Ainda a pandemia.
Os últimos dias, de aumento de casos de COVID decorrentes da variante do momento, a Ômicron, tem – evidentemente – levando a um proporcional aumento da procura por consultas médicas, boa parte online. Muitos casos, invariavelmente leves sabemos que por causa da vacina. Os únicos casos graves de verdade são de pacientes que inexplicavelmente não se vacinaram.
E esses evoluem como se ainda estivéssemos em 2021, com insuficiência respiratória, ventilação mecânica, etc. E a distinção tem sido bem clara: em sua esmagadora maioria, os vacinados tem casos leves. Um exemplo ocorreu aqui em casa. A Marina teve COVID pela segunda vez há poucos dias. Obstrução nasal, garganta “arranhando”, e só. Sem febre. Decidimos testar, porque – atualmente – quem tem sintomas respiratórios, de vias aéreas superiores, deve se testar, e ela estava positiva.
Isolamento, e só.
Ao completar 5 dias de início dos sintomas, como estava totalmente assintomática, testamos novamente: negativo. Pode sair do isolamento, mas manteve os cuidados (máscara quando na presença de outras pessoas, por exemplo) até completar 10 dias. Essa evolução benigna foi possível pela proteção oferecida pela vacina, sem dúvidas.
Corta para ontem.
Uma paciente antiga (e quase amiga) perguntou se eu poderia – depois de eu ter saído do consultório – atender a sobrinha dela, que estava com COVID e consultara com uma médica, mas que não confiara e queria ser atendida por outro médico, e me indicara. Claro que eu poderia atendê-la. Assim que cheguei em casa, fiz a consulta on-line.
Um caso leve, poucos sintomas, apenas esclareci dúvidas e orientei tratamento sintomático. Durante a consulta, ela me contou que a colega médica pneumologista que a havia atendido havia conversado pouco e rapidamente prescrito o chamado “Kit-Covid”, com hidroxicloroquina e ivermectina, além de zinco e vitamina D. A paciente diz ter ficado horrorizada e que não tomaria, por isso quis uma segunda opinião (que acabou sendo a minha, no caso). Disse a ela que – se estivéssemos em maio de 2020 – eu até entenderia a prescrição, pois ainda estávamos aprendendo, mas não agora, em janeiro de 2022. Mas isso não foi o pior que me aconteceu ontem.
Pela manhã, atendendo no consultório, uma paciente me revelou – enquanto conversávamos sobre as vacinas, e eu dizia sinceramente não entender quem não se vacina - que uma pneumologista, colega conhecida e que frequenta algumas das mesmas reuniões científicas que eu, e que a havia atendido anteriormente, não se vacinara (!) e dizia que não iria se vacinar porque “essas vacinas foram feitas muito rapidamente” (!). Fiquei sem saber o que dizer. Apenas sorri, dei de ombros, e segui a consulta, como se não tivesse ouvido tamanha bobagem vinda de uma pessoa que supostamente deveria estar ajudando as pessoas.
Não falei nada porque não tenho mais paciência com essa gente.
Até.
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