabe que eu
De quem não sabe que eu existo
(Vitor Ranil)
segunda-feira, junho 23, 2008
Repórter Esportivo
Notícia futebolística:
Apesar de mais gordo, devo voltar ao futebol antes do jogador antes conhecido como fenômeno. Os meses de recuperação estão terminando e a volta aos gramados sintéticos deve ocorrer em até quinze dias.
Comentário maldoso auto-depreciativo:
Voltar? Alguma vez joguei futebol? Estava em campo, mas jogar... sei não...
O que me lembra de uma história de muito anos passados:
Estava eu a conversar com um amigo da época do colégio sobre música e músicos, quando comentei que eu era um músico medíocre. Resposta dele, rápida:
- Não és...
- Não?
- ... músico.
- ...
Até.
Apesar de mais gordo, devo voltar ao futebol antes do jogador antes conhecido como fenômeno. Os meses de recuperação estão terminando e a volta aos gramados sintéticos deve ocorrer em até quinze dias.
Comentário maldoso auto-depreciativo:
Voltar? Alguma vez joguei futebol? Estava em campo, mas jogar... sei não...
O que me lembra de uma história de muito anos passados:
Estava eu a conversar com um amigo da época do colégio sobre música e músicos, quando comentei que eu era um músico medíocre. Resposta dele, rápida:
- Não és...
- Não?
- ... músico.
- ...
Até.
domingo, junho 22, 2008
A Sopa 07/42
A Viagem (25)
Após algumas semanas em que – por razões diversas – não continuei o relato da viagem dos Perdidos à França em outubro último, volto a narrá-la. Como os leitores que vêm nos acompanhando sabem, nosso roteiro incluiu uma rápida passagem pelo Alpes franceses e italianos, com seu ponto alto sendo a visita ao Matterhorn (do lado italiano, Monte Cervino), a ida até a Riviera italiana, onde quase tivemos nossos rins extirpados num sinistro hotel em Sanremo, e a volta à França, visitando a Côte d’Azur e a Provence, antes de terminarmos a viagem com os últimos cinco dias em Paris. No último episódio, havíamos chegado em Paris num belo domingo de sol, e terminado o dia jantando no simpático restaurante La Comédia, com seu inesquecível spaguetti a fruits de mer. Seguimos desse ponto.
Segunda-feira de manhã de sol, outono em Paris.
Após acordarmos e irmos tomar café no Paul, rede de boulangeries francesa, com seus croissants maravilhosos, em frente ao Hotel de Ville, seguimos pela Rue Rivoli até o Louvre e daí fomos ao Jardin des Tuilleries. Paramos para fotos e continuamos até a Place de la Concorde, onde estava (está) uma roda-gigante. O Paulo, a Karina e eu decidimos dar uma volta, enquanto os outros três ficaram no solo nos observando. Belas fotos de uma linda vista.
Após o passeio, seguimos juntos para a Champs Elysées, por onde circulamos lentamente e parando em lojas, olhando vitrines, planejando compras. Nesse passo “shopping center” fomos até o Arc du Triomphe. Lá, a Jacque, o Pedro e a Zeca decidiram subir para visitar. Os outros três, que havíamos andado na roda-gigante, não subimos, ficando no subsolo, abaixo da Etóile, esperando que eles fizessem o passeio. Quando eles voltaram, e saímos todos de novo para rua, o dia de sol havia desaparecido. Um céu plúmbeo e frio nos aguardava. Decidimos, então, almoçar, e ir visitar o Louvre.
Visitar é modo de dizer, como qualquer um que esteve lá sabe. Escolhe-se algumas coisas que se queira visitar, algumas atrações, e basta: é impossível ver tudo em uma só visita. Para quem está indo pela primeira vez, algumas obras são indispensáveis, como a Vênus de Milo, a Monalisa, a Vitória de Samotrácia, por exemplo. Entre uma outra, visitamos muitas alas com pinturas, esculturas, e etc. Para o Pedro e a Zeca, que estavam em sua primeira visita, tudo interessava, e com razão. Já a Karina, que já estivera lá, entediou-se rapidamente, e o Paulo e ela acabaram indo embora. A Jacque e eu ficamos com o Pedro e a Zeca.
Após a visita – que incluiu uma parada no café do museu – voltamos lentamente para o hotel, para descansar e prepararmo-nos para a janta.
