Sinais.
Em uma passagem de uma dessas sitcoms americanas das quais sou grande fã, um dos personagens diz que ele vai deixar que o seu “futuro eu” resolva uma determinada situação. Deixa tudo como está no momento para que ele mesmo, mas em sua versão do futuro, resolva. Gostei do conceito, que tem uma certa relação com o conceito do avestruz para a resolução de problemas da vida.
Esse conceito diz que, em determinadas situações da vida, a melhor atitude a ser tomada é a de não fazer nada, “enfiar a cabeça na terra” como um avestruz, e esperar que as coisas se resolvam por si só. Mesmo sabendo que isso é uma lenda, que avestruzes não fazem isso de enterrar a cabeça na terra, eles apenas encostam a cabeça e o pescoço no chão para ouvir se há algum predador se aproximando ou para se camuflar, isso existe mesmo apenas como ditado popular, ainda assim a estratégia (procrastinadora?) em determinadas situações funciona.
Assim como os sinais.
Os sinais existem, sim, basta saber reconhecê-los. Eu, por exemplo, sou uma testemunha desse fato. Há quase dez anos, haveria o show do David Gilmour, lendário guitarrista do Pink Floyd, em Porto Alegre. Eu queira ir. Muito. Por alguma razão, contudo, não comprei ingresso e o tempo foi passando. Próximo ao show, sem ingresso comprado, tinha dúvidas sobre ir ou não. Decidi deixar ao acaso, ou o universo, se preferirem, decidir. Se fosse para eu ir, haveria um sinal.
Poucos dias antes do show, estava deitado lendo, pouco antes de dormir, quando tocou o telefone. Atendi e era um amigo oferecendo um ingresso para o show, com carona para ir e voltar, e de camarote! Não podia dizer não, claro. Era o universo ou o acaso dizendo que eu deveria ir.
Passa o tempo e neste final de semana haveria o show do Humberto Gessinger celebrando os Acústicos do Engenheiros do Hawaii no Araújo Vianna, aqui perto de casa. Quando os ingressos foram postos à venda, eu ainda não sabia se estaria nesse final de semana em Porto Alegre, e eles esgotaram rapidamente, tanto que foi aberta uma data a mais, domingo, para um segundo show.
Ao longo dos anos, não tenho conseguido ir a shows dele. O último, ainda quando era Engenheiros, Gigantinho, há mais de trinta anos. Nunca conseguia conciliar, ou me organizar para ir aos seus shows, infelizmente. Até porque o Humberto Gessinger (e os Engenheiros do Hawaii) foi um dos que escreveu a trilha sonora de muitos momentos do meu passado. Não iria a mais um show dele.
Ainda tentei ver ingressos para esse domingo, sem sucesso.
Ontem acordei cheio de energia, por voltas das 7h. Fui na Feira Ecológica do Bom Fim, à academia e ao supermercado tudo ainda pela manhã. Após o almoço, após deixar a Marina na casa de uma amiga, aproveitei para o tradicional e revigorante sono do meio da tarde de sábado.
Ao acordar, uma mensagem no grupo de WhatsApp da minha turma de faculdade. Um amigo tinha um ingresso disponível para o show de ontem.
Era o sinal!
A mensagem havia sido enviada uma hora antes de eu vê-la, e não tinha certeza se ainda haveria a disponibilidade. Enviei mensagem ao grupo e a ele em privado. Não, não havia passado adiante o ingresso ainda. Era o ingresso era meu. Marcamos de nos encontrar para ir juntos.
O ponto de encontro foi a Lancheria do Parque. Atravessamos a Osvaldo Aranha, entramos no Parque Farroupilha e fomos ao Araujo.
Foi um baita show.
Até.
Um comentário:
Contar com a sorte. Às vezes dá certo.
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