Vinha eu, na manhã fria de Toronto, em pleno bonde, ouvindo meu iPod. Parênteses. Eu gosto muito de chamar bonde – sei que já disse isso – porque dá um tom de passado ao que escrevo, e agrada mais ainda juntar na mesma sentença a contradição de estar usando um aparelho eletrônico moderno: de iPod no bonde. Legal, não? Fecha parênteses.
Como estava dizendo, estava ouvindo músicas tocadas de ordem aleatória e, quando – já na rua, caminhando em direção ao hospital – tocou ‘Vento no Litoral’ da Legião Urbana. É uma música triste, pesada, fala de um final de relacionamento e diz “… dos nossos planos é que tenho mais saudade / Quando olhávamos juntos, na mesma direção, aonde está você agora além de aqui dentro de mim… agimos certo sem querer/ foi só o tempo que errou / vai ser difícil sem você / porque você está comigo o tempo todo e quando vejo o mar, existe algo que diz, que a vida continua e se entregar é uma bobagem…”. E tive um insight.
Amores completos são os que acabam.
Claro que falo em completo em termos de tempo, trajetória, e não em intensidade. Os amores incompletos são os que ainda não terminaram, continuam.
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Já na volta para casa, esperando o bonde, com o vento frio cortando, temperatura de –7ºC com sensação de –15ºC, os pés quase congelados, tive nova visão. Se fosse eu quem analisasse os pedidos de visto das pessoas que querem vir estudar no Canadá, rejeitaria todos aqueles que quisessem vir para cá ficar de dezembro a março. Por uma simples razão: ninguém, em sã consciência, larga o verão para passar três meses dentro de um freezer…
Até.
2 comentários:
E aquela "história de amor mal resolvida", será sempre amor incompleto??
Bjocas
Mas as pessoas estão sempre atrás das coisas menos comuns, oras ...
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