Fomos caminhando e, após passar em frente, com direito a fotografias, ao Le Procope, jantamos em St-Germain-des-Prés, no restaurante Le Boumerang, de especialidades de montanha, onde comemos um ótimo raclette. A janta, regada a vinho, foi completada por – após um trajeto de metrô até o Trocadero – pela visão da Torre Eiffel à noite, iluminada com motivos do rugby em virtude da Copa do Mundo.
Volta ao hotel novamente de metrô, todos mortos de cansados e preparando-se para o dia seguinte.
Visitaríamos a Disney.
Até.
Após algumas semanas em que – por razões diversas – não continuei o relato da viagem dos Perdidos à França em outubro último, volto a narrá-la. Como os leitores que vêm nos acompanhando sabem, nosso roteiro incluiu uma rápida passagem pelo Alpes franceses e italianos, com seu ponto alto sendo a visita ao Matterhorn (do lado italiano, Monte Cervino), a ida até a Riviera italiana, onde quase tivemos nossos rins extirpados num sinistro hotel em Sanremo, e a volta à França, visitando a Côte d’Azur e a Provence, antes de terminarmos a viagem com os últimos cinco dias em Paris. No último episódio, havíamos chegado em Paris num belo domingo de sol, e terminado o dia jantando no simpático restaurante La Comédia, com seu inesquecível spaguetti a fruits de mer. Seguimos desse ponto.
Segunda-feira de manhã de sol, outono em Paris.
Após acordarmos e irmos tomar café no Paul, rede de boulangeries francesa, com seus croissants maravilhosos, em frente ao Hotel de Ville, seguimos pela Rue Rivoli até o Louvre e daí fomos ao Jardin des Tuilleries. Paramos para fotos e continuamos até a Place de la Concorde, onde estava (está) uma roda-gigante. O Paulo, a Karina e eu decidimos dar uma volta, enquanto os outros três ficaram no solo nos observando. Belas fotos de uma linda vista.
Após o passeio, seguimos juntos para a Champs Elysées, por onde circulamos lentamente e parando em lojas, olhando vitrines, planejando compras. Nesse passo “shopping center” fomos até o Arc du Triomphe. Lá, a Jacque, o Pedro e a Zeca decidiram subir para visitar. Os outros três, que havíamos andado na roda-gigante, não subimos, ficando no subsolo, abaixo da Etóile, esperando que eles fizessem o passeio. Quando eles voltaram, e saímos todos de novo para rua, o dia de sol havia desaparecido. Um céu plúmbeo e frio nos aguardava. Decidimos, então, almoçar, e ir visitar o Louvre.
Visitar é modo de dizer, como qualquer um que esteve lá sabe. Escolhe-se algumas coisas que se queira visitar, algumas atrações, e basta: é impossível ver tudo em uma só visita. Para quem está indo pela primeira vez, algumas obras são indispensáveis, como a Vênus de Milo, a Monalisa, a Vitória de Samotrácia, por exemplo. Entre uma outra, visitamos muitas alas com pinturas, esculturas, e etc. Para o Pedro e a Zeca, que estavam em sua primeira visita, tudo interessava, e com razão. Já a Karina, que já estivera lá, entediou-se rapidamente, e o Paulo e ela acabaram indo embora. A Jacque e eu ficamos com o Pedro e a Zeca.
Após a visita – que incluiu uma parada no café do museu – voltamos lentamente para o hotel, para descansar e prepararmo-nos para a janta.
Fomos caminhando e, após passar em frente, com direito a fotografias, ao Le Procope, jantamos em St-Germain-des-Prés, no restaurante Le Boumerang, de especialidades de montanha, onde comemos um ótimo raclette. A janta, regada a vinho, foi completada por – após um trajeto de metrô até o Trocadero – pela visão da Torre Eiffel à noite, iluminada com motivos do rugby em virtude da Copa do Mundo.
Volta ao hotel novamente de metrô, todos mortos de cansados e preparando-se para o dia seguinte.
Visitaríamos a Disney.
