quinta-feira, janeiro 06, 2022

Sobre o dizer e o escrever

Registrar pensamentos.

 

Tenho que começar a anotar, ou gravar, as ideias que tenho para textos e crônicas para cá. Durante o dia, por aí, envolto em atividades diversas, muitas vezes tenho insights, eventualmente epifanias, que penso que serão perfeitas para uma Sopa de domingo, mas depois acabo esquecendo, não conseguindo lembrá-las quando sento para escrever.

 

Acontece direto.

 

Aconteceu hoje.

 

Caminhava no longo corredor do Centro Clínico da PUCRS, indo ou voltando do hospital, passando também pelo túnel que liga um com o outro, o Centro Clínico e o Hospital São Lucas, que chamamos (chamo) de túnel de extremos meteorológicos (é congelante do inverno e senegalês no verão), quando tive um pensamento que concluí na hora que merecia uma crônica sobre, que ia escrever sobre. Andei por metros empolgado com a ideia e a possibilidade de escrever sobre ela, de escrevê-la.

 

Esqueci, claro.

 

E não consigo lembrar.

 

Pode ter a ver com uma colega pneumologista que é parte agora da diretoria da Sociedade de Pneumologia, da qual continuo diretor, agora financeiro, já tenho passado por quase todos os cargos possíveis desde 2008 quando passei a fazer parte e que sou atualmente o diretor há mais tempo na diretoria, sem nunca esquecer que quando assumi a presidência eu era “a nova geração”. Mas eu falava dessa colega que disse que estava feliz em voltar a fazer parte do grupo e respondi que era muito bom tê-la de volta, e pensei que gosto realmente de pessoas, dos amigos, claro, de conviver com eles, de conversar, de contar histórias, de celebrar.

 

Talvez fosse isso que eu quisesse escrever.

 

Confesso, envergonhado, que não lembro.

 

Não importa, no final das contas, pois dizer o que eu acabo de dizer é o que eu precisava dizer. 

 

Até.   

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