Final de semana.
Eu sei que estamos numa terça, ou quarta-feira, não importa o dia da semana em que estou publicando essa crônica, mas quero falar um pouco sobre o final de semana. Sobre como se tornaram melhores os finais de semana novamente.
Sim, novamente.
Porque uma das consequências da pandemia e do distanciamento social decorrente dela foi que, em primeiro lugar, os dias ficaram mais ou menos iguais durante grande parte do ano passado, como se vivêssemos – e sei que já falei isso – o clássico filme ‘O Feitiço do Tempo’ (Groundhog Day, 1993), condenados a reviver o mesmo dia eternamente. Não havia muita diferença entre quarta-feira e sábado, ou terça, o que era um crime, porque o melhor momento da semana, como todos sabem (ou deveriam saber) é o sábado de manhã, de sol.
Tergiverso, eu sei.
Outra razão para que os finais de semana tivessem perdido a graça foi que as socializações foram interrompidas. Estivemos distantes (com razão) fisicamente de familiares e amigos desde o início da pandemia, com raríssimos encontros cheios de cuidados e sem aglomerações. E isso – ainda – não voltou a normal, claro.
Como médico, e pneumologista em especial, desde o último trimestre do ano passado, tenho trabalhado intensamente, atendendo inicial e preponderantemente pacientes com e pós-COVID-19, online e presencialmente, e depois pacientes pneumológicos em geral, que retornaram aos consultórios porque suas condições não desapareceram pelo coronavírus. O trabalho tem sido grande e gratificante. Nunca fui tão médico quanto agora, tenho a impressão.
Mas falava dos finais de semana.
Como não há possibilidade de trabalho remoto, de home office, a rotina de trabalho voltou, e acrescida de novas atribuições surgidas durante o ano passado. A semana de trabalho tem sido cheia novamente, e a chegada dos finais de semana tem representado realmente uma parada e momentos de descanso. E têm sido leves, agradáveis.
Como sempre devem ser.
Até.
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