domingo, janeiro 26, 2025

A Sopa

Música.


Enquanto voltávamos à Porto Alegre, após a meia-noite, o final do longo dia no litoral, que começara pela manhã fazendo a mesma estrada em sentido contrário, para participar do Paleta Atlântida com a Confraria da AMHSL (dos médicos do Hospital da PUCRS) e depois para a jam session da School of Rock no Ramblas, em Atlântida, à noite, ouvíamos - a Marina, a Jacque e eu - música no carro. Tudo para que eu não ficasse com sono.

 

O telefone celular que estava conectado recarregando a bateria, e de cujo Spotify ouvíamos as músicas, era o da Marina, que estava ao meu lado, porque o plano dela era cantar o tempo todo para que eu não dormisse. Mesmo que eu tivesse dito que estava bem, sem sono, acabamos fazendo do jeito que ela(s) resolveu(eram). Após uma parada em um posto de gasolina na BR101 onde eu comprara um café, ela assumiu o controle da música, e disse que nos faria ouvir uma playlist especial que ela montara com músicas nacionais, e que gostaríamos.

 

Fiquei tranquilo porque já conheço o gosto musical dela, moldado por anos de exposição ao que eu (e a Jacque) considero boa música, formação essa completada pelo período em que é aluna da School of Rock. Então, não tinha como ser ruim a escolha de músicas dela.

 

Estávamos, como eu disse, retornando de um longo dia na praia, uma semana antes de voltarmos lá para um curto período de férias a partir do dia primeiro de fevereiro. Além do churrasco na beira da praia (Paleta Atlântida), seria o segundo final de semana de uma série de cinco com shows da School no Ramblas, e essa semana estava programada um jam session, palco aberto a quem quisesse participar na hora, e as pessoas seriam estimuladas a participares.

 

Haveria uma banda base, com o Maurício, professor da escola, multi-instrumentista e aniversariante do dia, mais o Thiago, baixista e sócio junto comigo, o Felipe, aluno de baixo, baterista e parceiro de todas as horas na escola, e eu, como guitarrista, e quem quisesse subir no palco e tocar algum instrumento ou cantar, era bem-vindo. O Thiago estimulava e chamava as pessoas a cantar. Eu, por exemplo, toquei músicas que eu nunca havia tocado sob a orientação em tempo real – em plena execução da música– do Maurício.

 

Foi muito legal. Mesmo.

 

Me lembrou três anos atrás, nesse mesmo Ramblas, que na época era by Roubadinhas, quando houve o show de verão da escola, em plena época do COVID, em que a Marina cantou e que – em meio ao show – tive uma epifania: era aquilo que eu queria para mim. Tanto é que no final do show fui perguntar ao Thiago, na época único dono, se a escola tinha programa para adultos. Respondeu que sim, e que - se eu iniciasse naqueles próximos dias – eu poderia participar da primeira temporada de Beatles e tocar no Sgt. Peppers Pub, em Porto Alegre.

 

Muito aconteceu desde então.

 

Não só toquei Beatles no Sgt. Peppers, toquei também Rolling Stones no Bar Opinião, e outros shows muitos legais nesse período, como também se criou um ambiente de comunidade, de pertencimento na escola. Vários shows depois, tanto no palco como na plateia, acabei me tornando sócio. Tudo começou, no final das contas, em um verão com música na praia.

 

E a playlist da Marina?

 

Ótima, o que reforçou minha convicção de estar fazendo um bom trabalho como pai...


Até. 

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