Até.
sábado, junho 21, 2008
Sábado (o inverno e a Estética do Frio)
Milonga De Sete Cidades
Fiz a milonga em sete cidades
Rigor, Profundidade, Clareza
Em Concisão, Pureza, Leveza
E Melancolia
Milonga é feita solta no tempo
Jamais milonga solta no espaço
Sete cidades frias são sua morada
Em Clareza
O pampa infinito e exato me fez andar
Em Rigor eu me entreguei
Aos caminhos mais sutis
Em Profundidade
A minha alma eu encontrei
E me vi em mim
Fiz a milonga em sete cidades
Rigor, Profundidade, Clareza
Em Concisão, Pureza, Leveza
E Melancolia
A voz de um milongueiro não morre
Não vai embora em nuvem que passa
Sete cidades frias são sua morada
Concisão tem pátios pequenos
Onde o universo eu vi
Em Pureza fui sonhar
Em Leveza o céu se abriu
Em Melancolia
A minha alma me sorriu
E eu me vi feliz
(Vítor Ramil)
quinta-feira, junho 19, 2008
Trinta
O título significa o número de semanas que já passaram, o que significa que faltam dez até a data prevista para o parto, dia vinte e oito de agosto. Setenta dias, menos de três meses. A mudança que se avizinha é imensa, e o real tamanho dela só será conhecido quando realmente acontecer. Não há como ter uma idéia exata, e isso é normal. O mundo muda, a maneira que vemos o mundo muda.
Já está mudando, aliás.
Nas duas últimas viagens de avião que fiz (bate e volta em São Paulo em abril, e Toronto e Nova York em maio), antes de embarcar, ainda em casa, não pude deixar de pensar que - puxa vida! - se o avião caísse, a Marina já nasceria órfã de pai. Não cheguei a pensar em desistir, obviamente, mas deu pra ter uma idéia de quanto as prioridades de nossas vidas (da Jacque e minhas) mudarão quando nascer nossa menina.
Até.
Já está mudando, aliás.
Nas duas últimas viagens de avião que fiz (bate e volta em São Paulo em abril, e Toronto e Nova York em maio), antes de embarcar, ainda em casa, não pude deixar de pensar que - puxa vida! - se o avião caísse, a Marina já nasceria órfã de pai. Não cheguei a pensar em desistir, obviamente, mas deu pra ter uma idéia de quanto as prioridades de nossas vidas (da Jacque e minhas) mudarão quando nascer nossa menina.
Até.
quarta-feira, junho 18, 2008
Casamento de pessoas do mesmo sexo
Vinha no carro ouvindo rádio.
Não sei se falei, mas gosto de ouvir rádio AM enquanto estou dirigindo. Principalmente por causa das notícias atualizadas, gerais e de esporte, mas também os debates. E eram um desses debates que ouvia hoje mais cedo, e o assunto era o 'casamento gay'.
Antes de tudo - mesmo que ninguém tenha me perguntado - dou a minha humilde opinião: se partimos do princípio de que todos somos iguais - seres humanos - todos devemos ter os mesmo direitos, independente de sexo, cor, raça, orientação política ou religiosa. Se heterossexuais podem casar, homossexuais também devem poder casar. Por que seria diferente? É quase o mesmo que dizer que pessoas nascidas em setembro não podem entrar em cinemas, por exemplo. Um absurdo.
Mas eu falava do debate, e em meio a ele algum comentou sobre a 'bancada evangélica' do congresso nacional. E lembrei (e foi citado no debate logo após) que o Brasil é um estado laico, ou seja, estado e religião são coisas separadas. Ou deveria ser. Uma bancada evangélica, por princípio, não é um problema (porque podemos ter uma bancada de comedores de arroz de leite ou de apreciadores de leite de soja) afinal grupos podem se reunir pelas mais diferentes afinidades.
O que não podem é querer impor sua visão de mundo ao todo, ou desconsiderar o contraditório, o diferente.
Imagine se todos fôssemos obrigados a tomar apenas leite de soja?
O horror, o horror...
Até.
Não sei se falei, mas gosto de ouvir rádio AM enquanto estou dirigindo. Principalmente por causa das notícias atualizadas, gerais e de esporte, mas também os debates. E eram um desses debates que ouvia hoje mais cedo, e o assunto era o 'casamento gay'.
Antes de tudo - mesmo que ninguém tenha me perguntado - dou a minha humilde opinião: se partimos do princípio de que todos somos iguais - seres humanos - todos devemos ter os mesmo direitos, independente de sexo, cor, raça, orientação política ou religiosa. Se heterossexuais podem casar, homossexuais também devem poder casar. Por que seria diferente? É quase o mesmo que dizer que pessoas nascidas em setembro não podem entrar em cinemas, por exemplo. Um absurdo.
