domingo, dezembro 19, 2004

A Sopa 04/22

Foi uma viagem de trabalho, essencialmente.

Ainda bem antes de vir para o Brasil para passar doze dias, eu imaginava que teria muito tempo para reencontrar muitas pessoas, rever os amigos todos, participar de muitas confraternizações, muitas e longas conversas e tal. Ledo engano. Era uma viagem de trabalho, mesmo.

Já tinha percebido isso antes das vinte e quatro horas de trânsito entre Toronto e Porto Alegre. Queríamos reunir a banda, tocar - quem sabe um "showzinho" - ou mesmo gravar um segundo CD. Impossível, não haveria tempo. Mal tivemos tempo de nos encontrar. Ao menos sentamos e conversamos, até alguns planos fizemos. Teve outras pessoas com quem nem isso consegui.

Peço desculpas aqueles a quem não pude encontrar, e nem ao menos telefonar. Não foi uma viagem de férias, vim a trabalho e já estou indo embora de novo. Quando volto? Possivelmente em abril, se tudo correr bem, para o meu aniversário, mas não posso prometer. Talvez não consiga, e aí não tenho idéia de quando farei uma visita de verdade, com tempo de encontrar todos, alguns chopes, algumas conversas, cafés, se for inverno, churrascos e chimarrão com certeza.

Embarcamos - a Jacque vai comigo - nesta segunda à noite em direção à Nova York, onde vamos encontrar com os meus pais - que já estão lá desde sábado - para o Natal e o Ano Novo na casa do Neni, meu irmão, que mora lá há quase dois anos (ou mais, já não tenho certeza).

Toronto, dia 02 de janeiro. A Jacque fica comigo lá até dia 14. Vai dar um toque feminino ao apartamento, torná-lo menos acampamento. Vou estar trabalhando neste período, mas tudo bem. Muito trabalho é o que me espera, e tenho a obrigação moral de produzir muito, porque vou me cobrar como nunca. Vou ter espaço, contudo, para os meus projetos paralelos. Com o tempo, vou dividindo com todos os meus planos e novos objetivos.

Está terminando o ano e também um ciclo na minha vida. Dia dezessete, sexta-feira passada, completei dez anos de formado, um bom momento para parar e reavaliar a trajetória, saber se estou onde planejava e visualizar onde quero chegar.

Como quase sempre na vida, as coisas aconteceram de forma que não imaginava, mas de uma maneira positiva. E, melhor de tudo, sem que eu abdicasse de minhas convicções. A estrada pode ter sido mais longa e sinuosa, mas não foi preciso vender a minha alma ao diabo. Nem migrar para o lado negro da força.

Acho que até aqui valeu.