(Outra Sopa requentada, mas prometo edições inéditas para breve)
A Vaidade Masculina.
Até há uns poucos anos, esse era um assunto tabu: vaidade e masculinidade eram quase opostos. Mas – sabe como é, os tempos são outros – isso mudou.
Agora os homens se cuidam mais, desde o guarda-roupa, dietas, exercícios, cirurgias plásticas. Até cremes para pele. Confesso que sou um cara antenado com o meu tempo, mas usar creme para rugas, nem pensar… De qualquer forma, a vaidade deixou de ser um atributo feminino.
Até aí, nada demais. O risco que se corre é o de exagerar nessa coisa de cuidados com o cabelo, as unhas, etc., e transpor a linha imaginária que separa o metrossexual da frescura pura e simples. Para alguns, a fronteira é muito tênue, e até passam para o outro lado da linha, muitas vezes saltitando. Outros, ao contrário, jamais enfrentarão esse tipo de problema ou dilema. Tenho um amigo, não vou citar nomes, que nem se tentasse – pintando as unhas, por exemplo – ele conseguiria parecer afetado demais.
O que eu não sabia, a bem dizer, nunca havia me dado conta, é que existe toda uma linha de produtos para reforçar a idéia de que, além de ser homem, se é um troglodita, um dedo destroncado, um selvagem. E vende bem. Uma vez, vejam só, comprei um xampu “Para homens”, achando apenas que era para pessoas do sexo masculino. Ingenuidade minha. Homem que é homem não usa xampu, usa sabão de coco, e toma banho frio, sempre. O máximo que se permite é esse xampu, que além de lavar o cabelo, dá caspa. Porque homem que é homem tem caspa.
Assim como um desodorante que comprei esses tempo e que usei por alguns dias até descobrir que ele dava (ou tinha o odor de) asa. Podia ser até o desodorante Red Bull, “te dá aaasaaas”.
O que vem mais por aí?
PS – Essa é a Sopa que completa o 9º ano desse semanário. Semana que vem começa o décimo e provavelmente último ano de publicação.
Até.
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