Mas eu falava do debate, e em meio a ele algum comentou sobre a 'bancada evangélica' do congresso nacional. E lembrei (e foi citado no debate logo após) que o Brasil é um estado laico, ou seja, estado e religião são coisas separadas. Ou deveria ser. Uma bancada evangélica, por princípio, não é um problema (porque podemos ter uma bancada de comedores de arroz de leite ou de apreciadores de leite de soja) afinal grupos podem se reunir pelas mais diferentes afinidades.
O que não podem é querer impor sua visão de mundo ao todo, ou desconsiderar o contraditório, o diferente.
Imagine se todos fôssemos obrigados a tomar apenas leite de soja?
O horror, o horror...
Até.
domingo, junho 15, 2008
A Sopa 07/41
Há um mês, estive em Toronto.
Aproveito o dia de céu azul e sol, com o vento que sopra de noroeste deixando com aspecto encrespado o rio que não é rio e que banha essa cidade em que vivo ao sul do mundo, para preparar novamente uma Sopa de domingo, como há quase sete anos. Após uma breve pausa devido a uma viagem de trabalho e lazer e mais umas semanas de confusão e poeira seguidas de arrumação e organização que ainda não terminaram, volto ao trabalho aqui. Nesse contexto, a descrição da viagem – que já havia chegado em Paris e, portanto, em seus últimos dias, ficará para mais adiante.
Como dizia, então, estive em Toronto.
Após quase dois anos desde que fechei a porta do apartamento 2105 na 35 High Park Avenue, minha casa nos quase dois anos em que morei lá, voltei à cidade. Não sei se alguma vez cheguei a comentar aqui, mas, quando saí, deixei meu apartamento montado para os novos moradores, que ainda moraram lá por mais uns dois meses antes de encontrar a casa deles na cidade. Por isso, a minha experiência não foi a de final de ciclo, fim de etapa, como imagino que seria se tivesse entregado o apartamento vazio.
De qualquer maneira, voltei para o Brasil e, ao chegar, retomei a vida de onde tinha deixado, como se nunca tivesse saído. Não fiquei, depois de voltar, “choramingando” como era bom morar em Toronto, como seria melhor que morar no Brasil, etc. Até porque gosto daqui, como gostei de morar em Toronto. Sinto falta de lá? Claro que sim, como não sentiria? Acontece que as coisas que importam no mundo estão aqui. Logo...
Chegar em Toronto nunca foi fácil, principalmente porque, para chegar lá, eu sempre tinha que deixar pessoas aqui. Então, inevitável e lamentavelmente, ao menos ao chegar em Toronto eu tinha a sensação de estar sendo “privado” das pessoas que eu tinha deixado em Porto Alegre. Claro que depois tudo ficava bem e podia aproveitar o que o Canadá tinha a oferecer. Mas, de certa forma, o trauma ficou.
Por isso, a chegada em Toronto foi estranha. Fui tomado inicialmente pela estranha sensação de que estava “exilado” novamente. Sensação essa angustiante, mas que durou pouco. No ônibus que nos conduziu ao hotel (estava com um grupo de médicos indo a um congresso na cidade) comecei a servir de guia informal do grupo, dando dicas, contando histórias e mostrando locais, o que fez passar o estranhamento e passei então a me sentir novamente em casa. Toronto é e sempre será, afinal, também minha casa.
Ainda na sexta-feira em que chegara de volta à cidade, tinha marcado de rever os amigos Camila, Henrique, Rafael e Monique. Havíamos escolhido ir a um pub “do nosso tempo”, mas descobrimos que havia fechado, o que levou a uma mudança de planos de última hora. Obviamente, fomos a outro irlandês porque a Guiness era uma obrigação.
Reencontrar a turma do Éramos Cinco reforçou uma teoria antiga sobre amizade, a de que ‘amizade não tem hiatos’. Foi como se nunca tivéssemos estado separados, ou como se tivéssemos saído no final de semana anterior. Essa impressão, comentada por todos no dia seguinte, foi reforçada quando fomos almoçar no sábado na casa de Camila e Henrique em Mississauga, e nossos papos foram como nos “velhos tempos”, indo desde piadas russas até teletransporte. Quando nos despedimos no meio da tarde, ficou a sensação de que foi muito pouco tempo (foi mesmo) e que outros encontros certamente acontecerão.
E onde estão nossos amigos, lá também é nossa casa.
Até.
Aproveito o dia de céu azul e sol, com o vento que sopra de noroeste deixando com aspecto encrespado o rio que não é rio e que banha essa cidade em que vivo ao sul do mundo, para preparar novamente uma Sopa de domingo, como há quase sete anos. Após uma breve pausa devido a uma viagem de trabalho e lazer e mais umas semanas de confusão e poeira seguidas de arrumação e organização que ainda não terminaram, volto ao trabalho aqui. Nesse contexto, a descrição da viagem – que já havia chegado em Paris e, portanto, em seus últimos dias, ficará para mais adiante.
Como dizia, então, estive em Toronto.
Após quase dois anos desde que fechei a porta do apartamento 2105 na 35 High Park Avenue, minha casa nos quase dois anos em que morei lá, voltei à cidade. Não sei se alguma vez cheguei a comentar aqui, mas, quando saí, deixei meu apartamento montado para os novos moradores, que ainda moraram lá por mais uns dois meses antes de encontrar a casa deles na cidade. Por isso, a minha experiência não foi a de final de ciclo, fim de etapa, como imagino que seria se tivesse entregado o apartamento vazio.
De qualquer maneira, voltei para o Brasil e, ao chegar, retomei a vida de onde tinha deixado, como se nunca tivesse saído. Não fiquei, depois de voltar, “choramingando” como era bom morar em Toronto, como seria melhor que morar no Brasil, etc. Até porque gosto daqui, como gostei de morar em Toronto. Sinto falta de lá? Claro que sim, como não sentiria? Acontece que as coisas que importam no mundo estão aqui. Logo...
Chegar em Toronto nunca foi fácil, principalmente porque, para chegar lá, eu sempre tinha que deixar pessoas aqui. Então, inevitável e lamentavelmente, ao menos ao chegar em Toronto eu tinha a sensação de estar sendo “privado” das pessoas que eu tinha deixado em Porto Alegre. Claro que depois tudo ficava bem e podia aproveitar o que o Canadá tinha a oferecer. Mas, de certa forma, o trauma ficou.
Por isso, a chegada em Toronto foi estranha. Fui tomado inicialmente pela estranha sensação de que estava “exilado” novamente. Sensação essa angustiante, mas que durou pouco. No ônibus que nos conduziu ao hotel (estava com um grupo de médicos indo a um congresso na cidade) comecei a servir de guia informal do grupo, dando dicas, contando histórias e mostrando locais, o que fez passar o estranhamento e passei então a me sentir novamente em casa. Toronto é e sempre será, afinal, também minha casa.
Ainda na sexta-feira em que chegara de volta à cidade, tinha marcado de rever os amigos Camila, Henrique, Rafael e Monique. Havíamos escolhido ir a um pub “do nosso tempo”, mas descobrimos que havia fechado, o que levou a uma mudança de planos de última hora. Obviamente, fomos a outro irlandês porque a Guiness era uma obrigação.
Reencontrar a turma do Éramos Cinco reforçou uma teoria antiga sobre amizade, a de que ‘amizade não tem hiatos’. Foi como se nunca tivéssemos estado separados, ou como se tivéssemos saído no final de semana anterior. Essa impressão, comentada por todos no dia seguinte, foi reforçada quando fomos almoçar no sábado na casa de Camila e Henrique em Mississauga, e nossos papos foram como nos “velhos tempos”, indo desde piadas russas até teletransporte. Quando nos despedimos no meio da tarde, ficou a sensação de que foi muito pouco tempo (foi mesmo) e que outros encontros certamente acontecerão.
E onde estão nossos amigos, lá também é nossa casa.
Até.
sábado, junho 14, 2008
quinta-feira, junho 12, 2008
quarta-feira, junho 11, 2008
domingo, junho 08, 2008
Ainda
Não vai ser nesse domingo que as crônicas dominicais d'A Sopa voltam ao seu ritmo normal.
Se tudo correr bem, espero que seja no próximo.
Até.
Se tudo correr bem, espero que seja no próximo.
Até.
sábado, junho 07, 2008
quarta-feira, junho 04, 2008
Conforme os planos
domingo, junho 01, 2008
Já volto
Volto a escrever as crônicas d'A Sopa de domingo em breve.
No momento, problemas de infra-estrutura estão me impedindo.
Continuarei atualizando o blog com a freqüência habitual.
Até.
No momento, problemas de infra-estrutura estão me impedindo.
Continuarei atualizando o blog com a freqüência habitual.
Até.
Assinar:
Postagens (Atom)